O MUNDO VIRTUAL

Chegamos a um momento histórico no qual temos a possibilidade de estabelecer contato, pela internet, com pessoas das diversas partes do mundo, e em tempo real. Há aspectos positivos e negativos nesse tipo de relacionamento. Podemos conhecer pessoas que tenham as mesmas ideias, ideais, convicções, objetivos e a mesma compreensão de mundo que nós temos. Conhecemos outras culturas, outras visões de mundo, outros tipos de comportamento, tudo isso mediante nossos relacionamentos virtuais. Isso é bom. O diferente nos enriquece.

Através da internet, podemos conhecer o que se passa no mundo neste momento. Muitas pessoas encontram, ainda, companheiros para a vida inteira. Muitos relacionamentos dão certo. Através da internet, é possível, ademais, expressar as nossas ideias, ideais. Tudo isso é positivo.

Entretanto, é indispensável reconhecer, como antecipei, os aspectos negativos do mundo virtual. Convenhamos que não conhecemos bem quem está do outro lado, se nunca tivemos uma convivência física com essa pessoa. Por mais que pensemos conhecer essa pessoa, ela continua sendo um desconhecido. A foto que vemos, por exemplo, diz muito pouco ou nada a respeito do conhecido, namorado, namorada ou amigo virtual. Pode-se, por exemplo, postar uma foto que não seja de si mesmo. É possível, ainda, por meio dos recursos tecnológicos que temos, criar uma fotografia, uma imagem virtual.

Existe a possibilidade de estarmos nos relacionando, virtualmente, com uma pessoa do mesmo sexo, quando, na verdade, o que queremos é uma pessoa do sexo oposto. Ressalto que não estou fazendo um juízo de valor; não estou me posicionando a respeito das relações homoafetivas. Quando possível, evito esse assunto. O que destaco é o fato de o amigo virtual ser um desconhecido para nós. Às vezes, no entanto, o amigo é verdadeiro, fidedigno.

Ainda que a foto apresentada seja da pessoa com quem mantemos contato, essa fotografia pode nos enganar, pois a imagem nem sempre reproduz fielmente a pessoa fotografada. Até eu fico bonito em certas fotos (rs). A realidade, porém, é outra, mesmo eu gostando e amando (rs).

Não estou – observo – atribuindo um juízo de valor a uma foto; saliento o fato de que a foto pode nos enganar; o amigo virtual poderá mostrar o que não corresponde ao que ele é; a pessoa do outro lado pode não ser quem pensamos ou imaginamos que seja.

Qualquer pessoa, se quiser, pode criar vários perfis virtuais. Poderá ter vários e-mails. Poderá participar de vários sites de relacionamento e/ou culturais, com nomes e perfis diferentes. A pessoa talvez use, em dois sites, ou três, o mesmo nome; em outro (s) site (s), o nome é diferente.

Algum conhecido seu, ou meu, talvez crie um perfil falso, em inglês “fake”, para nos conhecer melhor, para nos inspecionar ou para ficar perto de nós. Talvez esse conhecido queira nos criticar ou elogiar e, sem máscaras, não tenha coragem. O mundo virtual dá coragem a quem, na vida real, não possui.

Talvez alguém crie um heterônimo ou pseudônimo para mostrar o talento que possui. Talvez queira mostrar o talento que nunca foi mostrado, por falta de coragem e/ou oportunidade. Tudo isso pode acontecer.

Eu, porém, prefiro me apresentar como sou: multifacetado, pois a psicologia afirma que somos assim. Isso é bom. O ser humano é complexo. Devemos assumir essa condição. É importante preservar o essencial. Todavia, as nossas características não merecem ser escondidas. Há pessoas que têm vários talentos. Isso é muito bom. Não devemos nos esconder. Podemos ser a mesma pessoa, mesmo tendo aspectos muito diferentes. Imagine alguém com habilidade para as letras e para os números, além de outros talentos. São coisas diferentes, mas características da mesma pessoa.

Conclusão: podemos usar a internet, mas não devemos ser ingênuos. É importante desconfiar, no bom sentido: tentar conhecer o mundo virtual, quem nele está, nossos "amigos". Evitemos, também, a paranoia. A virtude está no meio, dizia Aristóteles. Na internet, portanto, nem paranoia nem ingenuidade.

Quem sou eu? QUEM É VOCÊ? VOCÊ ME CONHECE HÁ MUITO TEMPO, OU NÃO?

Domingos Ivan Barbosa
Enviado por Domingos Ivan Barbosa em 03/12/2013
Código do texto: T4596962
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.