Louis Wirth - O Urbanismo Como Modo de Vida (Assimilação do Urbano)

LOUIS WIRTH

O URBANISMO COMO MODO DE VIDA

Sumário

1. biografia

2. introdução

2.1 obras

2.2 principais temas

3. a Escola de Chicago

4. Urbanismo Como Modo de Vida

5. urbanismo e assimilação

Biografia

Louis Wirth nasceu em 28 de agosto de 1897, em Gemünden, uma pequena vila de

900 habitantes localizada no distrito Hunsrück, no estado da Renânia-Palatinado, na

Alemanha. Foi o segundo filho, primeiro homem, de uma tradicional família judaica de

comerciantes e fazendeiros. A comunidade judaica na vila aonde morava era pequena, não possuía escola de ensino regular na tradição religiosa, nem também possuía ginásio. Dificilmente algum deles era enviado a outra localidade para prosseguir nos estudos e ingressar em alguma Universidade.

Entretanto, Rosalie Lorig Wirth, genitora de Louis, tinha planos futuros de que seus filhos ingressassem no ensino superior. Em 1911, aceitou um convite do seu irmão de levar Louis e sua irmã aos Estados Unidos da América para continuarem os estudos.

Aos quatorze anos, Louis Wirth chegou a Omaha, Nebraska, para morar com outro tio materno. Freqüentou escola pública e rtinha aulas de língua inglesa particulares que lhe permitiu uma ágil fluência em redação e pronúncia do idioma inglês. Quando completou os estudos era esperado que assumisse parte do comércio de mercearia da família, porém, Louis tinha outra meta.

Em 1916, entrou na Universidade de Chicago na faculdade de medicina. Ao frequentar cursos optativos de Sociologia e tomou contato com os professores Albion Small, Willian Thomas, Robert Park e Ernest Burgess. Levado pelo seu grande interesse na área, abandonou a recém iniciada carreira médica; e, concluiu seu bacharelado em 1919. Após o retorno de uma viagem à Alemanha, conseguida através de economias quando diretor da divisão para jovens delinquentes na Jewish Charities de Chicago, voltou ao departamento de Sociologia da Universidade

de Chicago como aluno de pós-graduação. Para sua dissertação de mestrado, aproveitou toda experiência adquirida e os dados coletados ao longo do seu trabalho em Jewish Charities. Defendendo, em 1925, a sua dissertação Cultural Conflicts in the Immigrant Family, na qual analisou a desorganização social de famílias de imigrantes judeus ortodoxos.

Sua tese de doutorado “The Guetto” representou a sucessividade de sua dissertação de mestrado pelo objeto de estudo, alongado para as comunidades de imigrantes judeus de Chicago como um todo; defendida em 1926 e publicada em 1928, pela editora da Universidade de Chicago. Viajou, entre 1930 e 1931 para França e a Alemanha, entrando em contato com autores como Werner Sombart, Leopold Von Wiese e, principalmente, Karl Mannheim, o qual o forneceu impacto significativo no seu pensamento e obra.

Wirth recebeu um convite para assim que retornasse de viagem, imediatamente aceito, de Robert Park a assumir uma vaga de professor assistente na Escola de Chicago; vindo a ser promovido a professor permanente em 1940. Permaneceu vinculado ao departamento de sociologia de Chicago até sua morte prematura em 1952 causada por um ataque cardíaco fatal.

RUFATO, Marcela de Andrade “A Teoria Social de Louis Wirth”

Introdução

Louis Wirth, sociólogo de origem alemã, naturalizado norte-americano, componente da corrente sociológica da Escola de Chicago. Recebeu influências de grandes autores

como William I. Thomas, Robert E. Park e Ernest W. Burgess. Conceituado pelos importantes trabalhos: Culture Conflict in the Immigrante Family (1925), sua dissertação de mestrado, e The Ghetto (1928), sua tese de doutorado. Suas principais, e valiosas, contribuições são: a teoria da assimilação; os conflitos culturais e a delinquência entre a segunda geração de imigrantes; a possibilidade de aplicação do conhecimento sociológico para intervenção na realidade social; o conceito de gueto, na interpretação do isolamento espacial, cultural e social; e outros. Além de ter feito publicações importantes como “Urbanismo como modo de vida”, artigo pelo qual é mais conhecido. Posteriormente a ele, sua inserção na Sociologia deu-se através do seu conceito de "gueto", na reavaliação e crítica elaborada por Loïc Wacquant, um francês que está diretamente ligado à sociologia francesa de Pierre Bourdieu.

Louis Wirth fez um apanhado de sua carreira, por volta de 1948, no qual ele situou seu trabalho na dimensão teórica da Sociologia; onde ele destacou 4 obras cruciais e 5 principais temas que ele acreditava ter deixado sua contribuição:

Obras de Louis Wirth

1. a ecologia humana e o estudo da comunidade [1925, The Guetto [1927[ e seu artigo “Urbanismo como modo de vida” [1948];

2. a ecologia humana e o estudo da comunidade (advindo do seu contato com o prefácio “A ideologia e utopia” de Karl Mannhein) [1936];

3. as relações raciais e os problemas das minorias [1943], sua participação no projeto de Gunnar Myrdal [1944], o capítulo "The Problem of Minority Groups" da coletânea de Ralph Linton [1945];

4. habitação e planejamento.

Principais Temas

1. relações raciais:

Este tema encontra-se em sua obra “The Guetto” cujo foi sua tese de doutorado; aqui, o autor discute as condições dos imigrantes baseado no seu objeto de pesquisa, as comunidades de imigrantes judeus em Chicago. Posteriormente, Wirte expandiu sua abordagem do tema não especificando apenas os imigrantes judeus, mas os imigrantes generalizadamente. Na mesma época salientou também a temática das relações raciais de um modo mais direto; deixou sua contribuição a cerca da ideia de raça e suas relações com o nacionalismo.

2. ecologia humana e estudo da comunidade:

suas ideias quanto ao tema estão localizadas em dois de seus artigos, "The Scope and Problems of the Community" (1932) e "Human Ecology" (1945), além de também poder ser encontrado na obra The Guetto. Nesses artigos vemos Wirth preocupando-se, e desenvolvendo-se, com temas desenvolvidos pela Escola Sociológica de Chicago como: a ecologia urbana, distinções e aproximações entre o urbano e o rural, dentre outros assuntos pertinentes.

3. Sociologia como disciplina científica e sociologia do conhecimento:

esse tema foi suscitado pelo prefácio que Wirth escreveu para a tradução que fez da “Ideologia e Utopia” de Mannheim, no ano de 1936. Neste, a apreensão do autor está volva para o debate sobre o campo da sociologia, no que se refere à objetividade do pensamento social. Tal discussão revelou-se posteriormente em sua obra a preocupação aos valores na edificação do conhecimento sociológico (Wirth 1949b) e a preocupação e relação a responsabilidade das Ciências Sociais (Wirth 1947b).

No começo de sua vida intelectual, ele salientou essa temática no meio educacional, relativo a Sociologia da Educação, de uma maneira específica no ensino superior e no ensino sociológico. Desde sua dissertação como mestre, pode-se reconhecer esta discussão fomentada na nas diferenças entre os campos e métodos de estudo da Sociologia com os de Serviço Social.

4. cidade, modo de vida urbano e cultura urbana;

Esse é o tema discutido em “Urbanismo como modo de vida” de 1938, artigo mais famoso de Louis Wirth. Tal artigo traz a proposta de uma “nova agenda de pesquisa” (Rufato; A teoria social de Louis Wirth, p23) sobre a cidade desencadeando diversos debates e linhas de pesquisa e discussões sobre o planejamento urbano.

5. planejamento:

Devido ao seu ativismo social, este tema se fazia presente em suas obras, observável nas suscitações dos anteriores temas apresentados aqui. Seu caráter ativo o acompanha desde a conclusão do seu baixarelado, no início da sua carreira no serviço social aonde fazia estudos de casos com família de judeus recém imigrados. De um modo geral, podemos identificar dois rumos principais na sua temática: a de políticas raciais, no qual a questão das minorias é um elemento importante; e a de planejamento urbano e social.

A Escola de Chicago

As influências do contexto histórico e social no qual se emergiu a Escola de Chicago estava ligada a duas grandes correntes filosóficas: o pragmatismo americano e o interacionismo simbólico. Esta escola utilizará autores da Sociologia clássica para estabelecer as sínteses teóricas e as bases do estrutural funcionalismo, não partindo, necessariamente, desses referenciais, mas tomando pontos a partir de uma filosofia tipicamente americana, que era uma peculiaridade sua.

Alguns autores da Escola de Chicago chegavam a defender a ideia de que ela era uma escola “anti-teórica” devido a relevância importante que a mesma dava a pesquisa empírica. Entretanto, visando estabelecer um pensamento a discordar dessa ideia, debruçou-se na tese aonde, mesmo esta tendo uma base empírica muito maior em seus autores do que em outros, ainda assim possui uma forte teoria por trás de seus estudos. Esta teoria está calcada ao tomar a cidade como uma “variável independente”, ou seja, esta corrente sociológica entende a cidade como um objeto autônomo de estudo.

Ao analisarmos cada um dos 3 autores clássicos da Sociologia podemos perceber que não há, tanto em Karl Marx, Max Weber ou Emile Durkheim, uma autonomia da cidade enquanto objeto de estudo:

Em Marx podemos apreender que a cidade é o palco das lutas de classes, ela é um resultado da revolução industrial, das contradições do modo de produção capitalista e, concomitantemente, o espaço da pobreza e da alienação. Logo, nesse aspecto, ela é uma variável determinada pelas questões econômicas desse modo de produção .

Em Weber, apesar de apresentar uma pequena variação em não estabelecer as relações da cidade pelo viés econômico, Weber a faz por meio da política tomando a cidade como uma totalidade; como resultado do processo de desenvolvimento do capitalismo moderno e da racionalidade moderna, a cidade é o desdobramento de um conjunto de modificações advindas do processo de racionalização na vida social. Percebe-se então que, mesmo para Max Weber, a cidade possui uma relação de dependência com outras esferas ao ser a concentração dos meios de produção política tomando sua definição de estado, não pela economia, mas a partir do poder.

Em Durkheim, mesmo se interessando pela cidade de uma maneira mais indireta, também a toma como um cenário, sendo este, o cenário da divisão social do trabalho. A cidade como um arranjo de funções diretamente ligados e dependentes entre si.

Se nesses três autores clássicos a cidade apresenta-se como uma variável dependente, para a Escola Sociológica de Chicago é possível se afirmar, portanto, que pela primeira vez cria-se as bases que fundamentam uma sociologia urbana. As questões que permeiam a cidade serão estudadas de modo independente da própria cidade.

Urbanismo como modo de vida

segundo Louis Wirth, o urbanismo pode ser compreendido como um modo de vida específico. O ambiente da cidade propicia um tipo de situação num conjunto de relações sociais diferente daquele encontrado no ambiente rural. A cidade em Wirth não é um contínuo do mundo rural, mas uma ruptura da vida social desse outro mundo rural, podendo estudar a cidade não como um desdobramento.

Louis Wirth coloca como “mundo rural”, numa definição controvérsia, tudo aquilo que não está relacionado com as peculiaridades do modo de vida urbano. Podemos observar assim, processos aonde a urbanização se emerge desacompanhada da industrialização. Tomando a definição de rural pelo viés estatístico, e muito convencional ainda, esse mundo é caracterizado por um aglomerado sem concentração populacional e com um quantitativo reduzido de populares (havendo variações específicas em cada país). Porém, Louis Wirth defende a ideia de que esse parâmetro estatístico não é válido para se tomar o conceito de rural que, para ele, tem haver com o modo de vida que contraria esse parâmetro.

A definição de mundo rural e mundo urbano é uma enorme polêmica sobretudo para o IBGE. Pois tudo depende de como os dados são analisados. Pode-se haver lugares com muita concentração populacional e, ainda assim, ser um meio rural por estar desconectado da própria cidade; tal como pode-se haver também lugares com baixo índice habitacional e, no entanto, ser um ambiente urbano por estarem completamente ligados em circuitos transitórios com a cidade; O número de habitantes, se tomado isoladamente, não faz sentido, mas quando associado à densidade, conduz à ideia da heterogeneidade. Nesse aspecto é possível compreender que haja urbanização sem industrialização¹; ou seja, as influências do urbanismo ultrapassam os limites físicos das cidades. Para separar essas relações, a Escola de Chicago tomou a cidade como um objeto de estudo em si.

Wirth nos aponta algumas questões para o que ele define como modo de vida urbano, ele refere-se ao tratamento do urbano e do rural não mais como oposições ou como dois espaços e modo de vida separados. A cidade caracteriza-se, comparada a outros momentos históricos, de uma forma inédita, como o lugar aonde se tem um máximo de contatos diariamente sendo, porém, superficial em sua maioria: ("um núcleo relativamente grande, denso e permanente de indivíduos socialmente heterogêneos" [p. 96]). Diferentemente do campo, aonde se tem poucos contatos, entretanto, sua maioria é tão intensa de modo que impossibilita o “anonimato” nesse meio rural que é marcado por uma “dependência” de uns para os

outros. Numa cidade, num modo de vida urbano, o anonimato por essas relações superficiais de interdependência mútua permite ao indivíduo desenvolver outras esferas da sua vida² conferindo-lhe sentimento de emancipação e de liberdade ao protegê-lo dos controles sociais (apesar de face a face, os contatos não são pessoais).

Esse modo de vida urbano o qual o autor nos atenta é caracterizado concomitantemente pelo isolamento constituinte da superficialidade do anonimato nas relações transitórias e pelas relações instrumentais o que acarreta a possibilidade se desenvolver patamares superiores de cultura e civilização. Uma das questões, para a sociologia posterior a Escola de Chicago, emergente dessa teoria está em como entender esse modo de vida nas cidade e, ao entendê-lo, compreender os fenômenos de mudança no social. As cidades acabam por ser cenário de rupturas, sendo assim, um “lugar do estrangeiro” segundo Simmel..

Wirth não nos fala do “modo de vida urbano” como algo existente concretamente, nem tão pouco podemos confundi-lo com urbanização, mas como um tipo ideal para a compreensão do contínuo de posições existente entre uma situação; e outra, mais enfática, por uma ruptura entre o que seria o rural e o que seria o urbano (“O urbanismo não está confinado a tais localidades, mas manifesta-se

em graus variáveis onde quer que cheguem as influências das cidades. [Wirth, p. 96]). Tomar a cidade como um lugar que pode ser interpretado a partir de um modo de vida foi uma leitura muito corrente na Sociologia posterior e, sobretudo, nos estudos sociológico de caráter urbano.

Como já fora mencionado, o urbanismo não é uma continuação do âmbito rural, mas uma ruptura entre esses modos de vida. Entretanto, Wirth destaca também a interpenetração desses mundos, aonde a vida urbana é, de um certo modo, influenciada pelo modo de vida rural. Louis wirth infere que essas variações se revelam no espaço das cidades nos diferentes grupos econômicos, étnicos e culturais na ocupação de espaços distintos. Segundo ele, a cidade é uma concentração de atividades e instituições e que, quanto maior as cidades, maior a presença dessas atividades e instituições, logo, maior o urbanismo como modo de vida. Ainda que o urbanismo transcenda os limites físicos das cidades ele é manifesto mais intensamente nas grandes cidades: "Quanto mais densamente habitada, quanto mais heterogênea for a comunidade, tanto mais acentuada serão as características associadas ao urbanismo" (p. 97). Na sua maioria, os contatos são impessoais e objetivos, o que traz consequências tanto positivas quanto negativas. A segmentação dos papéis também dá margem a relações utilitaristas.

As mudanças no espaço urbano são outra característica da vida nas grandes cidades; muda-se com maior frequência de residência e de emprego, por isso as relações sociais (laços afetivos) são mais instáveis: "Os indivíduos que integram a sociedade compõem as massas fluidas que tornam tão imprevisível e, portanto, tão problemático o comportamento coletivo na comunidade urbana" (p. 105).

Urbanismo e assimilação

Para a Escola de Chicago, uma das questões cruciais por conta das relações entre o rural e o urbano é a imigração: “a imigração é o processo típico de desorganização e reorganização da vida do indivíduo em um outro patamar de experiência” MIAGUSKO, Edson(. O indivíduo precisa redefinir a sua situação em uma outra circunstância de relações sociais.

A primeira geração de imigrantes não apresenta maior quantitativo problemático de adaptação, entretanto, na sua segunda geração isso ocorre de maneira mais predominante. Todo imigrante se enquadra na situação de “assimilar” a cultura para onde este imigrou ou de manter os valores culturais de onde se emergiu; sendo este, um processo de mudança numa experiência tipicamente urbana.

O grande problema para a Escola Sociológica de Chicago está relacionado a duas vertentes: a quantidade de imigrantes que chegam a cidade de Chicago e a experiência da migração interna. Os vários autores da Escola sociológica de Chicago procuraram mostrar como se davam esses processo utilizando dois conceitos importantes: desagregação e reorganização, através de estudos empíricos. Chegando assim a interpretação de que a imigração não é uma causa, mas sim uma consequência.

A imigração é uma consequência do processo de uma dada sociedade aonde os indivíduos imigram “coercitivamente” quando as expectativas propiciadas por esta sociedade estão desconpassas das que o mesmo almeja. Portanto, isso significa que não são apenas as populações pobres que participam do processo imigratório ou migratório.

Ao se confrontarem entre a cultura vigente e a cultura de origem necessitam passar por um processo de redefinição de situação. A melhor política para a assimilação do estrangeiro nessa cultura vigente é a de manter todas as instituições comunitárias locais originais com o intuito de evitar a desagregação social. Uma vez que, na assimilação, um conceito usado por Louis Wirt em sua obra The Guetto, o indivíduo imigrante necessariamente se exclui de toda sua cultura origem e passa a “incorporar” a cultura local. Essa assimilação ocorre quando o imigrante não se diferencia mais, em termos de sociabilidade, dos demais integrantes de sua sociedade atual.

1. O Brasil talvez seja um país aonde as cidades acompanharam um padrão de urbanização sem industrialização; crescimento populacional, modo de vida urbano, sem desenvolvimento econômico relacionado ao desenvolvimento estrutural urbano.

2. Se a cada contato que o indivíduo mantivesse de forma pessoal, e não impessoal, nas cidades como no meio rural, a vida urbana seria inviável.

Referências

RUFATO, Marcela de Andrade “A teoria social de Louis Wirth” (São Paulo, )

DE ANDRADE, Luciana Teixeira “ O Efeito Metrópole na Cultura Política: reflexões a partir de Louis Wirth”

MIAGUSKO, Edson [“áudio aulas”]

WIRTH, Louis “O urbanismo como modo de vida” (VELHO, Otávio G)

Maximiniano J. M. da Silva - sábado, 15 de Dezembro de 2012