Qual amor é maior?
Qual amor é maior?
Vamos fazer uma breve comparação entre futebol e atos governamentais. De imediato vou resumir uma situação corriqueira de torcedores em relação ao descontentamento com o elenco de jogadores do time de seu coração.
Se numa competição o time perde 3 ou 4 jogos seguidos, a torcida (de forma naturalmente organizada, sem ensaio) vaia, boicota os jogos seguintes deixando de ir ao estádio e picha os muros do clube pedindo a saída do técnico que em algumas vezes foi contratado no mês anterior e ainda não teve tempo de implantar sua filosofia dentro do elenco. Às vezes pede a saída até da Diretoria do clube.
Na maior parte das vezes o técnico é demitido. O substituto chega, troca 2 jogadores e o time volta a ter atuações mais adequadas às suas tradições.
Agora vamos a outra situação muito mais corriqueira que a descrita acima. Quase todas as Prefeituras de Esquesópolis (país onde tudo se esquece) cometem dezenas de barbaridades contra a população que paga impostos e assiste o montante sendo desviado para os bolsos das ratazanas e sendo desperdiçado por má fé.
Por que não vaiam? Coloquem a boca no trombone. Criem um site só para isto. Criem um fórum. Liguem aos milhares para os postos governamentais. Usem a imprensa (mesmo que esta relute em esculhambar seus patrocinadores).
Por que não boicotam? Deixem de votar “nos mesmos”. Até votem NULO. Deixem de adquirir produtos cujos donos são legisladores ou patrocinadores dos mesmos. Criem uma corrente via web no sentido de eleger tais produtos.
Por que não picham? Não no sentido de pintar muros. Pintem faixas de protesto. Organizem passeatas nos finais de semana erguendo tais faixas com fundo musical (panelas, tambores, similares) em frente às moradias dos incautos. Avisem a imprensa para chegarem junto para documentar o ato a ser visualizado no exterior.
Por que não pedem (melhor exigir a renúncia) a saída do “técnico” que comanda nossos destinos?
Deixem de assistir uma versão do Big Besta Brasil para organizar tal movimento cívico. Vão economizar dinheiro a favor da emissora que usa tal montante para pagar os custos da produção desta pobreza cultural.
Ou deixe como está se não tem grande apreço pelos seus herdeiros.
Se eles nascerem dentro de um cenário de pobreza e submissão, não vão estranhar se nossa pátria for rebatizada de “Braití”.
Explique a eles como esta sigla foi composta.
Por erro de aplicação nos momentos de indignação. Quando deixamos de usar a força de nossas mentes alimentadas pelo sentimento de amor à pátria (que é bem menor do que o amor ao clube).
Haroldo P. Barboza - Vila Isabel / RJ