Por que julgamos tanto os outros?

Com certeza é sempre mais fácil e confortável, criticar aos outros, mas nunca a si próprio.

Ultimamente, algo tem inquietado-me muito, fiquei me questionando por que temos tanta facilidade em julgar e não temos a mesma sensibilidade em enxergar nossos próprios erros?

Dediquei bom tempo nesta intrigante inquietação e claro não cheguei a nenhuma conclusão clara, mas gostei de refletir sobre alguns fatores que nos fazem ter esta tendência:

Temos uma questão física, quase comum de ficarmos como expectadores e observadores daquilo que acontece a nossa volta, principalmente com os outros.

Voltamos nossos olhares e atenções demasiadamente para fora, para o exterior, mas, não conseguimos olhar e observar dentro de nós e/ou para aquilo que se passa em nosso interior, com a gente.

Portanto, sempre mais fácil e confortável, criticar aos outros, mas nunca a si próprio. Assim fica mais “simples” enxergar um pouco do que acontece nos momentos em que quase involuntariamente disparamos comentários (ou pensamentos) às pessoas, às suas ações e ao seu conjunto de comportamentos e atitudes.

A todo o momento, acontecem situações que tendem a nos colocar em posição de juízes, de jurados ou de promotores (os advogados de acusação), mas, se nos percebemos na situação de réus, rapidamente nos sentimos “injustiçados” ou ao menos nada preparados para estar naquela condição e situação.

Quem tem capacidade de julgar com facilidade, deveria ter a facilidade e a dimensão da compreensão de que a análise que fazemos, na maioria das vezes também serve para nós, pois nos encontramos na mesma condição humana do acerto e do erro, que igualmente fazem parte do mesmo ciclo: errar, aprender, corrigir e crescer, compreender, perdoar, aceitar e evoluir...

Estes dias aqui nas Minas Gerais, assisti a um esplêndido pôr do sol. Anoiteceu e é certamente maravilhoso ver a paixão que a lua tem pela noite, diferente de ontem, mas para muitas pessoas será apenas mais uma noite igualzinha as outras.

Que perde tempo julgando os outros, não tem tempo de contemplar a natureza, criação divina, que enche-me os olhos, aquece-me o coração e alivia-me a alma.

Que tal pensar nisso?