O PODER DAS MULHERES
 
NO PROCESSO DE TOMADA DE DECISÕES



 
As decisões tomadas pelas mulheres são, na maioria das vezes, tão acertadas que, muitos poderão concordar comigo em que elas são divinas mensageiras. Muito além de serem exemplares, suas atitudes são também importantes, sábias e elevadas, por isso elas alcançam altos patamares, o que lhes conferem o poder que exalto proveniente de conquistas merecidas. A História comprova-nos esse fato. Vejamos alguns exemplos do que vos falo.

Com certeza, você já ouviu falar de Maria. Essa mulher tem, até hoje, o poder de movimentar multidões em romarias, desde quando ela deu uma resposta afirmativa ao anjo Gabriel. Seu sim corajoso em aceitar ser a porta de entrada do Emanuel, o Deus conosco. A partir de então, o nascimento Dele é lembrado como sinônimo de alegria, paz e salvação espiritual. Sua intervenção foi fundamental na primeira ação do poder de Jesus, pois apesar de ele ter respondido que não era chegada a hora, ela insistiu e decidiu ordenar: _ Fazei tudo o que ele mandar. O filho foi obediente, e transformou água em vinho, ouvindo a mulher no primeiro milagre.

Há muitas mulheres que são singulares em seu mundo, mas ao mesmo tempo elas são tão plurais. Vemos tantas Marias que, no dia a dia, vão tomando decisões fundamentais em seus próprios domínios, pois quando a dor do parto vem. Lá vai Maria! Quando o filho adoece também. Lá vai Maria! Quando a comida no prato não tem. Lá vai Maria! Quando um homem desconhece o peso que a Lei Maria da Penha tem. Lá vai Maria! As Marias são todas as mulheres que mereceriam destaque, mas seguem sem fama, sem rosto, sem nome, bem como, há tantas outras que saíram do anonimato, por terem usado seu talento favoravelmente nas demandas e assim alavancaram consigo a espécie ao sucesso; exterminando assim, o silêncio que lhes foi imposto muito tempo atrás.

Tal singularidade se pode afirmar de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, a Cora Coralina – A voz viva de Goiás – Ela foi convidada, mas impedida, de participar da Semana de Arte Moderna, ainda assim, depois de passados 43 anos, publicava seu primeiro livro “O Poema dos becos de Goiás e Histórias mais”, isso aos 75 anos de idade e merecendo elogios de Carlos Drummond de Andrade “(...) Seu lirismo tem a força e a delicadeza das coisas naturais (...)”! Ela teve inúmeros trabalhos publicados e múltiplos reconhecimento de seu talento; recebeu título de Doutor Honoris Causa da UFG, foi eleita a Intelectual do Ano, recebeu o prêmio Juca Pato da União Brasileira dos Escritores, e apesar de tudo isso dizia para si mesma: “Senhor fazei com que eu aceite minha pobreza tal como sempre foi.” Ela não perdeu a doçura da alma de escritora e de confeiteira, muito menos sua humildade.

Nesta categoria não se poderia deixar de mencionar Raquel de Queiroz, brasileira nascida em Fortaleza no Ceará, pois ela além de Professora, jornalista, romancista, cronista e teatróloga foi à primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras em 1977, eleita para assumir a cátedra de número cinco, na sucessão de Cândido Mota Filho, e uma das mais importantes romancistas do movimento regionalista contemporâneo do nordeste. Seu último grande sucesso literário foi Memorial de Maria Moura (1992), que posteriormente se tornou minissérie de televisão.

As mulheres foram conquistando seu espaço e afirmando seus talentos. Inquestionável a força de uma delas na posição de Primeira Ministra do Reino Unido, tanto que recebeu o título de “A Mão de Ferro”. Por que será? Margaret Thatcher na condição de primeira mulher a dirigir uma Democracia Moderna, precisou governar com pulso firme, dessa forma, conseguiu bons indicadores econômicos, como o controle da inflação e a valorização da moeda. Mundialmente conhecida, morreu recentemente e nessa despedida comoveu muita gente.

O que dizer de Dilma Rousseff? Primeira mulher a dirigir nosso País no cargo de Presidente do Brasil, com quase 56 milhões de votos. Assumiu a Secretária da Fazenda e também a Diretoria Geral da Câmara Municipal de Porto Alegre; foi Presidente da Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul, Ministra de Minas e Energia no Governo de Lula, comandou a reformulação do setor energético; atuou como Presidente do Conselho de Administração da Petrobrás onde introduziu o biodiesel na matriz energética, e participou do Programa Luz para Todos. Ocupou ainda a Chefia da Casa Civil, assumiu a direção de programas estratégicos como o Programa de Aceleração do Crescimento, o Programa de Habitação Popular “Minha casa, Minha Vida” e coordenou a Comissão Interministerial para a exploração das recém-descobertas das reservas de Petróleo na Camada Pré - Sal. Essa mulher mineira, já foi condenada pela Justiça Militar como subversiva e passou quase três anos no presídio Tiradentes. Quantos desafios! Hoje Presidente do Brasil.

É imprescindível nesse reconhecimento, falar das várias manifestações femininas. As mulheres Russas mobilizaram-se por melhores condições de vida e trabalho, assim como pela luta contra a entrada da Rússia Czarista na Primeira Guerra Mundial marcando o início da Revolução de 1917. Em Nova Iorque, em março de 1911, ocorreu uma greve das operárias da Industrial Têxtil. Enquanto elas defendiam melhores condições de trabalho na fábrica, as chamas de um incêndio queimavam sonhos e vidas, culminando com a morte de 146 trabalhadores, a maioria costureiras.

Somente em 1977, cerca de seis décadas após tais manifestações, a Organização das Nações Unidas, adotou o Dia Internacional da Mulher – 08 de março - Para homenagear as conquistas sociais, políticas e econômicas conseguidas com dedicação, luta, sangue, suor e lágrimas de tantas mulheres decididas e poderosas espalhadas pelo mundo a fora. O reconhecimento histórico dos feitos femininos foi tardio, porém não há como negar este veredicto. Reafirmo o que tenho dito e, sim, eu me repito, o poder das mulheres no processo de tomadas de decisões é bendito.

Maria Madalena de Jesus Gomes

(Artigo participante do Concurso Academia Mateense de Letras - AMALETRAS)


 
 
Maria Madalena de Jesus Gomes
Enviado por Maria Madalena de Jesus Gomes em 25/08/2013
Reeditado em 04/12/2014
Código do texto: T4451672
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