CIDADE SEDE_É FANTÁSTICO!
O noticiário diz que, de acordo com estudos feitos por um grupo de mexicanos (acho que foi isso), em Fortaleza são 72 homicídios por 100.000 habitantes. Eu deveria me chocar com isso? Sigo assistindo a reportagem.
Mas, ao ouvir na mesma reportagem que a Organização Mundial da Saúde – OMS considera que acima de 10 homicídios por 100.000 habitantes há uma ‘epidemia de violência’, a ficha cai. E embora não seja a Matemática o meu forte, faço minhas contas e aí, sim, choquei! Temos, sim, “uma situação que não é de conforto”.
No Estado a soma de 58.000 foragidos. O absurdo número de 25 assassinatos em Fortaleza, só no carnaval (imaginem se entram todos nessa estatística). Somos o segundo lugar no Brasil no rol das cidades mais violentas. E ocupamos a sétima posição no mundo. Teremos visitas ilustres em pouco tempo... e agora? Somos “cidade sede!”
Na minha ignorância assumida, eu sei que o problema é bem maior do que podemos imaginar. E não há um culpado, como se costuma apontar. Há uma complexidade de fatores envolvidos.
Mas, à parte qualquer crítica, o que realmente me incomodou foi o “hino do sertanejo” tocando de fundo para a reportagem, ao chegar a vez de Fortaleza. Não entendi nada. Entre a matéria que falava da primeira cidade mais violenta, Maceió, e a segunda, Fortaleza, o som da sirene de uma viatura da polícia, seguido de “Asa Branca”... “quando olhei a terra ardendo, qual fogueira de São João...” Luiz Gonzaga não merece isso. Quanta insensatez! Não sei nem se consigo dormir hoje pensando nisso.