MÚSICAS DESTRUIDORAS DE TÍMPANOS
É grande a minha decepção com as músicas atuais, confesso! Aliás, música tem um significado muito diferente daquele dado pela juventude, pelos cantores, pelas bandas e pela sociedade atual.
A definição nos diz que música é uma forma de arte que se constitui basicamente em combinar sons e silêncio seguindo uma pré-organização ao longo do tempo formando assim uma combinação harmônica. Combinação harmônica, por sua vez, quer dizer um conjunto ou sucessão de sons agradáveis aos ouvidos. Sinceramente não é isso que a nossa sociedade anda praticando. O que ouvimos nas ruas é exatamente o contrário do que nos diz este conceito. Sem generalizar, logicamente, eu poderia dizer que a grande maioria de barulhos emitidos hoje pelos cantores, shows, músicos, sons automotivos & Cia seria um atentado a arte musical, pois se constitui de uma descombinação de sons e extrema falta de silêncio, que nunca, nem antes, nem durante, nem após a sua confecção seguiu-se uma organização lógica, jamais alcançando uma harmonia. Sem harmonia resulta-se um barulho extremamente desagradável aos ouvidos, causando agitação, irritação e até surdez dependendo da quantidade de decibéis empregados.
Como se não bastasse toda essa desgraça no mundo das melodias, as letras das “músicas” modernas fazem apologia ao sexo, ao banditismo, à infidelidade e à violência.
Infelizmente em vez de propiciar-nos calma, leveza na alma e paz interior, a música hoje não nos deixa ter uma boa noite de sono. Não deixa aqueles que andam em ônibus ou metrô aproveitarem esse tempo para viajar nas asas de um bom livro ou tirar aquela boa soneca após um dia inteiro de serviço. Ela nos incomoda, agride-nos os ouvidos, aliás, estupra-os, já que lhes penetra forçosamente, sem o consentimento, causando-lhes uma dilaceração dos tímpanos.
Sim, você deve estar reclamando consigo que não é bem assim, que pra toda regra existe uma exceção. Eu sei que existe. Por exemplo, nesse exato momento você deve estar se lembrando daquela musica que tanto gosta... Ou daquela outra antiga, lá do seu remoto tempo, que tanto te emocionava... Sim, concordo plenamente com você. Existem exceções! Mas aí mora o problema. Música boa não deveria ser a exceção. Deveria ser a regra. Está certo que nem todos nasceram com um Mozart ou Beethoven dentro de si, mas se a crítica popular fosse mais apurada com certeza as músicas ruins sucumbiriam e deixariam lugar para aquelas que realmente fazem jus ao seu sucesso. Se o povo soubesse ouvir, fariam fama somente aqueles que sabem cantar ou tocar.