A violência, um monstro indomável

A qualquer momento em que se acione um aparelho de TV logo surge um apresentador mostrando cenas e narrando casos de violência. O mesmo acontece nas páginas online e nas folhas impressas de um jornal. Por vezes se chega a pensar ser melhor desligar tudo e ficar alheio ao mundo. Quando se toma uma atitude extrema como a do isolamento, o ser humano passa a gerar doenças e antes que essa doença piore, alguns indivíduos resolvem tomar uma atitude. É aí que voltam a ver TV, ler jornais e navegar na Internet. Das duas, uma, ou a pessoa fica também violenta ou se acostuma perigosamente e passa a adotar uma frieza incomum.

Os casos de violência são os mais diversos, atualmente envolvendo até crianças como agentes em crimes de toda sorte. Crianças roubam, crianças matam, crianças também se suicidam. Como é extremamente difícil imaginar uma criança cometendo o mais inaceitável dos atos: atentar contra a própria vida.

Há algumas décadas, a violência era entendida muito mais como um ato masculino, justo por ser o homem o detentor da força, da virilidade. Chegou a época em que a violência não tem mais idade e nem sexo. Entretanto, as estatísticas servem para oferecer uma pálida noção de algumas situações. E, ao que parece, as estatísticas ainda apontam os adultos e do sexo masculino como potencialmente responsáveis pelos maiores percentuais de crimes. Se existem números que apontem crianças e mulheres nesta desconfortável posição, peço desculpas, mas eu desconheço.

Segundo estudos da OMS, publicados na Revista Veja, de 20/06/2013 (Disponível em < http://veja.abril.com.br/noticia/saude/quase-quatro-em-cada-dez-assassinatos-a-mulheres-sao-cometidos-pelo-marido>):

“Quase quatro em cada dez (38,6%) mulheres assassinadas no mundo foram mortas por seus maridos ou namorados, revelou um novo estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre violência contra pessoas do sexo feminino. Por outro lado, esposas e namoradas são responsáveis por "somente" 6,3% dos assassinatos a homens.

A taxa de homicídios de mulheres cometidos por seus parceiros varia de acordo com o país. A taxa mais elevada é observada em países asiáticos, onde quase 60% dos assassinatos a mulheres são cometidos pelos maridos ou namorados. A região com a menor porcentagem é da mediterrânea (14,4%).

O trabalho da OMS também mostrou que mais de um terço de todas as mulheres do mundo é vítima de violência física ou sexual, e na maioria das vezes o abuso acontece por parte de seu marido ou namorado”.

Não se quer aqui, entretanto, caçar bruxas, instalar tribunais, aprontar fogueiras, gerar a discórdia, o ódio e mais e mais violência. O que todos os mais afeitos à paz querem é entender e também contribuir de alguma maneira para a harmonia entre os seres humanos. Dizer assim é até bonitinho, especialmente dito por uma pessoa um tanto descrente de que tal clima se instale no mundo. Acredito em outra coisa, que o Bem e o Mal existem desde quando existe o homem sobre a terra.

Não sei se o fato de ser mulher me deixa muito sensível a respeito de crimes como os que, recentemente, acabaram com a vida da advogada Mércia, da Eliza Samúdio, de Bianca Consoli. Eu disse recentemente porque esse tipo de crime tem uma lista interminável ao longo das eras.

Outra crença instalada em minha compreensão é a de que boa parte da violência contra a mulher deve ter origem no absurdo preconceito social sobre o homossexualismo. Acredito que, se todos esses homens oprimidos que batem e matam mulheres, tivessem a compreensão social e pudessem, sem problemas, casar com outro homem, eles estariam calmos, felizes, satisfeitos e as mulheres livres de tanto sofrimento. E, se a mulher se sente igualmente oprimida e violenta o homem, o bom é que se case e viva feliz com outra mulher.