PALAVRAS DE UM PETISTA FANÁTICO

Prólogo

Parte deste devaneio, ora escrito, é ficcional e, por mais verossímil que seja ou pareça ser não tem nada a ver com o Programa de Aceleração da Criminalidade (PAC) ou a atual epidemia de falcatruas e homicídios no Brasil.

Esse misto de palavreado esfíngico levará o leitor argucioso à reflexão. Embora não seja esse o meu principal propósito, quiçá o contexto possa ajudá-lo a valorizar o seu voto no próximo pleito.

E POR FALAR EM FALCATRUA

Quando a presidente Dilma Rousseff, inquirida sobre a compra da refinaria de Pasadena, no Texas, resolveu explicar que o Conselho de Administração da estatal, na época comandado por ela, havia tomado a decisão com base num parecer "incompleto e falho", sem querer abriu uma brecha para que a gestão da petroleira nos anos de presidência do PT fosse duramente questionada. Em uma semana, a ideia de uma CPI, que a oposição tentava emplacar sem sucesso há anos, saiu do papel, e senadores como Álvaro Dias, do PSDB, ganharam de presente os holofotes para denunciar a maneira como um patrimônio brasileiro - a Petrobras - foi dilapidado por Lula e sua sucessora.

Acredito que a desidiosa politicagem estatal, associada à miséria humana, assim como a ação ou omissão dos poderes públicos, faz de nosso país um paradisíaco parque recreativo onde a bandidagem comemora ostensivamente a impunidade estribada na ineficácia das leis.

UM PALESTRANTE FANÁTICO, PORÉM INCONVICTO

No dia 31 de março próximo passado, às 20h30min, no auditório principal da faculdade que pertence a Universidade Pastoral Associadas – (UPA), um petista fanático, PORÉM NÃO TOTALMENTE CONVENCIDO, ministrou uma palestra para os concludentes do curso de marketing político e institucional. Eis as palavras do marqueteiro muito bem pago para dar um recado aos opositores do atual partido governista:

“Brindemos a saúde da sociedade anestesiada e incompetente! Louvemos as forças do mal que nos une em torno do nosso melhor propósito, isto é, a conquista da riqueza à custa da miséria dos abandonados e desprotegidos. Nós, componentes do PT, sabemos que uma sociedade desarmada acaba se tornando uma sociedade obediente, medrosa, frente a um estado tirânico e onipotente.”.

“Continuemos, portanto, com o recrudescimento da campanha do desarmamento e o engodo das bolsas assistencialistas que não resolve a questão social, mas pode angariar votos para a manutenção de nossa sanha e hediondez do revanchismo.”.

“Não temam as Forças Armadas nem as polícias: civil, militar e federal porque eles estão contidos e manietados pela ordem, disciplina e hierarquia. Com o Poder Legislativo, nosso desidioso aliado, tampouco devemos nos preocupar. É confortável a tranquilidade com o Poder Judiciário porque os juízes, estressados pelo excesso de trabalho, também reféns da diarreia legiferante do Congresso Nacional, nada podem fazer porque seguem a Lei Orgânica da Magistratura Nacional (LOMAN) e outras leis ineficazes e benevolentes.”.

“Por tudo isso e muito mais... Brindemos, antecipadamente, nossa justa e merecida vitória, nas próximas eleições, ao lado de nossa querida Wanda para que continue no Comando de Libertação Nacional (Colina) e na VAR-Palmares com toda a competência de outrora, hoje e sempre.”.

CONCLUSÃO

Quero concluir este texto ficcional, jocoso, sem nenhum compromisso com a realidade, apenas fazendo o uso moderado do direito à expressão, com uma bem-humorada e grandiosa verdade: As autoridades cuidam do marketing que possa aumentar as chances de reeleição da presidente.

Boa parte de nós (NÃO É O MEU CASO), brasileiros, está cuidando de torcer para o seu time de futebol ser campeão de algum torneio. Matam-se todos os dias por trivialidades, por discussões banais. Pessoas pensam e dizem entredentes: "Não é problema nosso.”.

Às vezes, em mim, na ocasião de lidar com as palavras, materializa-se a entidade agressiva (Característica de meu dicotômico Henrique), de temperamento beligerante, aguerrido, bronco ou tosco, sem papas na língua, hábil no ataque frontal, na ironia desmoralizante, no humor ferino, impiedoso, mas tudo sem vilipendiar os leitores discordantes.

Com o estilo difuso, mas contundente na forma e no conteúdo, esse meu Eu se digladia com as conveniências, a abrangência temática e a disposição para a correção do contexto. Por fim, vence o bom senso e o saber dosar da liberdade de expressão, o melhor uso da razão.

Não faz muito tempo escrevi e publiquei no Recanto das Letras o período que se segue:

“Traição e deslealdade são diferentes e incompatíveis, sendo aquela o rompimento ou violação da presunção do contrato social e esta a falta de amor, respeito, amizade sincera e consideração ao próximo. Por isso: Perdoa as tuas próprias fraquezas, desconfianças e inconsequências. Só assim terás hombridade e ânimo para perdoar os teus algozes.” — (Wilson Muniz Pereira).