As tevês e os vídeos violentos

 
 
     Dias atrás escrevi um artigo de como as Tevês em seus jornalismos estão veiculando suas matérias, com um total desrespeito, principalmente, em relação a vídeos violentos. Ou seja, estão de uma forma banalizando atos violentos, inserindo cenas de assassinatos explícitos nos seus telejornais sem o menor constrangimento. Um destes programas é o vespertino, onde Datena apresente, muitas vezes, repetidamente vídeos com violentos, fazendo uma espécie de sensacionalismo com tais exibições para impressionar os telespectadores.
 
     Não sou contra a veiculação de noticias violentas, até porque precisa ser dada, pois, é através da informação, do noticiário que as autoridades tomam providencias. O povo que não reivindica, não crítica, que não exterioriza suas indignações – quase sempre estas mobilizações ocorrem através do noticiário – não consegue melhorias. Infelizmente, o Estado só trabalha sobre pressão, há não ser quando os interesses são dos políticos. No entanto, a noticia pode ser repassada de mil maneiras sem que sejam sensacionalistas e sem que a população possa ficar assistindo cenas violentas de graça.
 
     A maneira com que as emissoras de TVs e principalmente, as abertas estão veiculando vídeos violentos além de estarem de certa forma criando uma cultura da banalização da violência, ou seja, criando uma situação que de tanto as pessoas verem atos violentos, passa a acostumar-se, criando assim, uma cultura mórbida (psicopática), tornando-se insensível à violência. Além do que, cria-se precedente para que todas as mídias, inclusive, as virtuais, também veiculem tais vídeos e ainda mais violentos nas redes sociais.
 
     Segundo, matéria veiculada na internet semana passada, o Facebook ao ser interpelado para excluir um vídeo de violência, onde uma mulher aparece sendo decapitada, o argumento, usado pelo Face para não excluir o vídeo é que ele não fere as normas do site e também, afirmou em sua defesa que as redes de tevês abertas mostram vídeos similares. Em suma, qual argumento, contra argumentar? E esta será uma tendência natural se não houver uma sensibilidade por parte das empresas de Tevês em criar algumas normas ou uma cartilha de recomendações para que a banalização da violência não seja também colaborada por elas.
 
     Enfim, a questão não é censurar a noticia, mas sim, as mídias televisivas devem usar do bom censo ao veicular certas noticias violentas, pois, elas são formadoras de opinião e ao mesmo tempo são responsáveis por uma formação e educação cultural da sociedade, além do que, suas ações abrem precedentes que podem ser usadas por instituições de comunicação.  
 
Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 29/04/2013
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