A lenda da "ditadura gay"

Eu só não sei da onde saiu essa idéia equivocada e absurda, que anda habitando alguns infelizes comentários por aí, de que existiria um movimento intitulado por esses lunáticos de "ditadura gay", de que existiria uma corrente se movimentando no sentido de obrigar ou influenciar aos outros a se tornarem gays. Chega de distorcer as coisas, o que se reivindica é respeito, em pé de igualdade. Homofobia não é dar um fora no gay que deu em cima de você, isso é liberdade que qualquer pessoa tem de escolher seus parceiros, sejam do mesmo sexo ou não. Homofobia é bem mais profunda que isso, homofobia por exemplo é essa insistente luta que alguns vem travando pelo não reconhecimento de direitos iguais aos homossexuais, como casamento, adoçãos, entre tantos outros, homofobia é negar direitos legais que são concedidos aos heteros, homofobia é a agressão física e verbal grave estritamente baseada na orientação sexual. Não se pede mais nem menos direitos que os heteros tem,e muito menos que as pessoas se tornem gays, sejamos realistas. Quem não quiser ser amigo de gay que não seja! Quem não quiser ser gay que não tenha relação com pessoas do mesmo sexo, oras! É tão simples. A palavra chave é igualdade, e liberdade de escolha. Independente se uma ofensa parte de um gay ou de um hetero, se quem se defende teve um motivo para tal que não foi baseado meramente na opção sexual ele tem sim esse direito de se defender,de reagir, sem ser rotulado de homofóbico ou heterofóbico por isso. Respeito todo mundo merece, o hetero também, da mesma forma. Recentemente me deparei com um texto, que comparava duas situações, a de "um gay dizer que tem nojo de mulher" (que segundo o autor não seria nada demais) e a de "um cara dar um fora num gay dizendo que tem nojo de gay" (que hipoteticamente, segundo o autor seria homofobia, na cabeça dele). Não senhor, estão tão errados um quanto o outro, o gay que fala que tem nojo da mulher quanto o cara que fala que tem nojo de gay, pq dizer que tem nojo do próximo é desrespeito. Respeito mútuo, de ambas as partes! Caráter não se mede pela opção sexual,tem hetero que sabe respeitar as pessoas, tem hetero que não. Tem gay que tem bom caráter, tem gay que não. Acho que tá na hora de começar a ter uma visão mais abrangente da coisa, menos reducionista, menos tendenciosa, mais humana. Deixemos de olhar a questão por uma lente de quem não quer reconhecer os direitos do próximo, e fica distorcendo tudo em defesa de seus falsos argumentos. A causa LGBT não é essa, ninguém almeja influenciar a orientação sexual dos outros, nem das crianças, nem de seus filhos, nem dos meus filhos (que vão muito bem, obrigado) até porque isso não é possível. Ou então eu seria hetero, de tanto conviver com meus pais, tios e avós que são heteros? Ou de tanto ler romances ou ver novelas que narram casos de amor heterosexuais, como pude não me influenciar a ser hetero? Que coisa estranha eu ser gay não é? E se fosse mesmo uma escolha, uma opção, eu não sei onde é que eu tava com a cabeça quando escolhi o caminho mais difícil, pois seria bem mais fácil ser hetero. Inclusive eu preferia ser, mas não sou. O que posso fazer? Reivindicar respeito. Apenas respeito de igual pra igual, nem mais, nem menos.