VOSSA SANTIDADE ou SUA SANTIDADE?

Prólogo

Aconteceu hoje, uma segunda-feira, no finalzinho da tarde do dia 22/07/2013. Para a maioria dos religiosos tudo era uma festa com cantos e louvores ensaiados, mas para os agnósticos e os que professam outros credos o alvoroço assemelhava-se a uma idolatria.

O céu estava plúmbeo, mas não necessariamente com a aparência tristonha, isto é, soturna. O povo que há muito tempo perdeu o direito de ir e vir, sem ter e tampouco esperar tratamento digno nas unidades públicas de saúde, sem segurança, sem educação de boa qualidade e moradia decente, estava alegre, feliz e contente nas ruas. Todos queriam ver e tocar pelo menos nas vestes de Sua Santidade o Papa Francisco.

No Palácio da Guanabara a recepção foi muito concorrida. Nesta data tão significativa para os católicos do Brasil e outros visitantes (peregrinos) de outras nações o Papa foi recepcionado pela presidente do Brasil, o governador do Rio de Janeiro, ministros e o prefeito. Alguns chefes de estado também estavam presentes e devidamente acompanhados de suas insignes famílias.

Mas, por que estou escrevendo sobre algo tão midiático? O que tenho com isso? Ora, ora, ora... Não faz muito tempo escrevi e publiquei no Recanto das Letras um texto onde respondi a uma sagaz e arguta leitora – (Fabíola do Carmo) – sobre um assunto deveras interessante. No texto “Questões gramaticais já explicadas” explico as diferenças entre as expressões VOSSA SANTIDADE e SUA SANTIDADE.

Creio, infelizmente, que Sua Excelência a presidente Dilma Rousseff, atarantada, perplexa e preocupada com a duvidosa fidelidade de seus asseclas e manifestações contra os desmandos do governo não pôde ou não quis ler o meu simples escrito. Que pena! Quem quiser ler ou reler o supracitado texto é só copiar e colar no navegador o endereço abaixo:

http://www.recantodasletras.com.br/gramatica/4320091

AO LER O DISCURSO DE BOAS-VINDAS, MALFEITO, AO PAPA FRANCISCO SUA EXCELÊNCIA DILMA ROUSSEFF TERIA SIDO INDUZIDA A ERRO?

Devemos usar VOSSA SANTIDADE quando falamos diretamente com o Papa. Se falarmos a respeito do Papa, devemos usar SUA SANTIDADE. A mesma regra se aplica a VOSSA EXCELÊNCIA e SUA EXCELÊNCIA, a VOSSA SENHORIA e SUA SENHORIA…

Observemos os detalhes:

a) VOSSA MAJESTADE, VOSSA EXCELÊNCIA, VOSSA SENHORIA, VOSSA SANTIDADE – devem ser usados quando nos dirigimos diretamente à pessoa.

b) SUA MAJESTADE, SUA EXCELÊNCIA, SUA SENHORIA, SUA SANTIDADE – devem ser usados quando nos referimos à pessoa.

EXEMPLOS:

1) Se escrevermos uma carta para o governador, devemos chamá-lo de VOSSA EXCELÊNCIA.

2) A frase “falamos sobre SUA EXCELÊNCIA ontem na reunião” significa que não estamos falando com o governador, e sim a respeito dele.

CONCLUSÃO

Quando Sua Excelência Dilma Rousseff, no Palácio da Guanabara, se dirigiu ao Papa para dar as boas-vindas deveria ter usado o pronome de tratamento VOSSA SANTIDADE durante todo o malfeito discurso. Ele (O Papa) estava presente ao evento e bem ao seu lado. Ora, quem viu e ouviu a fala (leitura) da presidente Dilma sabe do que estou falando (escrevendo).

Já no início da exposição oral feita em público ou preparada para ser lida em público a presidente usou o pronome de tratamento SUA SANTIDADE. No finalzinho do discurso especial para a cerimônia a presidente Dilma usou (leu) o pronome de tratamento condizente com a autoridade papal. Até parece que o escrevinhador que elaborou o documento estava com a dúvida cruel: VOSSA SANTIDADE ou SUA SANTIDADE?

Claro que o humílimo conviva extremamente emocionado e satisfeito pela calorosa recepção, certamente não percebeu o lapso presidencial. Caso haja percebido a mancada da leitora do discurso O Papa Francisco disfarçou muito bem para relevar o erro, pois em sua infinita sabedoria humana sabe das limitações de nossa atual mandatária e ex-guerrilheira integrante da VAR-Palmares.

UMA OBSERVAÇÃO PERTINENTE E OPORTUNA

Para quem ainda não sabe a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares) foi uma organização política armada brasileira de extrema esquerda, que combateu o governo militar brasileiro (1964-1985) utilizando-se de tática de guerrilha urbana, visando a instauração de um regime de governo comunista no Brasil. Surgiu em julho de 1969, como resultado da fusão do Comando de Libertação Nacional (COLINA) com a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) de Carlos Lamarca. Seu nome era uma homenagem ao maior quilombo da história da escravidão.