O PODER JOVEM E CONFLITO DE GERAÇÕES
O PODER JOVEM E CONFLITO DE GERAÇÕES
Autor: Antoni BigCuore*
Data: 16/02/1969
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Este foi o meu primeiro artigo escrito em Jornal. Trata-se do JORNAL O SÃO PAULO, pertencente à Arquidiocese de São Paulo, escrito em 1969. Eu estava, na época, com 21 anos de idade.
Ele se originou de uma redação que a professora de inglês pediu à classe, na época em que eu cursava o antigo Curso Clássico (chamado curso de humanidades). Eu a fiz em português e depois a verti para o inglês, conforme solicitação da professora.
À luz das manifestações de hoje, (2003), o leitor encontrará algumas coincidências e notará que a história se repete, não obstante em contextos sócio-culturais diferentes. Na França ficou famosa as manifestações de Maio de 1968. Houve manifestações em quase todo o planeta, na época.
Eu o transcrevo, a meus leitores do Recanto das Letras, bem como do meu BLOG BEM VIVER, para as suas reflexões.( ao mesmo tempo mato saudades do tempo em que eu era feliz e não sabia! (RSS).
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O título é o mesmo acima mencionado: “O PODER JOVEM E CONFLITO DE GERAÇÕES”.
“O mundo hodierno, encontra-se num acervo de convulsões sociais e políticas. Em todos os quadrantes há um brado de revolta, de angústia, de insatisfação da juventude.
Como sabemos, a maior parte da população mundial é constituída de jovens, isso consequentemente faz supor que futuramente seremos os colaboradores da Sociedade, como nossos antepassados o foram em outros tempos. Somos efetivamente um “poder” que busca alicerçar-se, um “poder” que se encontra em fase de transição.
Nota-se também neste mundo o tão propalado “choque de gerações” que nada mais é do que uma dissensão de idéias, a falta de diálogo, regra geral, a falta de capacidade dos mais velhos em compreender a juventude.
Porconseguinte, se houvesse harmonia, se eles soubessem conciliar o entusiasmo dos jovens com suas experiências, fundamentadas no amor, na paz, na alegria e caridade, colher-se-iam enormes frutos para o bom funcionamento da própria sociedade.
Por outro lado os jovens, muitas vezes, preconizam coisas que eles mesmos não cumprem; deixam-se levar frequentemente por pseudos ídolos exteriores, como soluções ilusórias para seus problemas e suas angústias. Eles clamam, incisivamente, por liberdade, mas se esquecem que liberdade é um meio e não um fim.
Vivem circunscritos a seus conceitos, defendo-os intransigentemente, mas se esquecem de que nem sempre correspondem à realidade.
Vivemos num mundo onde o avanço tecnológico criou os mais revolucionários métodos industriais e práticos da vida de relação, no qual a figura do homem, mormente do jovem, é a predominante. Todavia, todas as inovações levaram o homem a um individualismo exacerbante, que tão nefastamente isola cada indivíduo em seu pequeno “mundo” interior.
Ninguém se preocupa mais com a figura de seu semelhante, como Jesus Cristo preconizou no sermão da última ceia: “Amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei”.
O que o mundo está carecendo é de um espírito comunitário, um argumento de apego ao sobrenatural, para a solução dos problemas mais cruciais que envolvem grande parte de nossa sociedade, ou seja, a fome. E para tal, faz-se mister que haja uma completa conjugação de esforços, tanto jovens quanto adultos indistintamente de credo, raça ou cor, para que possamos dar a eles uma solução bastante racional.
No dia em que a humanidade se compenetrar disso, talvez então teremos uma sociedade ideal, mas se perdurar esse situação e rivalidades entre povos e nações, então teremos o fim de tudo o que de bom edificamos.
Como atingir a sociedade ideal? Para conseguirmos trilhar o caminho da Sociedade ideal, é imperativo, como primeiro, que haja muito bom senso na observância dos valores humanos, cujo conhecimento se faz através de um diálogo processado num clima franco e amigável.
É necessário, outrossim, que os adultos sejam capazes de ver nos jovens algo mais que “playboísmo”, que eles podem participar da mesa redonda da humanidade.
Por outro lado, é necessário que os jovens não vejam nos adultos, só erros acumulados e hipocrisias; que saibam apreciar, no seu justo valor, todas as conquistas do passado e do presente. Afinal, se os jovens são músicos, poetas, dramaturgos, cineastas, jornalistas, escultores, engenheiros, médicos etc., é lícito salientar que alguém lhes ensinou tudo isso; alguém lhes pôs em mãos os instrumentos dessa orquestra toda. E agora pergunto: quem? Os adultos.
Então se há valores de um lado e de outro, é só aglutiná-los e teremos a sociedade ideal. E então?. Então comecemos em casa, porque como dizia o imperecível mestre Rui Barbosa: “A Pátria(e por que não o mundo?) é a família amplificada”.
Dependerá de mim, de você, de todos a Sociedade ideal: comecemos hoje e ela existirá hoje.”
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(*)Antoni BigCuore é escritor ecomunicador do Evangelho de Jesus Cristo para todo o planeta. Acesse e conheça seu BLOG BEM VIVER - http://antonibigcuore.blogspot.com (17.300 leituras e presente em mais de 36 países! Confira!)
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