Os prejuízos provindos das escolhas erradas.
Esta matéria não tem o fim de desprestigiar o jogador de futebol, mas sim citar os exemplos que a vida oferece, já que a missão dos mais experientes é passar para a meninada que muitas vezes é melhor a ação do que a intenção.
Refiro-me, como paradigma, ao episódio do jogador Pato do Corinthians.
Quem vai pagar o pato? Essa é uma pergunta que fazemos quando há alguma crise. Sucede que o próprio ditado popular acrescenta: “A corda arrebenta do lado mais fraco”.
Neste caso ‘quem vai pagar o pato’ é o Pato mesmo. Além disso, o ditado popular se repete já que o prejuízo já está aparecendo com a não convocação do jogador para o selecionado brasileiro. Ou melhor, o jogador que tem um dos melhores salários do país vai continuar ganhando o mesmo de sempre, porque a equipe corintiana não quis abrir mão de seu trabalho, mas, em contrapartida, sofrerá um declínio na carreira com a sua ausência da Copa do Mundo.
Pato não figura na lista de Felipão e, certamente, não figurará no grupo que irá disputar o mundial no Brasil. Era uma das posições que havia muita dúvida. O próprio jogador se encarregou de dar à Scolari a opção de retirá-lo da lista dos atacantes. Ou melhor, o seu gesto, ao cobrar aquele pênalti utilizando da chamada ‘cavadinha’ está lhe rendendo, ao invés, do estrelato (como esperava), uma grande dor de cabeça. Aliás, essa seria a consequência para o caso de a cobrança ser fracassada. Ele sabia disso, mas mesmo assim fez a opção desastrada que retirou seu time de uma competição nacional. Está pagando o preço.
Esse fato serve para reflexão. Isso é típico daquele jovem que, em busca de adrenalina, faz um ‘cavalinho de pau’ no veículo do pai. O carro tomba, ele sofre o risco de vida e o prejuízo do ato impensado o leva a ficar sem condução por um bom tempo, afinal, o pai vai perder a confiança e o filho ficará determinado período andando a pé ou de carona.
Serve também para aqueles jovens que recebem a proposta de um bom emprego, vão trabalhar, mas como querem curtir a vida não se dedicam como deviam no cumprimento do dever. Resultado: terão desperdiçado uma boa oportunidade de crescer na vida. Isso se chama displicência ou omissão. A ação vale mais do que a intenção. Se o Pato tivesse ido para aquele pênalti consciente de que sua entrega e sua dedicação na cobrança seria o elemento substancial da ação, mesmo que ele tivesse errado, ou o goleiro tivesse defendido, ele não teria o prejuízo que está amargando neste momento.
A vida é exigente. Quem desdenha dela acaba pagando preço alto pela irresponsabilidade. Isso é comum em qualquer meio de existência. Aqueles que lutam e se entregam ao que fazem são os que acabam tendo sucesso. Os ‘meias-boca’ que se apegam ao elemento sorte, é que vão abrindo espaço para os que levam a sério qualquer tipo de atividade.
Isso vale em qualquer setor da vida ativa. Por isso que um treinador quando se acha na iminência de escalar os cinco cobradores de pênaltis ele não se apega, exclusivamente, ao histórico dos treinamentos. Ele, na sua experiência de muitas disputas, vai perguntando um a um (no grupo de melhores cobradores), sobre aqueles que estão mais confiantes. Assim, de nada adianta o jogador se candidatar com falsa expectativa, pois esse será aquele com maior chance de errar. O mesmo se diz daquele que se julga o máximo e faz uma cobrança displicente. Quantas vezes já vimos a cena se repetir, já que existe jogadores que batem pênaltis sobre pressão psicológica. O melhor é deixar que outros jogadores, com personalidade mais calma, façam as cobranças.
Isso também se aplica na vida profissional distinta, já que temos muitos jovens e, eles, levados pelo impulso natural, são os primeiros a se oferecerem para aquilo que ainda não estão preparados. Entretanto, devem esperar um sinal de alguém mais experiente, visto que este, dotado de conhecimento mais abrangente, saberá indicar o melhor momento para se arriscar em determinadas funções de risco.