MANIFESTAÇÕES, BLACK BLOCS E VIOLÊNCIA

Sempre comentei com quem discutia a respeito das manifestações de junho que o movimento ansiava por um cadáver, de preferência vítima de algum policial truculento (e há muitos), para exibi-lo. Infelizmente isto ocorreu agora e os autores aparentemente são dois jovens, provavelmente ligados à tal estratégia “Black Bloc”. Santiago Andrade, cinegrafista da Band, foi morto covardemente no exercício de sua profissão, atingido pelas costas por disparo de um rojão quando nem sequer podia se defender. Pessoalmente tendo a achar jornalistas muito corporativistas, como quase todas as profissões. Então, a repercussão será grande.

Quem se dispuser a recordar há de se lembrar de outros casos que resultaram em mortes, havidos no mês de junho/2013, como o atropelamento de um rapaz em Ribeirão Preto, de uma gari em Belém/PA após inalar gás lacrimogêneo lançado pela polícia durante manifestação e de dois rapazes que caíram de um viaduto em Belo Horizonte/MG. Talvez, infelizmente, outros ainda virão.

Desde o primeiro momento, excetuando os protestos ligados ao movimento “Passe Livre”, considerei estas manifestações destituídas de algum sentido claro. Mais me pareciam (e continuam parecendo) uma multidão inorgânica, engrossada por alguns militantes radicais sem muita clareza de direcionamento e por jovens do que eu costumo chamar de “classe média burra”, dispostos mais a usar músculos que cérebros. Os tais “Black Bloc” aproveitaram-se desse vácuo e se lançaram depredando equipamentos públicos, queimando bancas de jornal (um dono de banca é um capitalista?), caixas eletrônicos, estações de metrô, etc. Tudo em nome de um suposto movimento anarquista. Pergunto: se o estado for “superado”, como eles parecem pregar, o que viria para substituí-lo? Se algum defensor dessa tática quiser me responder, agradeço.

Agora, com a tragédia que vitimou Santiago, espero que as autoridades deixem de lado a leniência e, desculpem-me se pareço radical, criminalizem esse movimento “Black Bloc” (originalmente uma tática adotada por jovens alemães para defender sem tetos da violência policial em protestos por moradia), pois já passou da hora de se dar um basta a esses atos de vandalismos perpretados em meio às manifestações que, concordemos ou não com elas, são garantidas constitucionalmente.

Por último gostaria de deixar claro que sou terminantemente contra violência policial, outro câncer dessas manifestações que precisa ser discutido de maneira séria.

Cleo Ferreira
Enviado por Cleo Ferreira em 11/02/2014
Código do texto: T4686496
Classificação de conteúdo: seguro