Ocupando mentes
Ocupar para não culpar
Tendo em vista a atual situação financeira do País, sangrado por desmandos administrativos (verbas mal empregadas, desvios, desperdícios e assemelhados), temos de ser malabaristas no sentido de equilibrar nosso orçamento doméstico ou comercial.
As entidades que não possuem meios próprios de captação de recursos precisam ser mais criativas ainda. No caso das Forças Armadas, que devem ter uma enorme despesa com manutenção de instalações, equipamentos obsoletos, pessoal e gastos inesperados (do tipo ajuda a uma comunidade em caso de enchentes ou apoio na segurança de eleições), fica extremamente difícil manter a tradição de dar orientação a pelo menos 90 % da população juvenil. Por isto, a cada ano, mais jovens deixam de absorver ensinamentos úteis a eles mesmos e por conseguinte, à Pátria. Além do mais, desperdiçam grande parte do tempo na ociosidade, arquitetando ações que na maioria das vezes não trazem bons frutos. Para minimizar a falta de verba e aproveitar o potencial dos jovens em prol da comunidade, sugiro que esta Entidade efetue um estudo no sentido de viabilizar a idéia que tentarei resumir a seguir.
O EMFA assinaria um convênio com todas as prefeituras do País, para aproveitar os excedentes da época do alistamento. Os que fossem considerados inaptos para o serviço nos quartéis (e até mesmo alguns dedicados voluntários), se apresentariam à Prefeitura de sua cidade para se alistar num PIC (Programa de Integração na Comunidade) ou um nome mais forte que vocês possam idealizar.
Neste PIC, indicariam tipos de serviços que gostariam de prestar à comunidade nas diversas áreas carentes: trânsito, educação, saúde, segurança (sem armas), limpeza de vias públicas, jardins, replantio das encostas, asfaltamento de ruas esburacadas, restauração de monumentos, guias turísticos, postos de registros de deficiências dos bairros e centenas de outras atividades de manutenção necessárias nas cidades saturadas.
Durante 12 ou 18 meses, por 2 ou 3 vezes por semana (à escolha dos candidatos), executariam as tarefas escolhidas, até que totalizassem 400 horas (razoável ?) de trabalho. Ao final do tempo, receberiam o Certificado de Reservista, contendo em que área prestou ajuda e ganharia este tempo (talvez em dobro) para efeito de aposentadoria. Muitos até seguiriam o ramo profissional em que atuaram. As Prefeituras só forneceriam:
- vale-transporte (ou mesmo o transporte).
- Vale-refeição (ou mesmo o rango).
- Ferramentas (conforme o serviço).
- Técnicos (orientadores e monitores das turmas).
Em troca, estariam realizando dezenas de obras em prol da comunidade (sem precisar pagar salários a funcionários próprios ou terceirizados), estariam dando chances aos jovens de estagiarem em serviços que talvez tenham sonhado trabalhar um dia e estariam eliminando desocupados na cidade (reduzindo futuros delinqüentes).
Em suma : estariam prestando serviços à Nação e exercitando o espírito de cidadania que anda raro entre nós.
Se vocês puderem enriquecer esta idéia e encaminha-la às entidades que se rotulam de apoio à sociedade, podem fazê-lo sem constrangimento. Não vou exigir que meu nome seja o mais brilhante da relação (ainda mais que diversos outros já devem ter imaginado algo similar e apenas não escreveram por acreditarem que será perda de tempo).
Agradeço a paciência que tiveram em chegar até aqui. De qualquer forma, espero que adotem medidas que impeçam nossa Pátria de mergulhar num buraco profundo, do qual nossos filhos e netos terão vergonha de habitar e nos culparão por termos permitido ocorrer tal situação que está nos conduzindo para um buraco onde outras nações já mergulharam pela acomodação do povo que não soube lutar pela sua dignidade.
Haroldo P. Barboza – Analista de computador e Poeta