O CRISTÃO E AS MANIFESTAÇÕES NEM TÃO PACIFICAS ASSIM
O CRISTÃO E AS MANIFESTAÇÕES NEM TÃO PACIFICAS ASSIM
Paulo Sergio Larios
Estamos vivendo momentos únicos em nossa geração. O país se manifesta em prol de melhorias que sabe quais são, mas não sabe como fazer acontecer. É interessante que já deixou claro o seu repudio por partidos políticos, a ponto de sugerir um Estado sem partido político, mas o mínimo que aprendemos de política, ou sociologia, nos diz que um país sem partidos políticos é uma anarquia, sinônimo de bagunça.
O QUE É ANARQUISMO?
A explicação sobre o que é anarquia segue abaixo, sendo o símbolo da anarquia um circulo com um grande A estilizado no meio.
“Anarquismo pode ser definido como uma doutrina (conjunto de princípios políticos, sociais e culturais) que defende o fim de qualquer forma de autoridade e dominação (política, econômica, social e religiosa). Em resumo, os anarquistas defendem uma sociedade baseada na liberdade total, porém responsável. O anarquismo é contrário a existência de governo, polícia, casamento, escola tradicional e qualquer tipo de instituição que envolva relação de autoridade. Defendem também o fim do sistema capitalista, da propriedade privada e do Estado. Os anarquistas defendem uma sociedade baseada na liberdade dos indivíduos, solidariedade (apoio mútuo), coexistência harmoniosa, propriedade coletiva, autodisciplina, responsabilidade (individual e coletiva) e forma de governo baseada na autogestão.O movimento anarquista surgiu na metade do século XIX. Podemos dizer que um dos principais idealizadores do anarquismo foi o teórico Pierre-Joseph Proudhon, que escreveu a obra "Que é a propriedade?" (1840).”
A definição de anarquia é muito bonitinha, mas na prática é inviável. Vamos cair na real, como é que vamos ter um Estado sem partidos políticos?
MANIFESTAÇÕES SEM ROSTO, SEM PARTIDO, SEM NADA
O Brasil se manifesta, numa revolta social, na qual manda um recado direto aos nossos governantes, que queremos mudanças imediatas e firmes, estabelecidas, e não provisórias. Essas manifestações se tem mostrado como uma ato social louvável e democrático, num Estado de direito, apartidário, e muito emocionado. O Brasil cansou com um monte de fatores que todos nós brasileiros já sabemos e estamos vivendo na pele faz tempo. Algumas declarações ditas por manifestantes estudantes de Direito, ou Medicina, ou ainda como o vândalo estudante de Engenharia, não conseguem ir na raiz da crise, que é a falta de comida no prato. Os gastos não param de subir, mas o salário do empregado, quando tem é pouco para suprir suas necessidades. Pode olhar que já tinha escrito anteriormente um artigo sobre o que deveria ser o salário mínimo hoje, na base de R$ 2.500,00, mas o que temos não chega a R$ 700,00. A conta que o próprio governo faz, deve englobar alimentação, moradia, calçados, educação, livros, remédios, lazer e até um restaurantinho e um cineminha de vez em quando. Mas os dados que vimos no inicio de junho diziam que o salário médio do trabalhador brasileiro é de R$ 1.000,00.
Digam o que quiserem dizer, mas está faltando é dinheiro no bolso do povo. É alarmante e excruciante ver o filho pedir pão e você não ter pra dar. Na escola da minha filha menor já foi ensinado aos alunos a respeitar o coleguinha que pode não ter outra refeição a não ser a dada pela escola. A cada dia o trabalhador comum, assalariado, além de não conseguir melhores salários, vê sua geladeira esvaziar a olhos vistos e nada pode fazer. O brasileiro é gente honesta, mas ver num loja da vida um tênis de R$ 1.000,00, ser vendido numa periferia da vida, faz criar bichos na cabeça e alguns de mente fraca imaginam que podem fazer o que não é licito. Tomar o que é do outro, sem pedir, escondido ou na marra é roubo, e quem roubou é ladrão e merece a cadeia.
Essas manifestações estão adquirindo um rumo inusitado e que deve causar um medo medonho nos nossos parlamentares: a turba se diz sem partido e queima bandeira do PT em praça publica, justo o partido do governo. Nesses dias conturbados viu-se uma outra cena impressionante, onde tentaram invadir a Prefeitura de São Paulo, onde a bandeira paulista foi queimada, mas não a brasileira.
Hoje falou-se repetidamente em nosso telejornais que a turba, a manifestação pacifica que está depredando prédios tombados, diga-se, é apartidária e está repudiando qualquer partido que a defenda. Ai eu já não sei se é burrice, ou se é ignorância mesmo, mas como é que vamos falar com nossos governantes, sem que sejamos representados por alguém?
Os telejornais apontaram – Aliás os telejornais tem tido mais coragem de falar o que se deve, do que os políticos. Onde está a turma que eu votei? Aliás pra que votei neles se agora, que precisamos deles eles se escondem? – como uma possível medida a ser gerida, uma conversa franca, com alguma espécie de liderança do povo, junto ao governo. Dizer-se repudiar todos os partidos políticos não me parece razoável. Teremos que pensar novas maneiras de governar um país então. Vamos chamar os herdeiros de Dom Pedro para governar o país? Aliás o Brasil tem uma princesa, até que bonitinha, a senhorita Paola Maria de Bourbon Orleans e Bragança Sapieha, trineta do Conde D’Eu. Vamos apelar à ela, ou ao talvez possível rei na sucessão brasileira Dom Luiz de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil, trineto da Princesa Isabel? Ou alguém tem uma sugestão melhor?
O movimento não pode continuar sem rosto, sem partido, o que é o mesmo que se estar reinvidicando o que não sei e nem como ter. Por enquanto é um movimento sem rosto, sem partido e temo dizer: sem nada. O grande problema é banalizar essa situação, se logo não aparecer ninguém para defender alguma causa. Daqui a pouco vai ficar tão comum, que não vai valer mais a pena.
Já tinha acenado antes que precisamos de algum herói e o povo da manifestação tem que pensar direito que algum tipo de representante se faz urgentemente necessário. Queremos ouvir as reinvidicações, mas precisam estas estar formalizadas. O que estraga o baralho é a arruaça. O que pode colocar tudo a perder são as depredações, ou os roubos. Isso faz mais mal do que bem.
O CRISTÃO E AS MANIFESTAÇÕES NEM TÃO PACIFICAS ASSIM
Tenho observado a covardia da Igreja e a omissão generalizada nos nossos púlpitos, como se nada estivesse acontecendo. Acorda, que o Brasil esta atravessando revoluções intestinais que podem mudar a sua cara para sempre. Onde estão os profetas de plantão, que falam grosso entre quatro paredes, mas que agora que são urgentemente necessários, para dizer ao povo o que Deus diz ou pensa, do que se ocorre, se escondem em cavernas cômodas, com TV de controle remoto, colorida. Pra mim essa omissão é covardia, me desculpem. Pra que Deus levanta profetas para uma nação, se esses tem medo de falar?
Eu quero dizer algo aos meus irmãos cristãos, acredito que poderá servir a outros não cristãos também. Nessa minha fala me lembro de um pastor que tive que não tinha medo de se engajar em nada, ele sabia a que fora levantado e fazia o seu papel esperado. Acredito que ele falaria mais ou menos assim:
1- CRENTE PODE PARTICIPAR DE MANIFESTAÇÕES SIM
O cristão pode e deve participar da vida do seu país. Não temos nada contra as manifestações pacificas, desde que sejam pacificas. O movimento reinvidica melhorias para o povo brasileiro, e isso é muito válido.
2- CRENTE NÃO PODE PARTICIPAR DE DEPREDAÇÕES
Desde que as manifestações deixem de ser pacificas, o cristão não deve se envolver. O Israel do Antigo Testamento conquistou a paz com muita briga, mas nós do Novo Testamento entendemos melhor e não devemos fazer assim. Cristão não deve estar envolvido em arruaças, ou depredações, ou xingamentos, ou ferir alguém do modo que for. E nem ninguém que seja honesto.
3- A IGREJA PRECISA ESCLARECER EM SEUS PULPITOS, AO SEU POVO O QUE ESTÁ OCORRENDO E PORQUE
Esta omissão da Igreja Brasileira, em analisar e propor alternativas em Deus para o povo, vinda dos seus púlpitos é covarde. Isso mostra uma falta de engajamento pernicioso. Seria muita hipocrisia viver a vida, como se nada estivesse ocorrendo.
4- A IGREJA PRECISA ALERTAR PARA O PERIGO QUE O BRASIL ESTÁ PASSANDO E ORAR MUITO
A Igreja precisa ser conclamada a orar pelo seu país. Tem-se na Igreja tantas campanhas de tudo quanto é coisa, levantemos as nossas orações pelo povo brasileiro que está sem rumo, sem direção.
5- A IGREJA JÁ VIVE UMA AUTOCRACIA
Nesses dias em que o povo rejeita o governo brasileiro, a Igreja deveria fazer ver que nós já vivemos uma forma de governo baseada em Deus; A Igreja já vive uma autocracia. Vai a definição abaixo:
“Autocracia é um governo baseado nas convicções de uma só pessoa.
O termo que determina o tipo de poder político Autocracia tem origem grega e significa literalmente governo por si próprio. Tratava-se, na verdade, de um governo no qual há uma única representação como detentora do poder, ou seja, um comitê, uma assembléia ou simplesmente um líder que possui absoluto controle de todos os níveis governamentais. Quando se trata da presença de um único indivíduo como detentor de todo esse poder, o consentimento de outros membros do governo é inexistente ou ignorado. Para haver um governo autocrático, o líder governamental controla toda a administração e todo o poder de sua jurisdição e é livre para tomar as medidas, de acordo com o significado do termo grego, por si próprio.”
Nós já vivemos isso e não achamos ruim. Os membros da Igreja vão ao culto para entender qual é a mensagem, a direção de Deus para si e para sua família, seu povo, sua nação. Vivemos assim a dois mil anos e tem dado certo. Experimenta!
ORAÇÃO
Oramos, para que algo aconteça de bom a esse país já tão sofrido, de um povo alegre, mas entristecido por tanto descaso, corrupção, fome, dor e angustia na alma. Que Deus se apiede de todos nós e afaste a guerra do Brasil. Que Deus nos ajude nessa hora. Amém.