A Novela Acabou
Acabou, mas logo vem outra, porque não se vive mais sem novela. O telespectador quer ver as cenas de personagens que com ele se identificam. E há gosto para tudo: traição, crime, vingança, amor, ódio, perdão, preconceito e, no meio de tudo isso, uma boa dose de humor. Não é à toa que milhões de pessoas são escravas de “telinha”. E o autor, levando em conta a audiência e a pesquisa de opinião, vai adaptando seu texto, sempre na expectativa de um final feliz. Aliás, feliz para uns e para outros nem tanto. No emaranhado de tantos personagens, com os mais diferentes comportamentos, alguém tem que sair perdendo, assim como também na vida real. Paga-se pelo que se faz. Esse é o cuidado que tem o autor para não privilegiar o personagem sórdido, sob pena de causar revolta ao telespectador. Entretanto, assim como na vida real, o personagem não é cem por cento mau, nem cem por cento bom. É uma característica do ser humano ter virtudes e defeitos. Já dizia Platão: “Deus ao criar o homem fê-lo imperfeito. Se o fizesse perfeito, teria feito a ele Deus, e o homem não existia.”
Que atire a primeira pedra o telespectador que não se identificou com nenhum dos personagens, nas virtudes ou nos defeitos. Com certeza, o autor da novela a projetou, mirando o público brasileiro.
Quem achou que não, que assista a próxima.