Queixas

Queixas

Como diz o Caetano na canção: “Você pensa que eu tenho tudo E vazio me deixa Mas Deus não quer que eu fique mudo E eu te grito esta queixa”. Queixar-se é viver. Quem não se queixa, assim deixa (essas frases eu inventei agora, eu acho). As pessoas seguidamente falam muita coisa pra mim na rua, depois que eu comecei a escrever essa coluna assinada e com foto. Coisa da força do jornal impresso, que repercute muito entre as pessoas.

Recebi há alguns dias essa queixa do cliente da CEEE Charles Luiz Lorenz da Silva, via sua esposa Erika Souza, pelo Facebook: “Bom dia! Vou usar a sua coluna para expressar a minha indignação contra a CEEE. Faz mais de 12 horas que a minha casa esta sem luz, liguei para a central de atendimento da mesma para fazer o comunicado. Para começar fiquei quase meia hora para que uma máquina me atendesse e para escolher uma opção, depois uma pessoa me atendeu e me informou que somente eu é que estaria fazendo a reclamação da falta de energia - 'É obvio, era na minha casa o problema!' - mas me mantive calma. Aí ele me informou que iria ficar numa lista de prioridades. Depois disso tentei vários contatos e só me mandavam aguardar, só que estou aguardando até agora e nada, perdi tudo que tinha na geladeira e para a minha ceia de réveillon, sofro de bronquite e guando fico nervosa fica mais forte, moro ao lado de uma reserva florestal e ficamos com medo de ser assaltados pois estamos às escuras. Isso que esta acontecendo não pode ficar impune, nós, cidadãos que pagamos muito caro pela luz, temos que tomar providências jurídicas nesses casos, se ficarmos omissos a isso, nunca vão mudar, ficam te mentindo e te enrolando e agente fica com cara de paspalho sem poder fazer nada. Fica aqui então o meu repudio contra que gosta de cobrar e cobrar bem e não gosta de atender e de prestar um serviço decente”.

Não são somente o Charles e a Érika que se queixam. Eu também. Gosto de andar de ônibus, era bem criança e já nutria uma relação de afetividade com o Expresso Vitória, pois sempre adorei andar de ônibus. Mas eis que em 5 de maio do ano passado, um domingo, aconteceu essa comigo, que eu publiquei no Face da empresa (resumi e omiti os nomes): “Bom dia pessoal do Expresso Vitória. Queria fazer uma reclamação: fui deixado na parada, hoje, pelo ônibus das 06:00h, linha Charqueadas/Porto Alegre. Estava com passagem comprada no dia anterior, poltrona 31, bilhete nº 189503, e o referido ônibus não parou no ponto situado junto a Área Residencial da PEJ. Eu estava, com outro usuário (sr L, bombeiro particular em PoA), desde às 05:50h, bem à frente da parada, visível, fiz sinal, o carro fez menção de diminuir e depois prosseguiu, para nossa surpresa. Liguei para a Rodoviária de Charqueadas, que passou o nº de telefone do fiscal sr G, para o qual eu liguei duas vezes informando o fato, sendo bem atendido. Na chegada a PoA, vindo no ônibus das 06:45h (utilizando o mesmo bilhete) contatei a fiscal sra R, que já sabia do fato e, após esta pedir desculpas pelo acontecido, informou-me que, ao interpelar o motorista, havia sido informada pelo mesmo de que o motivo era devido ao ônibus estar lotado. Ora, era uma linha comum e eu estava com passagem comprada, não poderia ter sido tratado dessa forma! (…) No aguardo de resposta”. A queixa está lá até hoje, mas não recebi retorno pela rede social ou por outra via.

Para finalizar, lembrei de outra canção, agora do Raul: “Mas é que se agora, pra fazer sucesso, pra vender disco de protesto, todo mundo tem que reclamar Eu vou tirar meu pé da estrada, e vou entrar também nesse jogada, e vamos ver agora quem é que vai güentar Porque eu fui o primeiro e já passou tanto janeiro, mas se todos gostam eu vou voltar”.

Publicado no jornal Portal de Notícias.