Quem Conspira Em Favor Da Ira?

Acredito que ninguém em sã consciência pode afirmar que as forças vigentes que estão atuando no mundo da Globalização das influências do consumo de mercadorias e de entretenimento, são “do bem”. As  ascendências explícitas e as ocultas da Globalização também atuam intensamente no sentido da Globalização da libido incestuosa.

Gerada pela dinâmica pulsional da necessidade do capitalismo em transformar o planeta numa aldeia global de títeres da cultura cromagnon do consumo de mercadorias (para as quais o consumo interno dos grandes produtores está saturado), o processo de Globalização nivela por baixo os interesses civis e militares de consumo  de entretenimento de baixo nível entre as pessoas de todo o globo.

Os interesses econômicos da expansão capitalista gera uma cultura de “massa crítica” com o único objetivo de realizar a facilitação de transações financeiras e a expansão dos negócios do complexo industrial militar. Principalmente do complexo industrial militar dos Estados Unidos da América.

Comércio não apenas bélico, de armas de todos os calibres e de bombas usadas pelos terroristas de todos os naipes, no sentido de disseminar o medo nas populações indefesas. Medo esse que provoca um retraimento institucional do sentimento de defesa dos direitos civis e da liberdade de expressão. Vejam-se as tentativas de governos títeres em querer estabelecer a limitação das informações jornalísticas na América Latina com ênfase no Brasil e na Argentina.

Segundo economistas políticos de renome, a Globalização trabalha no sentido de construir o processo de ampliação da concentração financeira de renda, da hegemonia econômica do “Reich Dos Mil Banqueiros”, do estabelecimento definitivo dos interesses da política e da cultura ocidentais no mundo inteiro transformado em sua “aldeia global”.

Esses economistas políticos definem Globalização enquanto reinvenção do processo expansionista americano incrementado pós período da guerra-fria, com a imposição forçada dos modelos políticos tipo democracia e ideológicos: liberalismo, hedonismo e individualismo econômico. Eles denominam esse processo da abertura de mercados de "livre competição".

O poder central da Globalização de mercadorias e entretenimento está localizado nos EUA e se expande no mundo de um “tronco único” (Pentágono & Wall Street S/A) a partir do qual as diversas ramificações, cada vez menores e mais dependentes dos interesse do poder central se espalham pelo mundo. Esta, neste parágrafo, é a teoria do pensador italiano Antonio Negri.

Essas relações de dependência cultural e econômica estão organizadas em redes assimétricas, corporações, ONGs e grupos terroristas. Têm poder coercitivo, mobilidade e mais chances de sobrevivência em novos ambientes criados, do que as instituições paradigmáticas da modernidade, tipo Estado, partidos políticos e empresas tradicionais.

Alguns cientistas políticos e teóricos da Globalização têm suas teorias que, nos finalmente das conclusões expõem a concentração monumental de poder político e econômico em mãos de poucos interessados em disseminar uma cultura de baixo nível via mídias, no intuito de garantir a comercialização de produtos industrializados para seus mercados que se pretendem mais e mais globalizados.

Dentre esses cientistas políticos e teóricos da Globalização estão Mário Murteira (conhecimento da economia dos mercados), Stuart Hall (desligamento do indivíduo de seu mundo de referências original, social e cultural) Benjamim Barber (luta do McMundo McDonald´s X “a luta da alma contra o mal” ou Jihad — “guerra santa”), Daniele Conversi (insegurança social, erosão do entendimento, nacionalismo de e-mail) e Samuel P. Huntington (imposição da cultura ocidental a gerar choques de civilizações).

Quem em sã consciência pode dizer que a “New World Order” não faz parte da “Prática da Conspiração”? Os conspiradores querem o mercado planetário para seus produtos e interesses de concentração de poder político e renda. Esse mercado planetário está por volta de 7 bilhões de pessoas. É muita gente. É muita grana.

A Conspiração é inerente à natureza humana. Como poderia o Homo sapiens/demens ter sido gerado há, convenhamos, 150 mil anos, crescido e desenvolvido até tornar-se a mesma coisa pulsional que é hoje? Cento e cinquenta mil anos depois! Suas células, seus atos, sua vontade de domínio foram condicionadas na luta renhida pela sobrevivência através dos tempos idos, passados, até chegar aos atuais.

Tanto tempo se passou. Quantas gerações se passaram. E emocionalmente ele continua o mesmo. O mesmo de há tanto tempo.

Como poderiam suas células, seus atos falhos, suas vontades, seus desejos nietzschianos de poder sobreviver a essas épocas, às intempéries dessa longa e cruenta pré-história não estivessem sempre em franca ebulição? Em franca conspiração pessoal, grupal, social, coletiva?

Quantos mil anos foram necessários para que a mente do pequeno bípede com um cérebro semelhante ao de um chimpanzé, criar as condições cognitivas de seu meio ambiente primitivo e selvagem? E, a partir daí, criar lentamente, através dos milênios, um processo cognitivo, cultural e biológico de universalização de seus instintos atuais e ao mesmo tempo tão básicos!

O desenvolvimento da natureza de sua singularidade animal um dia fez com que sua cultura fosse estimada enquanto apartada da natureza meramente instintiva. A exemplo da proibição do incesto. Do incesto que está hoje, talvez ainda mais disseminado do que quando de suas incursões nas cavernas neolíticas.

Suas compulsões biológicas primitivas geraram esse modelo de cultura e civilização baseado na ganância e na concentração narcísica de poder, dinheiro, aquisição de bens e corrupção gradativa e endêmica. De que lhe adiantou estar no século XXI exercitando essas mesmas compulsões de há milênios?

De que vale se dizer crente num Deus, qualquer que seja ele, se na prática de sua cultura e civilidade o ateísmo característico ao processo troglodita de acumulação de bens via corrupção e impunidade se revela tão intenso e irreversível? 

As distorções de toda ordem nesse processo dito evolutivo gerou a Globalização de sua condição mais primitiva e amoral: a Globalização da libido, universalização, via mídias, da pulsão sexual mais incestuosa e primitiva, como se fosse um fator de evolução física, psicológica e emocional. Quando, na realidade, em verdade, não passa de uma mostra de sua decadência original: como se não tivesse havido, em todos esses milênios, senão a preparação para uma cultura da regressividade.

Regressão a modelos de comportamentos característicos de nível da idade histórica anterior. Sociedades poderosas, ditas secretas, têm nesses comportamentos a afirmação de que o homem superou sua limitação moral de Homo sapiens/demens para a condição superior de agente responsável por seus atos. Como se fosse Deus de si mesmo. Um Deus amoral determinando seu próprio e promíscuo comportamento.

O homem não precisa, suponho, ser Deus de si mesmo. Precisa ser apenas homem. Moral. A exercitar comportamentos éticos que lhe permitam sair das trevas de sua anterioridade paleolítica. Neolítica. Essa possibilidade parece ser uma impossibilidade não difícil, mas impossível de conseguir. Impossível de realizar culturalmente.

Sua vontade de ser um ser moral é sempre inferior à força da pulsão que o conduz a ceder a comportamentos que não fazem justiça ao processo evolutivo que deveria caracterizar seu devir histórico na vigência do século XXI.

O pior do processo de Globalização de seus interesses acima de qualquer consideração  filosófica, é a deterioração moral de seus modelos de comportamento divulgados pelas mídias. Principalmente pelas mídias TVvisão e Internet. Mesmo considerando-se a percentagem de programas que se habilitam acima dessa deficiência imposta pelos interesses da propaganda de consumo e da baixaria TVvisiva.

A “gayzação” comportamental mundializada é fator primordial da Globalização. Gay, em inglês, já foi sinônimo de feliz. Feliz: venturoso, ditoso, simplesmente contente, satisfeito, bem-aventurado, de bem com a vida. 

Em 1828 o dicionário Webster incluiu entre as definições o registro de “depravado”, “embriagado”, “pervertido”. Nos dias de hoje quer dizer homens que fazem sexo com outros homens. Ninguém mais, em lugar nenhum do mundo globalizado pela necessidade de ceder às solicitações do consumo de mercadorias e entretenimento de baixa (falta de) qualidade considera gay sinônimo de feliz. Feliz, simplesmente, sem frescuras.

A força social dos interesses da Globalização inseriu no vocabulário nacional essa palavra em seu significado semântico enquanto representação de sentido no qual o mais forte financeiramente pode comprar a mercadoria do Homo sapiens/demens homossexual financeiramente fraco. Que precisa vender seu corpo para sobreviver na sociedade onde o “fator econômico” prevalece sobre qualquer outro fator.

E aí está, aos olhos escancaradamente fechados da sociedade de consumo globalizada, seu calcanhar de Aquiles. Aquiles era apenas um bebê quando sua mãe, Tétis, mergulhou todo seu corpo no Estige, rio do Inferno, ficando fora das águas apenas seu calcanhar. O corpo estava quase que completamente protegido (pelo mito de que suas águas o tornariam invulnerável), exceto pelo detalhe da parte posterior do pé direito.

Não fosse esse detalhe, ele jamais poderia entrar no mundo dos mortos, ou melhor, ser morto. Invulnerável a qualquer ferimento, exceto no calcanhar direito, a única parte do corpo que ficara à tona. O calcanhar de Aquiles dos nascituros do processo de Globalização é a carência de bens financeiros para a aquisição de mercadorias. A pobreza de recursos aquisitivos.

Esses exércitos imensos de miseráveis sem poder aquisitivo de herança familiar, são forçados pelas circunstâncias familiares e sociais, à comercialização do único bem que possuem e não pode ser preservado: a inviolabilidade moral do próprio corpo. Ao tornar vulnerável o corpo, a mente se torna vulnerável via processo telepático de açoramento por outras mentes que usufruíram dos serviços prestados pela vulnerabilidade comercializada do corpo.

Se a mente fica vulnerável, tudo o mais está à mercê de ser aviltado pelo desejo do outro que lhe compra os serviços. Que lhe reduz a força moral, que lhe devora as entranhas para absorção de seus recursos naturais. Físicos e mentais. E aqueles que seriam Aquiles, a lutar bravamente pela preponderância de sua força e de suas habilidades, viram transformistas a serviço da sobrevivência num mundo globalizado pela corrupção dos sentidos.

E se os sentidos estão corrompidos, o corpo e a mente vão de brinde. Os sentimentos, as emoções também se corrompem porque estão associadas entre si numa cadeia de elos neurais que se interdependem.

A configuração mais trágica das exigências da Globalização do consumo está em que a pessoa que se comercializou em decorrência das necessidades de sobrevivência, vai conviver na vida interior com a nódoa. Como uma nódoa num fruto que começou a apodrecer. Moralmente a pessoa em pauta, presume-se, se fragiliza.

A dificuldade de impedir esse apodrecimento gradativo que corrói as forças do intelecto e da espiritualidade é de difícil conserto. Muitas vezes essa pessoa só vê a possibilidade de se adaptar e conformar-se ao dano. Não de repará-lo. Seu mecanismo pessoal de defesa não possui muitos recursos para a reformatação do corpo e da mente. A estrutura perceptual fica comprometida. Emocionalmente. Intelectualmente.

Resta-lhe a aceitação e a disseminação dos mesmos processos de aviltamento moral solicitados pela necessidade de Globalização das mentalidades pelos donos do mundo da propaganda de produtos industrializados. Pela propaganda TVvisiva de baixo nível moral e perceptual da própria realidade. E de todas as realidades adjacentes.

As leis e as políticas pró-homossexualismo se disseminam como uma praga de afirmação social e cultural irreversível. A decadência moral da sociedade globalizada pelos interesses comerciais, econômicos, políticos e sociais de poucos, faz milhões, talvez bilhões de pessoas submersas nesses interesses meramente consumistas, dilapidarem seu capital mais precioso: a afirmação moral de sua estrutura mental perceptiva.

Por isso os políticos se especializaram em boicotar a educação, a saúde, os investimentos em segurança, habitação e transporte: para que essa deterioração moral da sociedade possa vitimar gerações e gerações de pessoas sucateadas pelas políticas vigentes de educação, tipo a Bolsa-Família. E outras social e igualmente degradantes.

Enquanto "la nave vá" felliniana dos políticos enriquece suas contas bancárias a serviço daquela pulsão paleolítica que conservam intacta ainda hoje, aqui, agora, nas rotinas de vida da sociedade das cavernas do século XXI.

Essa é a força que impulsiona a pulsão de sobrevivência e mantém a respiração diária dos exemplares Homo sapiens/demens: a corrupção na superestrutura política e jurídica em todas as sociedades planetárias que fazem de conta que nada disso está acontecendo e que as coisas são como são e não podem ser mudados os paradigmas de administração política e social da cultura e da civilização que permanecem culturalmente (pulsionalmente) pré-históricas.

Ninguém quer resgatar moralmente a sociedade dessa pulsão. Porque ela é quem os faz sair da cama, escovar os dentes, tomar banho, vestir a roupa, por o pescoço na forca e sair para trabalhar num trânsito que os faz chegar e aportar na garagem ou no estacionamento para outro dia de congestionamento e antropofagia nas ruas e avenidas. Nas praças e paisagens urbanas e rurais das cidades.

DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 07/05/2013
Reeditado em 22/07/2013
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