SACO VAZIO JÁ PÁRA EM PÉ?
Aqui vou desabafar minha opinião sobre o meu mais próximo entorno apenas baseada numa resenha sobre as principais notícias que recentemente vi na imprensa, sempre usando do meu direito de cidadã.
A princípio desabafo minha perplexidade da semana a me perguntar:
Meus Deus, como chegamos até aqui, ao atual estado social de coisas?
MAIS FÁCIL SERIA NÃO TER CHEGADO.
E qual seria a resposta à pergunta mais difícil: Como sair da convulsão social QUE SE ESPALHA PELO PAÍS?
Na medicina, convulsão neuronal se trata com anticonvulsivantes, e qual seria hoje o nosso anticonvulsivante social de emergência, o mais eficaz?
Não saberia dizer porque reeducação social para a devida recondução dos nossos caminhos, demandaria por muito tempo.
Vivemos um impasse de gestão.
E por falar em educação, há tempos venho me perguntando sobre o tal paradoxo de qualidade educacional, o degrau díspar que há muito existiu entre o ensino público, do fundamental ao médio, que antecede a entrada na universidade pública.
Sempre foi preciso muito investimento financeiro da classe média para se conseguir uma cadeira na formação pública universitária, e eu nunca entendi porque a queda do nível educacional não nos aparecia na qualidade das melhores universidades do país, já que educação é resultado progressivo dum todo nunca segmentado.
Parecia milagre incongruente de maquiagem estatística, e não deu outra!
Por exemplo, a USP e a UNICAMP, dois maravilhosos e mundialmente reconhecidos centros de excelência em formação universitária, bem como em pesquisa, o sonho de todo estudante aplicado nos estudos, infelizmente , até eles estão na berlinda do descaso com a educação, um descaso que nos destrói social e progressivamente .
Posto que ,nessa semana, obtivemos a mais que esperada informação lógica, a de que as duas universidades públicas sequer configuraram seus antigos méritos, os de pontuarem entre os melhores duzentos centros de ensino universitário do mundo.
Obviamente que nossa triste queda não se fez da noite para o dia
Que pena, triste mesmo! Não dá mais para esconder nossa realidade: morremos na praia da educação só discursada como prioridade ao longo dos discursos politicos.
Com o passar dos últimos tempos percebo que, a despeito de cada vez mais esvaziarmos os bolsos e os nossos sensos de esperança política via progressivo aumento de contribuição de impostos, estamos cada vez mais pobres naquilo que nos é de mais fundamental: a construção duma sociedade preparada, logisticamente autônoma, auto-sustentável em conhecimento e em tecnologia próprias para o enfrentamento dos novos tempos, na nova ordem mundial que se delineia no planeta.
O descaso com a educação no Brasil impactua drasticamente em todos os setores da nossa vida cidadã .
Como ter cidadania sem educação?
Eu não sei se posso mesmo escrever minha opinião, mesmo assim vou escrevê-la, porque também sinto que alguma coisa muda na nossa liberdade de expressão atual, todavia, sinto que caminhamos nitidamente para trás enquanto sociedade que se diz emergente.
Ao contrário, parece que submergimos semi-afogados cada dia mais, nas sucatas sociais que todos os dias a imprensa nos mostra.
É destruição de patrimônio público para todos os lados, em progressão geométrica.
Como pagar uma conta tão alta em prejuízos evitáveis com o trabalho de todos nós?
Decerto que deixaremos um grande passivo social às próximas gerações.
Nossa pobreza holística se expande e não se trata apenas de pobreza de ordem material.
Sinto que não sabemos cuidar do que é nosso, que triste!
Como os governos não geram dinheiro, e nem poderiam, porque o dinheiro duma Nação sempre provém do trabalho coletivo dum povo, do trabalho de cada um de nós, então preparemos nossos bolsos, os trabalhadores do Brasil, apenas para consertarmos os prejuízos do descaso, com o aumento dos impostos a tentar recompor o trágico desfecho social da nossa atual bagunça institucionalizada.
Depredações acontecem para todos os lados, a nossa cidade e o nosso Estado (nada diferente do Brasil) dá nítidos sinais de exaustão gestora, a de que já não há subterfúgios técnicos bem empregados para conter a violência social, de gênese antropológica muito crônica e complexa entre nós, mas que tem como alicerce principal a negligência educacional como modus operandis contínuo na manunteção da nossa convulsão social.
Por aqui, nada escapa ao retrocesso, só o discurso politico progride.
Liberdade e Democracia são confundidas com bagunça e autoridade na manutenção da ordem pública , a de interesse da coletividade, é encarada como repressão.
Assim fica impossível a paz e o cresciemnto sociais.
Sem educação, inclusive para embasar a gestão de recursos vários...não nos haverá solução.
Afinal, querem ou não querem educar e alavancar nossas cidades, nossos Estados, e consequentemente o nosso país?
Enquanto isso vamos pagando pelas diversas destruições do aparato público ocorridas em massa sem a possibilidade de se vislumbrar um futuro promissor: Monumentos pixados sem dó e respeito pela nossa história (Sampa gastará doze mil reais só de solventes para limpar a tinta vermelha lançada no MONUMENTO ÀS BANDEIRAS DE VITOR BRECHERET), IPTU assombrador nos ronda em Sampa,, mais alguns bilhões do Estado para se descontaminar o terreno aonde foi construída a USP da Zona Leste (mas quem autorizou assentar uma universidade sobre um aterro sanitário contaminado? ) Reitorias da USP e UNICAMP reféns dos universitários, museus encupizados, calçadas esburacadas, trânsito travado, asfaltos esfarelados, equipamentos públicos de saúde e de educação fisicamente sucateados e deteriorados em qualidade de serviços, lixo disseminado, transporte público desumano, violência assustadora pelas ruas, inflação disparada, défcit em saneamento básico a céu aberto, analfabetismo assustador e algumas mídias ainda vendendo a felicidade do populismo instaurado e implementado com os temas insuflados nas telas, principalmente aos finais de semana quando o povo mais sofrido se liga na televisão.
Cenário triste o nosso...
Com a deseducação que promove as inconsciências talvez fosse mais fácil suportá-lo...sem dor.
Todavia, continuam os ingressos gratuitos a todos os nossos perenes circos, enquanto o pão a cada dia mingua sob os discursos que apenas prometem futuros promissores.
Querem que tenhamos acesso à cultura. Ok, então urge melhor preservá-la para que todos possam desfrutá-la...a tempo das tantas destruições...porque preservar a história também passa por hábito cultural dum povo.
Vivamos o bom tempo que passa como o vento, aliás.
Esqueceram de avisar os caríssimos gestores que nenhum saco vazio pára em pé!
Só não vê nossa tragédia quem não quer, posto que a nossa queda social, a da qualidade de vida, é vertiginosa.
Só não sente quem, no aturdido surreal do nosso dia a dia, morre na praia do direito básico surrupiado do todo, sem instrumentos de comparação entre o ruim e o pior, ,cujos sofridos sensores são desensibilizados, encharcados pela nossa avassaladora marolinha que por ora morre na praia das ilusões ,depois da mutação da nossa mais que plantada tsunami social.
Sempre termino meus textos em oração pelo Brasil.