EVOLUIR E MELHORAR
- Mauro Martins Santos - *
Penso - e venho pensando - há muito tempo, no que leva as pessoas a sentirem-se superiores às outras. Será que por se amarem demais a si próprias - mal dos tempos - ou medo de se doarem, descumprindo o "amai-vos uns aos outros" ou por algo inato ao ser humano que aflora "nos dragões escondidos" no mais recôndito da alma de cada um? Pode ser também que existam os que se sentem compelidos a isso pela própria convivência social dos que o cercam e a eles fazem parte. Ou ainda pior, aqueles que sentem um prazer, algo que o faz excretar humores que os satisfazem em ver seus semelhantes sofrendo, humilhados e ridicularizados que para eles são extremamente diferentes, diferenciados, inferiores, classificados e massificados dentro de seus critérios de avaliação. Não estamos falando ainda de criminosos civis ou de guerra. Estamos falando das pessoas de nosso convívio social, daqueles que encontramos diariamente no trabalho, na escola, faculdade, clubes e festas.
Estamos falando daqueles que nos chamam de "amigos” (as), queridos (as) em meio às conversas, mas que são um poço de hipocrisia. A hipocrisia, vício moral ou de formação - sem falar em falhas psicológicas - são de caráter mesmo, onde a pessoa aparenta uma virtude, ou sentimento que não tem, como o ardiloso que capta sua caça, como o gato que quer primeiro torturar o rato e depois desprezá-lo, agonizante; é o fingimento a arrogância, a falta de sentimento, que não os possuem mesmo se entregando à presumida beatice ou devoção.
Notem aquela pessoa que finge que não o vê, porque você está em um lugar público, que ela hipócrita, considera abaixo de sua "classe" social; coisa simples como um ponto de ônibus, ou no interior de uma loja de liquidação – ele (a) só compra em shopping!
Para essas pessoas, nada é duradouro, no fundo elas querem que o seja, mas seu caráter não permite. A moda dura pouquíssimo, menos que para a maioria, o namoro, o casamento, suas investidas sociais, empreendimentos, amizades...
Tudo enfim são como um vapor que se esvai. Lhes sobrevêm o choro. Ao invés de se perdoarem e perdoar, mais ainda lhes aguça o ódio aos colegas, "amigos", namorados, que lhes escaparam: viram-se livres daquela gaiola sufocante e voaram para bem longe reconstruir seus ninhos. E só assim, venceram etapas, podendo chegar ao objetivo de suas vidas. Pessoas como estas aqui descritas estão fadadas à solidão. São como armadilhas de apanhar caças. Todos as evitam.
Pensemos bem nisso tudo e veremos não se tratar de um ajuntamento de palavras.
Está em nosso cotidiano, com pessoas que conhecemos, ou foram nossos conhecidos.
E também focarmos no fato, de quem somos nós para premiar, castigar ou julga-las?
Temos é que, fazer bem nosso trabalho, proclamar a verdade ou sua busca e deixar ao Grande Instrutor a forma e o momento de cada revelação pessoal. Os frutos - de uma vida o mais correta possível, aplacada pelo espírito divino - chegam com as estações. Cuidemos no futuro, que se nos avizinha inteiro, a mudarmos nosso procedimento. Chegam sempre, mais cedo ou mais tarde, mais duradouros ou menos intensos, diversos para cada ser humano de acordo com suas circunstâncias.
Não há planura ou igualdade, para que não se abalem as estruturas da própria natureza humana. Há diversidade de estrutura, personalidade e intensidade de perfeição.
"A verdade da mensagem de quem deseja ser justo move-se por si mesma. Nunca pela sofreguidão do homem." (J.J.Benitez - "O Testamento de São João")
"Precisamos aprender a respeitar a individualidade do outro e o espaço alheio, sem omissão ou empenho nas seriedades da vida" (Rosana Braga).
Porém dando, inclusive, o lapso de tempo que cada um vai precisar para mudar, evoluir e melhorar sua própria existência.
*Membro Fundador da (AGL) – Academia Guaçuana de Letras