A VOZ DAS RUAS
Por Carlos Sena
Não pense que a rua é lugar de puta como antigamente. A rua, finalmente agora é lugar de gente linda, caras de geração saúde em que pese rolar, certamente, um bagulho, uma coca e uma tubaína, digo cocaína. Na rua podem até ter muitas putas e muitos putos. Mas não por falta de quem pariu porque quem os pariu foram eles - os que estão locupletados no congresso nacional sob diversas formas de cores partidárias. Partidos nanicos e gigantes partidos, mais partidos do que gigantes e que por isso abrigam debaixo das suas "asas" as mais díspares indecências ou decências camaleônicas.
O povo não tá na rua. Quero dizer. O outrora "Zé Povinho" não está lá, certamente, dirão os mais críticos, por conta do"Bolsa tudo". Nesse quesito eu até nem meto o pau nem deixo que me metam ele. Porque se gastam 52 bilhões para manutenção do Congresso e 22 para manutenção da "Bolsa Tudo". Como vemos pelo menos desta vez os pobres ou os miseráveis não ficaram tão desguarnecidos. Porque não se pode dizer que são os pobres que só gostam de pão e circo. Os ricos também. Muitos dos que estão nas ruas também. Afinal, a violência em alto estilo não tem sido praticada pelo populacho, mas pela maioria dos chamados filhinhos de papai - aqueles mesmos que matam no volante após se embriagarem e no outro dia estão fora, zombando de nossa cara porque tem dinheiro. Pois bem. As ruas agora não são mais das mulheres da vida fácil ou as putas como no passado. As ruas são das putas e dos putos paridos por aqueles que lhes traíram na hora do voto. Só que são todos putas e putos, digamos assim, do bem; meninas e meninos de família. Universitários, preferencialmente. Universotários também. A mídia deita e rola e mais rola do que deita porque pra ela é rolando que se joga o povo contra a democracia e contra o que não se contraria por princípio.
Os jovens estão nas ruas das nossas cidades. Não precisa ser Sociólogo, nem Cientista político - desses que vivem com teorias prontas a tiracolo para criarem diagnósticos que fazem emocionar as arquibancadas carentes desse "reforço" emocional. Pensar que é passagem de ônibus é, no mínimo, escroto. Os jovens estão nas ruas porque não se sentem mais representados por aqueles que eles mesmos e nós colocamos lá. Comprando ou vendendo os votos, lá no Congresso está a nossa mais perfeita tradução. Por quê? Porque os valores são frouxos, a família está moderna demais ao ponto de ver as filhas dando o priquito no Big-Brother e acharem lindos; de ver os filhos pichando muros e monumentos públicos e acharem normais; de verem filhos incendiando índios e acharem normais; de verem os filhos cheirando cocaína em vez de xoxota e acharem normal, dentre outras coisas mais.
Nas ruas, certamente há clamor legítimo. Mas não o clamor que a mídia traduz. Nas ruas está o povo agora "acordando pra Jesus". Como é que se acorda pra Jesus na terra de Santa Cruz? Eu tento dizer: reagindo contra os altos impostos que não se convertem em saúde e educação; reagindo contra a violência que está chegando a todas as classes sem que o congresso modifique as leis; gritando contra a impunidade dos políticos corruptos que jogam na cara dos eleitores toda sorte de humilhação, dentre outros. Com esse cenário, o povo, principalmente as putas e os putos da rua - aqueles que hoje se "prostituem" e sai dos casulos das universidades e das suas casas de luxo para dizer o recado aos poderes: "nós não nos sentimos representados" por essa "sopra de letrinha" partidária que vive leiloando o país por "trinta dinheiros" qual Iscariotes.
Porém, sempre há um, porém: que moral vai ter um politico para não fazer o que faz de ruim na medida em que ele comprou os votos que o elegeu? Chupemos todos essa manga. Pois é. Não se pode radicalizar entendendo que o atual governo tem culpa nisso sozinho. O processo é histórico, mas só agora se tornou histérico. Isso dá medo porque qualquer forma de histeria nos dá receio de que se possa fazer uso de medicação "tarja preta" que seria, grosso modo, um retrocesso na nossa democracia.
Portanto, melhor ter nossas ruas com as novas "putas e putos", porque desse movimento, certamente alguns setores se acordarão como disse, "pra Jesus"... Pena que tem gente demais dando diagnóstico de menos acerca dessa invasão das ruas. Mas, afinal, a rua é do povo, ou não?
Por Carlos Sena
Não pense que a rua é lugar de puta como antigamente. A rua, finalmente agora é lugar de gente linda, caras de geração saúde em que pese rolar, certamente, um bagulho, uma coca e uma tubaína, digo cocaína. Na rua podem até ter muitas putas e muitos putos. Mas não por falta de quem pariu porque quem os pariu foram eles - os que estão locupletados no congresso nacional sob diversas formas de cores partidárias. Partidos nanicos e gigantes partidos, mais partidos do que gigantes e que por isso abrigam debaixo das suas "asas" as mais díspares indecências ou decências camaleônicas.
O povo não tá na rua. Quero dizer. O outrora "Zé Povinho" não está lá, certamente, dirão os mais críticos, por conta do"Bolsa tudo". Nesse quesito eu até nem meto o pau nem deixo que me metam ele. Porque se gastam 52 bilhões para manutenção do Congresso e 22 para manutenção da "Bolsa Tudo". Como vemos pelo menos desta vez os pobres ou os miseráveis não ficaram tão desguarnecidos. Porque não se pode dizer que são os pobres que só gostam de pão e circo. Os ricos também. Muitos dos que estão nas ruas também. Afinal, a violência em alto estilo não tem sido praticada pelo populacho, mas pela maioria dos chamados filhinhos de papai - aqueles mesmos que matam no volante após se embriagarem e no outro dia estão fora, zombando de nossa cara porque tem dinheiro. Pois bem. As ruas agora não são mais das mulheres da vida fácil ou as putas como no passado. As ruas são das putas e dos putos paridos por aqueles que lhes traíram na hora do voto. Só que são todos putas e putos, digamos assim, do bem; meninas e meninos de família. Universitários, preferencialmente. Universotários também. A mídia deita e rola e mais rola do que deita porque pra ela é rolando que se joga o povo contra a democracia e contra o que não se contraria por princípio.
Os jovens estão nas ruas das nossas cidades. Não precisa ser Sociólogo, nem Cientista político - desses que vivem com teorias prontas a tiracolo para criarem diagnósticos que fazem emocionar as arquibancadas carentes desse "reforço" emocional. Pensar que é passagem de ônibus é, no mínimo, escroto. Os jovens estão nas ruas porque não se sentem mais representados por aqueles que eles mesmos e nós colocamos lá. Comprando ou vendendo os votos, lá no Congresso está a nossa mais perfeita tradução. Por quê? Porque os valores são frouxos, a família está moderna demais ao ponto de ver as filhas dando o priquito no Big-Brother e acharem lindos; de ver os filhos pichando muros e monumentos públicos e acharem normais; de verem filhos incendiando índios e acharem normais; de verem os filhos cheirando cocaína em vez de xoxota e acharem normal, dentre outras coisas mais.
Nas ruas, certamente há clamor legítimo. Mas não o clamor que a mídia traduz. Nas ruas está o povo agora "acordando pra Jesus". Como é que se acorda pra Jesus na terra de Santa Cruz? Eu tento dizer: reagindo contra os altos impostos que não se convertem em saúde e educação; reagindo contra a violência que está chegando a todas as classes sem que o congresso modifique as leis; gritando contra a impunidade dos políticos corruptos que jogam na cara dos eleitores toda sorte de humilhação, dentre outros. Com esse cenário, o povo, principalmente as putas e os putos da rua - aqueles que hoje se "prostituem" e sai dos casulos das universidades e das suas casas de luxo para dizer o recado aos poderes: "nós não nos sentimos representados" por essa "sopra de letrinha" partidária que vive leiloando o país por "trinta dinheiros" qual Iscariotes.
Porém, sempre há um, porém: que moral vai ter um politico para não fazer o que faz de ruim na medida em que ele comprou os votos que o elegeu? Chupemos todos essa manga. Pois é. Não se pode radicalizar entendendo que o atual governo tem culpa nisso sozinho. O processo é histórico, mas só agora se tornou histérico. Isso dá medo porque qualquer forma de histeria nos dá receio de que se possa fazer uso de medicação "tarja preta" que seria, grosso modo, um retrocesso na nossa democracia.
Portanto, melhor ter nossas ruas com as novas "putas e putos", porque desse movimento, certamente alguns setores se acordarão como disse, "pra Jesus"... Pena que tem gente demais dando diagnóstico de menos acerca dessa invasão das ruas. Mas, afinal, a rua é do povo, ou não?