O Jovem e a Sociedade - 2ª parte

2ª parte - Continuação

Antes que isso aconteça é de bom alvitre que ele possa contar com a mão amiga de quem possa ajudá-lo a encontrar o seu caminho no meio da sociedade, e através dela desfrutar dos seus benefícios.

Tal metodologia deve reconhecer que o jovem reclama um desafio, que permita explorar a profundidade de seus impulsos, energias e habilidades que é o objetivo primordial, não a libertação total da injustiça de que se sente vítima.

Essa metodologia, entretanto, não pode ser exclusivamente fruto da violência ou de práticas estranhas aos preceitos científicos. Há muito tal fato deveria ter sido verificado e tomado as devidas disposições para que se estabelecesse um sistema isento de erros que não viesse agravar ainda mais a situação de milhões de jovens, vítimas de um conjunto de circunstâncias similar aos descritos neste texto.

Tarda, contudo, a elaboração de tal sistema devido a uma tendência natural da sociedade à inércia. Além disso, uma coisa é julgar-se a situação do jovem em casa na segurança do recesso do lar.

É indispensável, entretanto, que se estabeleça uma metodologia adequada, compreensiva e racional, que garanta ao jovem a libertação dos seus impulsos destruidores de si mesmo.

Essa, portanto, seria uma tarefa que demandaria irrestrita boa vontade e disposição por parte dos que se propuserem levá-la à cabo, no caso de pretenderem concluí-la com êxito. Não seria pedir muito à sociedade, porque assim, ela receberia muito mais do que pode-se fazer pelo jovem.

Então, é a própria sociedade quem decidirá essa questão, em maior ou menor grau, desde que não deixe de levar em conta a imperiosa necessidade do estabelecimento da citada metodologia funcional e adequada às presentes condições.

Diante desse contexto devemos lembrar que o futuro é incerto e distante, pois a vida é agora.

Na realidade, a sociedade em que vivemos tem falhado na tentativa de encaminhar o jovem pelos caminhos da fé, do trabalho e da obrigação moral familiar, como também em relação a essa mesma sociedade. Um malogro total! Desde que o homem passou a conviver em sociedade, estabeleceu-se um padrão de conduta, sob uma autoridade civil autoritária e falha.

Contudo, essa sociedade não vem cumprindo o seu papel, vivendo mais preocupada em construir fortunas e poder, do que propriamente se colocar na função de conduzir, ou guiar o jovem pelos melhores caminhos éticos para que ele não penetre na trilha do crime. Na verdade, ela peca pela sua indiferença para com o jovem e com o homem comum, pelo fato de não poder erradicar o mal, em virtude de insuficiente compreensão e da futilidade de tudo quanto é estreito, negativo e errado.

Escarnecer o jovem não é o caminho; a sociedade tem que entender que a subjugação do homem, só pode piorar a situação. Em geral invariavelmente, a sociedade está sempre vilipendiando o homem sem, contudo oferecer a ele oportunidade de uma sobrevivência honesta, útil e decente, ajudando-o encontrar o seu caminho.

Luiz de Carvalho Pádua

FIM

Luiz Pádua
Enviado por Luiz Pádua em 29/07/2013
Código do texto: T4409943
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