A propaganda e sua influência em Nossas Crianças
A publicidade, um dos importantes pilares da área comercial, vem através da propaganda, ao longo do tempo, voltando seu foco ao público infantil visando à venda de determinados produtos, em razão dessa parcela da sociedade estar numa fase de construção da personalidade e de seu senso crítico, ou seja, um momento mais fácil de serem convencidas. Portanto, trata-se de um público de fácil influência para a compra de produtos, com baixo teor nutritivo por exemplo, o que eleva os números de obesidade infantil nesse caso, bem como cria um sentimento de consumismo, próprio de um adulto e assim, precocemente, a criança passa a ser uma consumista em sua fase mais importante de aprendizado.
Sem uma regulamentação adequada, a publicidade infantil tem criado valores de consumo inimagináveis há 30 anos atrás, até porque o canal utilizado para essa divulgação está presente em 2 a cada 3 casas no Brasil, estamos falando da televisão, a qual segundo dados do Ibope de 2011 é assistida por crianças entre 4 e 11 durante 5 horas 17 min e 09s por dia. Face aos dados apresentados, é óbvio que esse público possui uma exposição muito grande ao conteúdo das propagandas de brinquedos, alimentos, jogos de vídeo game, entre outros, sendo assim e considerando que, em média, até os seis ou oito anos de idade as crianças não conseguem fazer a distinção entre o que é uma mensagem comercial e o que é o conteúdo de entretenimento (Fonte: ONG Instituto Alana), trata-se de algo extremamente preocupante não só para o presente, porém principalmente para o futuro. Então quando a criança encontra-se sentadinha a frente da televisão vendo seu desenho preferido e o mesmo é interrompido pela publicidade, considerando que a criança não entende muito daquilo, para ela é tudo conteúdo de entretenimento.
Com o passar do tempo, o mercado publicitário suavizou a propaganda tirando personagens que diziam “peça para a mamãe comprar”, de modo que, agora os mesmos personagens que estão no desenho animado, fazem o comercial de um produto logo após o programa ser interrompido. Diante disso, as crianças ficam reféns da publicidade que age sem pudores colocando seus produtos como coisas necessárias para esse público tão vulnerável. Segundo a ONG, Instituto Alana, a publicidade infantil já chegou inclusive nas escolas, tendo em vista as inúmeras denúncias recebidas de, por exemplo, uma marca de achocolatado que vai para dentro da escola ensinar o que é alimentação saudável, mas no final todos ganham um achocolatado.
Em atenção a esse grave problema, tramita há anos o Projeto de Lei nº PL 5921/2001,(o qual aguarda Parecer na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados), que proíbe a propaganda para a venda de produtos infantis, apesar da boa intenção dessa proposta devemos observar também o direito a liberdade de expressão comercial, o qual nesse caso seria censurado visando à proteção das crianças.
Em que pese esses pontos, maior proteção às crianças e liberdade de expressão comercial, a regulamentação nesse caso deve ser educativa e não proibitiva, isto é, a publicidade infantil precisa receber restrições quanto ao uso de personagens por exemplo, bem como informar as consequências ou a real capacidade dos brinquedos, com o intuito de não ludibriarem as crianças fazendo com que as mesmas achem que por usar determinado calçado irão correr muito mais rápido.
Enfim, a regulamentação adequada desse tipo de propaganda deve ser discutida, de forma ampla por meio de Audiências Públicas trazendo tanto especialistas como representantes da sociedade civil, e implementada pelo Legislativo como é dito pela nossa Constituição Federal, pois não estamos tratando de algo pequeno e de pouca expressão, estamos tratando de um bem imprescindível que é Nosso Futuro e são Nossas Crianças.