O Custo da Corrupção
Na maioria das vezes, a sociedade nem avalia o que se poderia fazer com a quantia desviada pelos corruptos. Então, a imprensa, para dar maior clareza dos números, faz algumas comparações. Daria para comprar tantos veículos zero quilômetros, comprar tantos apartamentos, construir tantas escolas e contratar tantos professores, construir tantos hospitais e contratar tantos médicos, recuperar tantos quilômetros de estrada, entre outras comparações. Só assim tem-se a ideia do tamanho do rombo. Para não ir tão longe, lembro de um caso aqui em nossa pequena e pobre Alagoas, cujo rombo correspondeu ao dobro do que se gastou numa duplicação de uma rodovia, obra da maior importância não só para o alagoano, mas também para o turista. A rodovia liga Maceió às praias mais famosas de Alagoas, a exemplo das praias do Francês, da Barra de São Miguel e do Gunga. Estas as mais visitadas pelos turistas que se hospedam em Maceió, pela sua relativa proximidade.
Posso estar sendo cansativo por tanta repetição do tema corrupção. Até poderia desistir, se pensasse no adágio de que “uma andorinha só não faz verão”. Mas prefiro ficar com o outro: “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”. Se cada um der o grito de sua indignação, quem sabe um dia a coisa pode mudar.
Madre Teresa de Calcutá, quando alguém dizia que a sua luta era em vão, diante do tamanho do sofrimento da humanidade, ela, sabiamente, respondia: “Sei que a minha ajuda é um pingo d’água no oceano, mas sem esse pingo o oceano seria menor”. Assim, não custa cada um fazer a sua parte, dando o seu grito de indignação, para que “eles” possam um dia acatar os reclamos das ruas.
No último ranking mundial sobre a corrupção, o Brasil caiu um pouco, mesmo estando ainda lá em cima. É possível que de pingo em pingo possamos esvaziar esse mar de lama. Já peguei o meu balde. Espero que cada um pegue o seu.