Nossos costumes estão em baixa.
Há algum tempo atrás publiquei neste site uma matéria sobre os costumes em nossa sociedade, exemplificando com o comportamento de uma asiática (japonesa prostituta) que se oferecia aos prazeres sexuais com os chineses, segunda ela, com o intuito de reparar conduta de seus anfitriões no passado, na chamada Guerra Sino-Japonesa, que no contexto da contenda cometeram barbárie contra o povo chinês. O tema foi ilustrado com o título Banalização do Sexo, já que a japonesa em tela oferecia seu corpo para que os chineses dela se servissem como subterfúgio de um erro que ocorreu há séculos. Um disparate!
O tema foi explorado no sentido de que na atualidade o sexo virou coisa, ou medalha de troca, ou simplesmente um artifício para reparos históricos, pouco importando com a regra dos costumes que até hoje repudia a venda do corpo. Ceder o corpo como retribuição a algo é o mesmo que se deleitar com a atividade secular que chamamos de prostituição.
Nesta última semana deparei com o comentário de uma internauta que aduziu sobre a notícia mais atual de que uma senhorita está leiloando a sua virgindade. Essa internauta sugeriu que eu discorresse sobre essa nova hipótese de banalização do sexo. Estou aqui para isso...
O fato é que o mundo mudou a concepção sobre os costumes. Atualmente nosso Código Penal ainda protege as pessoas contra os atos sexuais não consentidos. Entretanto, o que mais choca e deixa as pessoas perplexas é com a desconexão dos costumes no que diz respeito aos atos consentidos.
A internet exibiu neste carnaval algo que fiquei estarrecido. Não apenas com o ato em si, mas, com a ousadia dos protagonistas e com a recepção pública que o ato causou em quem o presenciava. Trata-se de um casal que copulava descontraidamente sobre as águas do mar, num local extremamente adverso para aquele tipo de relação. As câmaras que filmaram o ocorrido focalizaram com nitidez o ato. Isso quer dizer que a relação sexual foi praticada num ambiente claro e visível para quem quisesse presenciá-la, sem qualquer restrição. Tanto é assim que enquanto acontecia a cópula a plateia limitava-se a aplaudir referendando a atitude como algo inusitado, mas perfeitamente compreensível.
Nesse campo da perplexidade vem o exemplo ilustrado pela amiga internauta, quando ela cita o caso de uma senhorita que vende a sua virgindade. Ela o faz com tamanho discernimento e convicção que causa revolta. É claro que esse leilão envolve fidelidade por parte de quem vai arrematar o prêmio e também da parte daquela que se propõe a entregar um produto virgem. Até onde vai chegar o ser humano?
É fato incontestável de que a tal de virgindade na atualidade é algo incomum, porque os jovens vivem num mundo aberto em termos de assunto que envolva o sexo. A própria necessidade de se educar os jovens nas escolas para esse tema, levou à quebra de alguns tabus que ainda persistiam em se manter reticentes. As doenças contagiosas e a necessidade de orientação para o controle da natalidade se encarregaram de abrir a mente dos jovens. Mas, tenho certeza, que nenhuma escola ensinou para os jovens que eles poderiam sair praticando atos sexuais em público, até porque se trata de uma atitude recriminada na lei, especialmente nas chamadas contravenções etc.
Atos obscenos e ultraje ao pudor ainda são atitudes puníveis.
Entretanto, nenhum espanto se pode extrair de tais atitudes levando-se em conta a proliferação da deseducação empregada na mídia como um todo. O exemplo mais atual é a exibição dos BBBs globais.
Vamos esperar que nossos jovens ainda estejam influenciados pelas pessoas de bem e que pregam um mínimo de educação. Sexo é coisa reservada e praticada a dois em locais apropriados e longe de olhares alheias. Qualquer coisa além disso (apesar dos avanços) ainda soa como um atentado contra os bons costumes.