A cultura do medo no capitalismo

Quando assistimos na TV, comerciais superdesenvolvidos do ponto de vista, estético, à respeito de marcas de carros importados, sabemos que na verdade não temos, assim como grande parte da população brasileira, condições de comprá-los.

Porem, a um observador mais atento o fato de "tais multinacionais" continuarem a contratar grandes agencias de publicidade ou comprar espaço nas Emissoras de TV, as "major", se dá em outra esfera. Não a econômica mas sim a, simbólica.

Antes de tudo, é necessário lembrar que vivemos e um sistema capitalista. Sendo a sociedade, hierarquizada em classes e aonde sua estrutura produtiva sustenta-se na competitividade econômica, financeira. A eficacia e o mérito são elementos, assim como a construção de valores individualistas baseados em premissas ilusórias do, Capitalismo.

Os carros, então ganham um dimensionamento simbólico, para incentivar na população menos abastada, o consumismo esquizofrênico e o individualismo. Neste sistema antagônico, dividido entre ricos e pobres, se você não possuir algo, você não existirá como sujeito. Isto desperta nas pessoas o sentimento de medo, de "não ter".

Todos então, se lançam na busca por aquisições, muitas vezes distantes de sua realidade econômica, para "ser", nesta sociedade do consumo.

Aliás no mundo do Capitalismo voraz, as pessoas, tornam-se produtos das grandes corporações vendendo-se por Face books, classificados, twitters, e até por meios mais "ilícitos". Deicham de ser sujeitos abdicando de suas autonomias individuais e suas aspirações coletivas, lançando mão de todo o tipo de sentimento, paixão, esvaziando-se por dentro e transformando-se em homens máquina (a máquina é um produto).

Voltando a ideia do medo de não possuir bens de valor passageiros, é notório que a construção de uma cultura do medo, está se estabelecendo com veemência atualmente. A propriedade privada é defendida nas diversas esferas sociais, muitas vezes com violência extrema.

Desde o extermínio de mendigos, desocupação de terras improdutivas como em Pinheirinho, até a politica de segregação realizada pelas UPPS nos morros da Zona Sul carioca, aonde estruturas são criadas para que os mais pobres não invadam os espaços dos mais ricos. Podemos citar os sistemas de segurança de prédios nas grandes cidades, e os vidros automáticos e filmados dos carros, para que menores não importunem senhores engravatados. Alem das guerras realizadas no varejo, quando algum supermercado coloca promoção de eletrodomésticos ou eletrônicos em liquidação. E é povo liquidando povo, que não acaba mais!

A construção do medo, pelo sistema capitalista é a unica forma de mante-lo vivo pois ele baseia-se, na propriedade privada dos meios de produção. E necessário transgredir negativamente a própria cultura e valor de um povo para continuar reinando "no privado".

A nova classe C, já vem aderindo a esta cruzada pela proteção a propriedade, pois muitos pequenos agricultores são contra a desapropriação de terras improdutivas, ameaçando o MST com violência e truculência. Uma nova burguesia avoluma-se, no terreno fértil e medíocre do medo paranoico criado pelo capitalismo

amanhecer poetico
Enviado por amanhecer poetico em 28/04/2013
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