Vândalos, baderneiros, até quando?
É com muito pesar que registro aqui no FB que ontem (05/07/2013), faleceu um trabalhador na estação da Luz. Ele estava voltando do trabalho, tentando entrar no trem quando foi empurrado no meio da multidão. Quem não usa este meio de transporte coletivo talvez não tenha ideia do que seja submeter-se a pelo menos duas vezes ao dia a esta humilhação que é acessar um trem para ir trabalhar. Além de ser humilhante entrar e sair do trem, ainda tem a jornada de aperto entre as estações. Isto acontece há décadas. Todas as promessas de melhoria feitas pelo governo do estado de São Paulo viraram fumaça. O espetáculo sinistro está lá, todos os dias, como pura abstração, para quem quiser ver e/ou viver. Pegue um trem seis ou sete horas da manhã em qualquer ponto da cidade de São Paulo. Sem contar a vergonha que é ter que esperar por pelo menos uma hora nos finais de semana quando eles alegam que estão consertando as vias férreas. A minha indignação transforma-se aqui numa pergunta muito simples: não é isto a verdadeira baderna, o verdadeiro vandalismo? Sim porque o que acontece é programado cirurgicamente. Ao invés de construírem mais estações, mais linhas e colocarem mais trens com qualidade de serviços para a população, o que acontece é que de tempos em tempos os técnicos da CPTM colocam empregados nas estações para realizarem pesquisas entre os usuários perguntando a eles estação de destino e horário de volta etç., tudo com a intenção de calcular horários de pico, número de passageiros em horários específicos do dia, capacidade de lotação, enfim, tudo para melhor manejar a engenharia da superlotação controlada. Então, todos os dias o que vivenciamos nestes trens superlotados nada mais é do que a baderna, o vandalismo consentido e orquestrado friamente por essas mentes diabólicas, perversas que submetem o povo ao cálculo sádico realizado em suas planilhas frias. Então, eu digo: Vândalos, baderneiros, não admitimos mais esta violência. Não admitimos mais que as suas estatísticas determinem de forma tão covarde o destino de milhões de brasileiros. Bandidos, antidemocratas, parem com esta predação agora, por favor. Mas, este é só o humilde sentimento de um brasileiro que pega trem todos os dias.
http://www.bomjardimpe.com/2013/07/acidente-em-sp-homem-morre-por-trem.html
PAULISTAS
No trenzão as portas já vão se abrir
Com um milhão de corpos prontos prá invadir
Seu jardim, onde você plantou com seu tostão
Florestas do Brasil.
Você sabe quantas vezes eu procurei
Um emprego e não achei
Conta como se faz prá trabalhar
Neste país de cartas marcadas
Um jogo sujo “rola” à vontade
Se a Paulista explorou os seus “peões”
Quem restituiria os nossos milhões?
Já cansei de tentar entender essa equação
Que escraviza o Brasil.