Ofício, labor, trabalho... Dignidade.
Há muito tempo não escrevia em meu espaço por aqui, mas hoje feriado (01/05) deu vontade de escrever então... Nessa semana trabalhei junto de meus alunos (pois sou professora de ensino fundamental), um texto sobre Dia do Trabalhador. Lembro que no texto escrevi sobre a importância de se exercer uma função, cargo ou de ter um emprego. Para além disso, frisei bem junto deles a importância de se ter um emprego por que a ação de trabalhar, oportuniza ao ser humano tornar-se digno. No entanto, muitos de meus alunos pensam e dizem que pretendem crescer e ter uma vida fácil... Sendo que (Meu público é de alunos em vulnerabilidade social) tento modificar essa ideia, percepção, estigma, ou realidade para que eles vejam/percebam o mundo de forma diferente. Mas, não nego que ainda me surpreendo ao ver crianças de 8, 9, no máximo 10 anos falando em ter no futuro uma vida fácil. Penso na lógica deles, na dificuldade de estarem ali na sala de aula, nas famílias, em tudo e tento/me esforço para entender o que gera esse pensamento. Não consigo entendê-lo muito bem, mas se me ater à psicologia percebo que a influência do meio social nestes casos é bem impactante, penso na volição de cada um deles, já tendendo para o caos, ao que eles chamam de "vida mais fácil." Vida mais fácil não deveria ser aquela na qual, enquanto crianças sentimos o gosto pelo estudo ou mesmo em adolescentes desfrutamos de um desejo em sobressairmos por boas notas? Pode ser um pensamento utópico esse meu, mas enquanto amar a educação e desejar que meus alunos transponham obstáculos e cresçam como pessoas dignas que não fogem, não se escondem, não se amedrontam perante aos obstáculos diários, vou incentivar que eles aborreçam até em pensamento de ter uma vida fácil.