ESPACIALIZAÇÃO DO CRESCIMENTO URBANO DE RONDONÓPOLIS E SUAS CONTRADIÇÕES SOCIAIS IV

Só se pode entender a produção do espaço urbano de forma mais holística e mais próxima da realidade enquanto tal se levarmos em consideração que:

É a dialética da compreensão da organização do espaço e suas contradições que são inerentes ao processo capitalista de produção, que nos permitem entender a cidade em suas particularidades e totalidades sociais, políticas, estéticas, ambientais, culturais econômicas, históricas e espaciais.

Quando se discute a formação do espaço urbano de uma cidade, há que se considerar a dimensão demográfica, social e política e espacial. As cidades têm variado quanto às modalidades de mudança neste aspecto, não apenas sob uma ótica quanti, mas especialmente qualitativa envolvendo assim espectro de elementos muito mais amplo que aqueles que se relacionam à origem do crescimento (papel da migração e do crescimento vegetativo) ou as expectativas da realização ou não da vida material. Este último aspecto passa necessariamente pelas questões que envolvem a quantidade e qualidade da habitação, acesso ao trabalho, participação nas decisões públicas, etc.

Dessa forma o crescimento urbano e espacial da cidade em estudo tem-se dado de forma descontínua, descontrolada e sem infra-estrutura quase nenhuma. A infra-estrutura, como já disse em outras oportunidades, têm sido privilégio de poucos moradores deste espaço urbano. Quer dizer, apenas uma parcela muito pequena da população tem acesso às infra-estruturas mínimas necessárias para um ser humano ser considerado cidadão de fato. Guidugli nos afirma que:

“Quanto à dimensão territorial, o crescimento do espaço urbano tem-se apresentado em nosso sistema capitalista através de uma acentuada e acelerada extensão da periferia urbana, embora as áreas mais centrais sofram também significativas transformações. Assim, ao mesmo tempo em que acelera o processo de reprodução do espaço nas áreas mais centrais da cidade, um processo igualmente equívoco conduz a produção de ‘novos espaços urbanos’ na periferia. Ambos, produção e reprodução, porque conduzidos de forma descoordenada, geram conjunto de problemas que acabam por se refletir sobre toda a comunidade de várias maneiras. Uma delas, talvez, a principal, está na elevação generalizada dos preços da terra urbana ‘reproduzida’ ou ‘construída’ em níveis muitos mais elevados que aqueles dos aumentos de preços em geral, inclusive dos valores das taxas e impostos que sobre ela recaem”.

Aires José Pereira é graduado e Especialista em Geografia pela UFMT, Mestre em Planejamento Urbano pela FAU-UnB, Doutor em Geografia na UFU, prof. Adjunto da UFT e escritor com 12 livros publicados, membro efetivo da Academia de Letras de Araguaína e Norte Tocantinense e membro pesquisador do NURBA.

Aires José Pereira
Enviado por Aires José Pereira em 10/04/2014
Reeditado em 26/12/2014
Código do texto: T4763463
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