Por um Feminismo Voluntarista

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No decorrer dos últimos séculos, iniciou-se dentro da sociedade um gradual processo de relativização moral. Isso fez com que paradigmas existentes dentro da sociedade fundamentada por valores judaico-cristãos e positivistas fossem quebrados, o que gerou espaço para o necessário surgimento de novas formas de organização social, condizentes com o novo cenário.

Nesse momento de transição, um dos mais importantes temas a ser debatido e re-estruturado é o papel da mulher dentro da sociedade. No entanto, não se deve cometer o erro do passado e definir uma maneira igual para que todas as famílias se comportem. Isso porque é melhor permitir às pessoas que definam sua própria maneira de conviver, uma vez que todos os humanos são indivíduos, dotados de peculiaridades e individualidades. Logo, determinar que todos devam agir do mesmo modo é como tentar negar nossa natureza, em cada qual particular.

Dito isso, torna-se interessante observar como funcionam a maioria das relações interpessoais. Ao invés de estritamente voluntárias, com dois ou mais cidadãos definindo, juntos, as regras de seu acordo, há diversas interferências por parte da sociedade como um todo e da lei. Assim, no lugar de permitir que dois indivíduos relacionem-se de forma livre, sem prejudicar outros, são criadas diversas restrições de ordem moral e legal que impedem o desenvolvimento da melhor forma de convívio entre duas pessoas cheias de particularidades.

Sendo assim, é inútil formular um novo código a ser seguido por uma família ou uma mulher. Uma forma muito mais eficiente e inteligente seria permitir que cada um, em busca da felicidade, achasse seu próprio modo de agir, seja esse com o homem fazendo as tarefas domésticas, ambos, ou somente a esposa. Afinal, cada indivíduo é único, e, por conseguinte, toda associação formada por esses também é.

Além disso, observa-se, ainda: que o machismo, dentro da maior parte da sociedade, de fato existe; para grande parte das mulheres, ter que realizar sozinha diversas atividades relacionadas à casa e aos filhos é algo opressor; ser criado por um modelo repressor de comportamento, que restringe liberdades e prazeres, é algo sem propósito.

Contudo, a crítica não se dá contra aqueles que lutam contra esse modelo, mas sim contra os que acreditam na substituição desse paradigma por outro, diferente. Isso porque o problema se encontra na própria regra, a existência de um modo, inflexível, ao qual todos devem seguir. Como dito anteriormente, pessoas são diferentes, e um jeito de viver que serve para um não servirá para outro. Logo, o feminismo não deve focar em destruir a estrutura contemporânea para substituí-la por outra, em que esposas são necessariamente iguais aos maridos, mas sim quebrar essa estrutura, para que relações voluntárias, espontâneas e diversas possam surgir, agradando aos diferentes indivíduos que formam uma sociedade pluralista.

OtavioZ
Enviado por OtavioZ em 08/12/2013
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