A VIGANÇA DOS NETOS

As 18 horas ouvia-se a “ave Maria” nas poucas e raríssimas emissoras AM, logo depois uma turma de freiras fazia um programa infantil e um palhaço chamado Carequinha ensinava que “um bom menino não faz xixi na cama, não faz malcriação, vai sempre as escola e nas escolas aprende sempre a lição”, ouvia-se então a história do lobo mau e do chapeuzinho vermelho, e as cantigas “atirei o pau no gato- t-o-tó”, aí minha mãe passava pelo corredor com dois penicos branquinhos na mão em direção ao nosso quarto já falando baixo e incisivamente:

- Hora de dormir.

Não é que eu dormisse logo, ouvia as histórias de terror contadas pelos meus avós, abraçados na calçada de casa, rodeado de vizinhos em eternas exclamações de espanto e terror, eu tremia me cobrindo dos pés a cabeça, mas curioso, continuava a ouvir, logo mais eu estaria tendo pesadelos com as ditas histórias, sofria de doença nervosa e tomava injeção todo santo dia.

Na Escola particular a professora sabatinava a turma, nos punha em frente ao bureau dela, já com uma dúzia de “palmatórias” em cima da mesa, em semi círculo nós respondíamos as perguntas de D. Zezé:

- quanto é 35 mais 99?

- Diga o ABC todo

- Quem foi Duglai Troim?

- Quem foi Calabar, quem ele traiu?

- Onde Fica a Groenlândia? Em que continente?

- Quem Traiu Jesus Cristo?

- Quem foi o rei que mandou matar todas criancinhas recém nascidas masculinas na era em que Jesus Nasceu?

E por aí ia, uma perfeita mistura de hoje de ensino primário com ensino médio e alguma coisa que não se dá hoje só nas universidades. Mas sabíamos tudo, alguma “decoreba” era necessário para a mente apreender toda extensão do alfabeto e coisas assim.

A Tarde depois do almoço, minha avó preparava o lanche, e nos levava ao Grupo Escolar D. Pedro II, na Praça Deodoro, onde as matérias eram mais “leves” e as exigências eram parecidas com a D. Zezé mas brandas talvez.

A noite minha mãe chegava da Escola dela, depois de ter passado por dois escritórios de contabilidade, um curso de taquigrafia, um curso de telegrafista Morse, um curso de datilografia e um curso de arte culinária, de ensinar história geral numa escola e fazer faculdade a noite. Tudo isso em menos de 24 horas 5 dias por semana, apesar de alguma coisa sobrar inteira para os sábados. Domingo era dia de sabatina familiar, minha mãe já deixava os questionários prontos, baseados em nossos cadernos escolares, e domingo ela lia as respostas, tirou menos de 8? Então ficava de castigo de joelhos com uma c adeira na cabeça e não ia para a praia com ela, entre outras coisas.

Os Castigos eram assim mesmo, palmatória vivia pendurada na parede da cozinha junto ao chicote de três tiras para nos lembrar que “um bom menino não faz malcriação”. E ficar de joelhos sobre milho ou feijão, ou com cadeiras na cabeça era normal. Só não nos deixava sem dormir na hora certa e comer na hora certa. Éramos então dois meninos, eu com 4 cruz de sífilis, herança de meu ausente pai, sempre com as pernas em mil feridas, e os braços e o bum bum doendo eternamente frente as injeções diárias. Meu irmão mais sortudo, sempre a brincar onde eu não podia ir, o quintal com sua areia preta era um veneno para minhas pernas pipocadas de inflamações.

Claro que ir brincar nas ruas estava fora de cogitações.

Nós tivemos esta liberdade aos 11 anos na Rua Caramurús,no bairro do Prado, quando minha mãe casada pela segunda vez, morando com o Sargento Bombeiro, não tinha mais minha avó para segurar as rédeas da criação, e nascia então minha irmã. Minha mãe vivia doente, antes era uma vesícula preguiçosa que clamava por ambulâncias semanalmente à nossa porta, depois uma crise nervosa que terminou em cadeira de Rodas e uma viagem ao Rio de Janeiro onde ela se hospedou no Hospital dos Servidores. Então ela já era funcionária dos Correios ou DCT. Num natal eu ganhei um brinde (um vidro de brilhantina Glostora) num joguinho de esqui e fui levar para minha mãe, encontrei com os músculos dos ombros à altura do queixo. Fui imediatamente no Sandú e trouxe a ambulância.... adeus Natal.

Eu amo de coração e alma a minha mãe, hoje fugindo da real e do passado de sofrimentos e nada alegre com uma providencial ALZAIMER. Hoje não tenho como retribuir tanto esforço e sofrimento para nos criar como homens de bem, com honestidade e com um livro de ética aberto sobre nossos olhos eternamente. Não foi a Palmatória, o Chicote, Ficar de Joelhos que me transformou num monstro. Eu seria um monstro se tivesse queda moral para tal independente da criação imaculada de minha mãe.

Hoje eu abro a Internet e vejo a notícia que um bando de jovens ainda pré adolescentes queima a escola, tranca professores em banheiros e pela segunda vez, toda hora me deparo com algum crime incrível praticado por menores que vão da faixa de 8 a 18 anos.

Hoje eu abro a internet e vejo que o Governo pretende promover leis que liberam os jovens de 12 anos a terem relações sexuais consentidas, consensual. Enquanto não podem responder criminalmente com menos de 18 anos (até 01 minuto antes de completar 18 anos), pode votar eleger quem vai arrombar de vez com a nação, vez que eles nem sabem como os analfabetos, em quem estão votando. (Meu filho votou para diretora, na mulher que deu um terno de camisa para seu time), ou sabem que terão vantagens imediatas, porque perdidos os valores morais, eles partem mesmo para ganância egoísta dos portadores de deficiência de caráter. Isso de nação, de pátria, não tem nenhum dimensionamento na sua mente, ele não foi treinado para tratar destes assuntos. O que vale é dinheiro agora. De preferência sem derramar os tais suores de otários trabalhadores; para as drogas, agora, que o mano ali dispõe a qualquer hora 24 horas.

Nossa legislação, o Livro do mal ou código da criança e do adolescente, está realmente respondendo aos nossos avós: A Lição da escola não é precisa e nem precisa aprender porra nenhuma, não tem prática diária no mundo seu (das drogas, crimes e roubos), então para que escola.

- “O Rei (Presidente) ensinou que pode ser presidente sem estudar porra nenhuma e tenho orgulho de dizer “NÃO ESTUDO NÃO SOU OTÁRIO”.

- Posso matar conforme orientação do Mano, que não vou responder a porra nenhuma, o mano garante até advogado mano nosso, posso cometer roubo, trepar com aquela vadia metida a besta porque estuda em universidade, é só derrubar a vadia depois desaparecer com o corpo dela, queimando e enterrando. Se for pego não vai dar em nada. A FAMILIA? É de bundões que tremem só da gente dizer = é um assalto mano, perdeu, mesmo que a gente num mostre arma nenhuma. TODOS SÃO OTÁRIOS COVARDES, a família da vadia é composta de otários covardes que vão apelar para a justiça ah ah ah ah ah ah ah vão gastar grana com advogado, panfletos nos postes e o diabo, e eu já comi a vadia, sei onde está, e fico olhando os Otários chorando como “mulherzinha” em cadeia no primeiro dia em que arrombam sua porta de traz.

Não parece, é, uma vingança da sociedade contra o sistema de educação dos nossos avós, apagaram tudo que havia de bom em nome de alguma coisa que parecia e podia ser mau. Mas que era em essência, pouquíssimas coisas e arrisco a dizer no caso de minha educação: nenhuma. Trocaram o sistema de ensino público e privado, elevaram-se tecnologicamente, perderam a autoridade e a moral, ensinaram liberdade e caíram na ratoeira da liberalidade, sem freios, sem mãe em casa, sem orientações, o Moleque cuja a babá tem filhos traficantes, o moleque que está rodeado de moleques aviãozinhos do tráficos na sua comunidade. Tem pela frente o futuro que se lhes preparam estes adultos que se revoltaram com o SISTEMA DOS NOSSOS AVÓS e não colocaram nada melhor, muito menos ou pelo menos, IGUAL.

E NO VÁCUO DA FALTA DE AUTORIDADE E DA LIBERALIDADE GERAL, nadam gramicista governamentais, dando exemplos picante de como é ser bandido e estar no poder.

E como quereis vós que vossos filhos te ouçam. Somos nós os culpados de culpar nossos avós, nós que elegemos a Esquerda Total, começando pela Esquerda Intelectual do Plano Real, foi uma entrada a vagar, triunfante: UM OPERÁRIO QUE VIROU PRESIENTE, uma chamada digna de um filme hollydiano, mas a realidade se impunha, nós elegemos uma turma de ignorantes culturais com uma meta fixa, dinossauriana mas fixa, se imaginaram OS TAIS, e como tal com direito a indenização por estarem sempre atrás do poder sem conseguir; Começaram por roubar descaradamente a nação, comprar a tudo e a todos, compraram a ética dos seguidores úteis mas enganados, alguns pularam fora, outros continuam mesmo sabendo da gang que se apoderou do Brasil. Sabemos agora que o final não pode ser feliz, em tudo que eles tocam fica vermelho vivo putrefado, exemplo de todas más administração, a Petrobrás será o exemplo maior? Mas já é tarde. Conseguiram corromper a família, comprar homens honestos com esmolas sociais, comprar a Justiça, a polícia, o parlamento, as instituições em geral, as ONGS como a OAB se ajoelham a ti, os canais com concessões públicas não são mais nossos, mas a serviço do PT. Nossos filhos não são mais nossos.

Na ânsia de culpar e punir nossos avós, nós nos perdemos e não temos nem eles para nos socorrer. VALEI-NOS CRISTO.