130 mil reais – A Sociedade como Minoria.

Hoje em São Paulo aconteceu a Parada Gay. Toda vez que alguém fala ou escreve sobre o tema imediatamente impõem-se, da parte do leitor ou interlocutor, a seguinte pergunta – Sim, mas você é a favor ou contra? Não vou enganar vocês que estão começando a ler o artigo – o objetivo aqui não é falar sobre isso. A finalidade do texto é mostrar como essa questão serve para esconder outra, muito mais grave, que vem acontecendo ano após ano: dinheiro público sendo colocado nesse negócio. Este ano foi noticiado, sem constrangimento algum, que Daniela Mercury recebeu, da parte do governo do Estado do Bahia o valor de 130 mil reais para cantar o Hino Nacional Brasileiro e desfilar na parada paulistana do Orgulho Gay. Afirmo a todos vocês – isso é só a ponta do iceberg. Verba que poderia ser usada na segurança, educação e saúde utilizada nesse tipo de evento não é exclusividade da parada gay. No Brasil, os movimentos em defesa das mulheres submetidas à violência doméstica, das crianças, dos afrodescendentes, dos ambientalistas, enfim..de qualquer grupo que se autodeclare como“minoria” pode buscar apoio e verba federal. A legitimação é fornecida por uma espécie de autoridade anônima – aquele que deve decidir se o movimento vai ou não receber o dinheiro sente-se vigiado por uma censura invisível. O Estado brasileiro inteiro tem medo de se apresentar como instituição retrógrada ou mesmo conservadora.

Estatísticas recentes nos Estados Unidos mostram que não mais do que aproximadamente 4% da população americana se define como homossexual. No Brasil, os registros de crimes que à primeira vista seriam cometidos com base na homofobia mostram, depois de um exame mais detalhado, que as atrocidades, na sua grande maioria foram cometidas por parceiros das vítimas. Mais do isso, elas evidenciam que em numerosos casos existia relação com uso de drogas ou mesmo do seu tráfico.

A idéia de apoiar minorias com a intenção de permanecer no poder não é nova. Ela segue um princípio romano muito antigo – dividir para conquistar. Enquanto todo Brasil se envolve em discussões sobre cotas raciais, parada gay, defesa das mulheres e do meio ambiente, um partido único – acima do bem do mal – vai se garantindo e perpetuando no poder. Para ele, partido, não faz a mínima diferença financiar a parada gay ou “marcha pela virgindade das mulheres”. Destinando dinheiro a esses movimento ele lesa a União superfaturando os custos, distrai toda sociedade dos problemas graves fomentando a polêmica, e apresenta-se como democrático ao mesmo tempo que lesa a Constituição criando não igualdades, mas sim privilégios.

130 mil reais pode não ser muito dinheiro no Brasil de hoje, mas mesmo assim pagaria o salário de muitos professores baianos, armaria bem melhor a polícia e – para não ser corporativo citando o salários do médicos – compraria muita medicação para os hospitais de Salvador. Dinheiro gasto por um partido totalitário que se confunde com o próprio estado brasileiro e onde a sociedade, por sua natureza contra esse tipo de evento, não passa de mais uma minoria.

cardiopires
Enviado por cardiopires em 02/06/2013
Reeditado em 02/06/2013
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