O problema do relativismo
A entrevista com o rabino Jonathan Sacks nas páginas amarelas da revista Veja chama a atenção para um fato que tem piorado nos últimos anos: o problema do relativismo moral. Na entrevista, o rabino, formado em Filosofia, discute ateísmo, ética e de que forma o judaísmo contribuiu para cimentar valores na cultura ocidental, lamentando que, atualmente, as pessoas não se guiam mais por um parâmetro moral e relativizam tudo. Infelizmente, temos que concordar com ele. Hoje em dia, é cada vez mais comum vermos pessoas que não pensam no bem comum, apenas nos próprios interesses, colocando-os acima dos limites éticos e mesmo legais.
Segundo o rabino, uma das consequências é a desagregação das famílias. De fato, nunca vimos tantos divórcios antes, o que poderia ser efeito das pessoas quererem apenas o lado agradável da vida a dois, não o lado desagradável, que inclui aprender a conviver com os defeitos do outro e dividir responsabilidades.
Ainda que o rabino se paute pelos valores e filosofia do judaísmo, suas ideias são úteis mesmo para os que não têm religião ou mesmo não acreditam em Deus, já que ele chama a atenção para valores básicos como o respeito aos direitos dos outros, a tolerância e o senso de dever, mostrando que nosso mundo precisa de valores sólidos.
Seria bom que todos os que lessem essa entrevista acordassem para o fato de que a busca desenfreada pelo prazer que tem contaminado as pessoas deste mundo é o que o está desagregando. Todos nós precisamos pensar no bem de todos.