Uma nação sem rumo, com a população desconfiada em agonia.
Prólogo
“Traição e deslealdade são diferentes e incompatíveis, sendo aquela o rompimento ou violação da presunção do contrato social e esta a falta de amor, respeito, amizade sincera e consideração ao próximo. Por isso: Perdoa as tuas próprias fraquezas, desconfianças e inconsequências. Só assim terás hombridade e ânimo para perdoar os teus algozes.” — (Wilson Muniz Pereira).
A escritora Lya Luft escreveu para a revista VEJA que o país está doente; que nós perdemos nosso direito de ir e vir e pergunta o que há com nossas leis. Ela também percebeu que a polícia parece contida. Até nosso direito de nos defendermos, em casos extremos, é reprimido pela tal “Lei do Desarmamento” (Lei 10.826/2003) - da qual estão isentos os bandidos e apátridas.
Aliás, bandidos parecem ser os queridinhos de alguns dos meus coleguinhas residentes em Brasília e alhures, de muitas entidades e autoridades. Não sei como Freud explicaria essa preferência por quem preferiu viver fora da lei. Mas, enfim, a consequência ou resultado está no esfacelamento social desse gigante adormecido. A nação sem rumo, com a população em agonia, nos mais de 50 mil homicídios/ano faz de todos nós pessoas assombradas, desconfiadas, acometidas de sentimento aflitivo muito intenso e angustiante.
PAIS SEM LEI
Sob o tema “Pais sem lei” Alexandre Garcia escreveu textualmente:
“O Anuário recém-divulgado pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça, confirma a matança nacional: 50.108 homicídios dolosos no ano passado - 137 por dia. A Itália, que tem a Máfia, somou 594 homicídios dolosos no país inteiro, no mesmo período. A Síria, que tem guerra civil, registrou 41 mil mortes no mesmo período. Aqui no Brasil os homicídios equivalem à queda de um Boeing 737 por dia, todos os dias. No entanto, convivemos com a ausência de segurança; ou nos acostumamos ou pensamos que vida de brasileiro nada vale. No aeroporto de Los Angeles, sábado, tiros mataram um americano. Foi notícia. Os mais de 150 homicídios de brasileiros no mesmo dia (sábado é campeão) nem apareceram nos noticiários.”.
Minha conclusão e dedução mais racional: O bandido está certo. O policial está errado. O poder público não pode defender a sociedade e esta não pode se defender pela nítida comprovação da perda desse direito, em que pese o que preestabelece o artigo 23 e seus incisos, do Código Penal Brasileiro, sendo o mais cristalino o inciso II:
Art. 23, CP - Não há crime quando o agente pratica o fato: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).
I - em estado de necessidade; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).
II - em legítima defesa;(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).
Eis a grandiosa verdade: As autoridades cuidam do marketing que possa aumentar as chances de reeleição da presidente. Boa parte de nós (NÃO É O MEU CASO), brasileiros, está cuidando de torcer para o seu time de futebol ser campeão de algum torneio. Matam-se todos os dias por trivialidades, por discussões banais. Pessoas pensam e dizem entredentes: "Não é problema nosso.”.
POR QUE, NO BRASIL, O CRIME COMPENSA?
A banalização da violência, da discriminação social contra os desprivilegiados das classes menos favorecidas da pirâmide social, a anarquia ostensiva da classe política, a desídia do poder estatal, enfim, toda essa lamacenta podridão está me contaminando, fazendo-me permanecer por mais tempo do que Eu gostaria nesse recrudescente e malsão estilo de escrever.
Às vezes, em mim, na ocasião de lidar com as palavras, materializa-se a entidade agressiva (Característica de meu dicotômico Henrique), de temperamento beligerante, aguerrido, bronco ou tosco, sem papas na língua, hábil no ataque frontal, na ironia desmoralizante, no humor ferino, impiedoso, mas tudo sem vilipendiar os leitores discordantes.
Com o estilo difuso, mas contundente na forma e no conteúdo, esse meu Eu se digladia com as conveniências, a abrangência temática e a disposição para a correção do contexto. Por fim, vence o bom senso e o saber dosar da liberdade de expressão, o melhor uso da razão.
MEU DESEJO MAIOR: APROXIMAR-ME DAS PESSOAS
Mas não consigo. Há uma dificuldade latente na compreensão real dos meus propósitos. Algumas pessoas apenas veem, como uma radiografia nítida o meu lado financeiro, minha posição social, minha força no contexto profissional; minha habilidade em lidar com a escrita, com as palavras pronunciadas em ocasiões festivas. Essa é a dura realidade que preciso esquecer... Deixar de pensar e escrever!
Provavelmente sou um nefelibata ou uma fraude contemporânea tentando me imiscuir em um mundo novo, embora antigo para os que são capazes de escrever ensaios, crônicas, novelas, biografias, contos, ficção etc., sem o mínimo de erros em um desvão vetusto, com cheiro de mofo, frio e quieto de uma casa ou apartamento lúgubre, igual a minha mansão dos horrores existente na fértil imaginação de um cônscio dicotômico.
Será que vale realmente a pena: Estudar tanto? Ser honesto? Trabalhar tanto? Cuidar da saúde, praticar esportes, ser equilibrado, leal, sincero, discreto e verdadeiro; proteger a natureza, evitar o desperdício de alimentos e de água; reciclar o lixo, ser ordeiro, pacifico e educado; enfim, por que ser tão certinho, se a gente mais cedo ou mais tarde percebe estar sozinho e parecendo ser um tolo entre os espertos?
NINGUÉM CONFIA EM NINGUÉM
Ser agradável contagia e derruba qualquer cenho carregado, qualquer mau humor momentâneo, sofrimento da alma, degradação humana. Numa sociedade onde tantas palavras desagradáveis correm soltas aqui e ali, onde tantas reclamações e xingamentos, no trânsito principalmente, incendeiam os ânimos e machucam as almas, faz-se importante aprender a ser educado.
Ao visitar minha filha na cidade do Rio de Janeiro, nos meses de setembro e outubro deste ano assomei e sublimei momentos memoráveis. É ótimo ser sempre agradável independente da situação que estejamos vivendo, independente de como estamos sendo tratados e recebidos, de nossa saúde debilitada ou mesmo das decepções que vivenciamos.
Agindo assim, com afabilidade, filtramos o ambiente pesado do mundo, das relações interpessoais, e espalhamos o perfume da fraternidade que alimenta a esperança.
Como disse conheci pessoas boas, mas outras poucas extremamente desconfiadas. Parece que a regra geral é: “Não confie em ninguém” ou “Ninguém faz nada de graça para ninguém” ou “Cuidado: Há sempre um preço alto a ser pago por quem confia em alguém”.
CONCLUSÃO
Afirmo que é necessário aprender a amar, porquanto o amor também se aprende. Vivemos em um mundo sofrido, desnaturado, onde as provações são cada vez mais difíceis de serem suportadas pelos que não têm a realização do sentimento que se liberta do egoísmo, que se transmuda em compaixão, em solidariedade, em amor sem medo da culpa, em compreensão.
Todos sabem que: "o amor é um tesouro que mais se multiplica à medida que se reparte" (Citação), entretanto, digladiam-se os familiares, as famílias, os esposos, os amantes, os amigos, os patrões com os seus empregados, e até os que se desconhecem na busca irreprimida das realizações pessoais, alicerçadas na parvoíce, na cupidez provocada pelos objetivos irrealizados ou fracassos desmedidos, obliterantes, infames, interpessoais.
A condição humana ainda está em evolução e por isso não é fácil aceitar uma ofensa e conceder o necessário perdão. É muito difícil cultuar a afabilidade que alimenta a esperança. Não é fácil confiar em alguém por mais claras que sejam suas intenções.