Cercear a liberdade
Não é de hoje que a gente não se sente seguro em casa e muito menos nas ruas. A violência ameaça nossa sobrevivência e as autoridades não dão conta de tantos delitos. Intimidados, trancamos carros, casas e ainda, fazemos seguros para cobrir qualquer eventualidade.
A incidência de marginais não se restringe aos grandes centros urbanos. Acredita-se que o que os leva para o crime não é só a falta de oportunidades – o jovem já cresce num ambiente hostil, onde carece de tudo, principalmente da presença dos pais. Tal “carência” provoca um sentimento de revolta e estes tentam suprir esta deficiência, seja nas drogas, seja subtraindo dos outros aquilo que seus pais não podem dar.
Cabe ressaltar que, somada a ausência de uma figura paterna, acrescenta-se ainda a influência de meio em que vivem, as amizades que preservam, bem como o sentimento de impunidade frente a criminalidade.
Não devemos pensar que bandidos não podem ser ressocializados, que uma vez criminosos sempre serão. Deve-se refletir que o sistema penitenciário brasileiro é retrógrado – não disciplina, não reeduca, não gera valores que deviam ser conservados desde cedo.
Entende-se que “preso”, o indivíduo acredita que a vida lhe foi injusta e se ele um dia for liberto, irá recuperar o tempo perdido – ganhar a qualquer custo o que um dia lhe subtraíram. Salvo exceções, a maioria volta a cometer atrocidades, ameaçando nossa integridade física e cerceando nossa liberdade.