A MORTE DE CICLISTAS NO TRÂNSITO
A morte de ciclistas em acidentes de trânsito vem chamando a atenção dos meios de comunicação nos últimos dias. Não por esse tipo de acidente ter aumentado e sim devido ao fato de em um dos casos a vítima, o ciclista, ser um atleta e a cidade a sede da próxima olimpíada. Embora este tipo de acidente seja frequente, principalmente nos centros urbanos onde o há um grande volume de bicicletas, é inegável ter aumentado muito nos últimos anos. E a explicação para esse aumento é compreensível. De um lado, o aumento da frota de veículos; e do outro, o aumento de ciclistas. No primeiro caso, o aumento se deu devido a melhora na renda da população e aos incentivos fiscais que possibilitou a um número muito grande de pessoas comprar um automóvel; no segundo caso, o aumento de bicicletas nas ruas tanto é consequência da melhora nas condições financeiras das pessoas quanto fruto do aumento da frota de veículos, que fez com que as pessoas optarem por uma moto ou bicicleta a fim de escapar dos enormes congestionamentos. No entanto, isso por si só não explica o aumento dos acidentes. Há que se considerar outras variáveis. E dentre estas podemos citar a inexperiência tanto dos novos motoristas quanto dos ciclistas. Que há bem mais motoristas e ciclistas despreparados no trânsito hoje em dia não resta dívida. Principalmente motoristas, os quais ao adquirir um carro pela primeira vez saem das autoescolas sem condições de lidar com as mais variadas situações no trânsito, sem contar aqueles que tiram carta no passado e só agora tiveram a oportunidade de comprar um carro. Por outro lado há o ciclista que ou por pura ignorância ou por achar que, por ser um ciclista, não deve respeitar o mínimo do mínimo das leis de trânsito. Não trafegar na contramão ou cruzar uma rua sem antes ver se não vem um veículo lhes parece a coisa mais natural do mundo. Aliás, não querendo por toda a culpa nos ciclistas, até porque em muitos casos o motorista é o responsável pelo acidente, a falta de uma educação no trânsito leva os ciclistas a cometerem absurdos, onde o motorista não pode fazer nada para impedir o acidente. Não querendo generalizar, até porque há uma pequena minoria de ciclistas que respeitam as normas de segurança, mas uma grande maioria dos ciclistas ignoram completamente a faixa exclusiva para eles, circulando no meio dos carros e muitas vezes contra a mão como se ali do lado não houvesse uma faixa para a circulação de bicicletas. Por outro lado, os motoristas não parecem compreender que na mais das vezes um ciclista no trânsito é um veículo a menos, tornando o trânsito menos congestionado. Portanto, um ciclista não é um inimigo ou alguém que simplesmente está atrapalhando o trânsito. E por último, as vias publicas da maioria das cidades não foram planejadas pensando nos ciclistas, mas sim nos motoristas e depois nos pedestres, o que não dá muita opção ao ciclista. Aliás, mesmo onde há ciclovias, estas em muitos casos são mal sinalizadas e conservadas. De forma que a culpa pelos acidentes de trânsito envolvendo ciclistas e motoristas é de todos, principalmente do poder público que além de não fornecer condições adequadas para os ciclistas não possui um política de educação para o trânsito, ensinando, desde os primeiros anos na escola, as nossas crianças a respeitarem as leis de trânsito e principalmente o seu semelhante.