CRIME DANTESCO
Publicado no Diário de Pernambuco – Opinião
Publicação: 07/05/2013
A sociedade está chocada, estarrecida. Repete-se a cena que ceifou a vida do Índio Pataxó - Galdino Jesus dos Santos -, no dia 20 de abril de 1997, em Brasília. Também, no mês de abril, dia 25, último, uma quadrilha queimou viva uma dentista, em São Paulo. Nada mais horrendo e triste. Um dos integrantes do bando é menor de idade e foi o autor da cena horripilante. Os meliantes adultos foram presos e o assassino por ser de "menor", foi apreendido - é assim que é noticiado. O anacrônico Estatuto da Criança e do Adolescente protege em demasia esses marginais mirins que muitas das vezes, são mais sanguinários do que os adultos.
Até onde iremos suportar a inércia dos legisladores, enfim, daqueles que dirigem a Nação? Tantas medidas provisórias são remetidas ao Congresso e muitas delas com objetivos meramente políticos. Por que, então, o Executivo não envia uma que venha a proteger a sociedade dessa sanha assassina que atormenta o Brasil de norte a sul? O que falta aos legisladores para que adotem uma posição firme e dura contra essa criminalidade? Será medo de retaliação? Se for, por que se candidataram? Para fugir de suas responsabilidades?
Questiona-se a redução da idade para se imputar responsabilidade para esses menores. Ora, um menor de 16 anos pode ter discernimento para votar e não tem para ser incriminado pelos delitos cometidos?
Onde reside a lógica de tudo isso? No mínimo é um descaso para com o cidadão de bem, além de afrontar qualquer nível de inteligência. Na verdade, no Brasil existe uma pena de morte não prevista em lei. Sim, existe para os homens de bem e aí está um exemplo de crueldade sem limites. Somos todos, sem exceção, condenados a cada dia que se inicia, pois, saímos e não sabemos se retornaremos vivos para casa...
Os marginais preferem delegar a responsabilidade dos crimes para esses "menores", pois aos dezoito anos, ficam em liberdade e com a ficha "limpa". O que serão capazes quando se tornarem adultos perante a lei, pois, muitos deles já o são pelo porte físico? Um elemento que perpetra crime da espécie apresenta indícios de recuperação para viver em sociedade? Não há nenhuma dúvida quanto a sua periculosidade que se torna uma ameaça para todos.
O pior de tudo, é que a policia mostrou eficiência no seu trabalho como no presente caso, contudo a legislação frágil e permissiva propicia a soltura de tantos desses que deveriam permanecer atrás das grades. O povo já não aguenta tanta impunidade e há casos em que procura fazer justiça a seu modo. Vivemos a exaustão da paciência, da perplexidade e da indignação que afloram, tornando-se difícil conter esse sentimento de revolta.
Esse é o quadro nefasto que enfrentamos no dia a dia e não temos para quem apelar. Só nos resta rezar e ter sorte para escaparmos dessa criminalidade que tem como bandeira a impunidade, graças a omissão dos nossos legisladores