O 'ociosidade' mora ao lado
“A ociosidade é a mãe de todos os males”. Essa frase diz tudo sobre o tema. Estar ocioso significa nada mais do que ficar à toa, sem fazer nada, vagando pelo nada. É o mesmo que ser chamado de preguiçoso. A preguiça é pior tipo de inatividade que pode rodear o ser humano. Ela está relacionada com aquela pessoa que tem aversão ao trabalho e à responsabilidade. É um hábito nocivo até para a saúde da pessoa.
Uma pessoa que é preguiçosa e que tem como estilo de vida a ociosidade esquece que o trabalho evita três tipo de comportamento nocivo que são: o tédio, o vício e a necessidade. Quem não trabalha sente-se infeliz porque ficar à toa corrói o pensamento e a alma, especialmente quando a pessoa se vê rodeada de muita gente que trabalha e que luta no dia a dia. A comparação é inevitável.
A ociosidade, faltamente, leva a pessoa a não ter vontade própria porque sua inércia leva-lhe a ficar dependente de terceiros. Quem não trabalha vai viver a vida inteira correndo atrás de uma opção para suprir a falta do trabalho. Vai ficar vagando pelas ruas e encontrará outros vagabundos que buscam a sobrevivência através de pequenos delitos que, com o tempo se transformam em grandes delitos. A necessidade de possuir meios de sobrevivência leva à degradação moral. Ou melhor, quem não tem responsabilidade e não busca meios lícitos de sobrevivência vai acabar atrás das grades. Só a cadeia suporta os ociosos ou as ociosas.
O fato é que a felicidade e a saúde são atributos que se opõem à ociosidade. Por que isso ocorre? Sucede que a pessoa que não trabalha se sente (intimamente) desvalorizada culturalmente e moralmente. Quem não produz é nada mais do que um inútil que não pode ser incluído no rol de pessoas que são úteis para o desenvolvimento de um país. Esses seres humanos são destituídos de crédito perante a sociedade em que vive. Eles nunca serão indicados como alguém confiável para fazer alguma coisa.
Por que a sociedade rejeita os ociosos? A explicação é simples. Por que tudo que é feito no mercado de trabalho exige resultado. Quem não tem responsabilidade e não quer se expor perante as dificuldades que irá encontrar pela frente jamais poderá alcançar algo positivo como resultado.
O curioso é que o ocioso sempre apresenta uma desculpa para sua inércia. Evidente que em face disso também reúne na sua personalidade outro mal que lhe prejudica sensivelmente como pessoa, já que para se desculpar de algo que deveria fazer e não fez, inventa mentiras com o fim de justificar sua desídia.
O ser humano é, invariavelmente, um grande crítico do mundo alheio. A psicóloga Roseleide da Silva Santos, diz: “Quando vemos alguém sem fazer nada, logo imaginamos que ele está ocioso, e que é uma pessoa encostada na vida”. De fato o mundo cobra. A vida cobra. As pessoas cobram. Por quê? Ora, o sentido de justiça que existe em todos nós é no sentido de que cada um busque sua própria subsistência. Quando ocorre de alguém estar ‘encostado’ em outras pessoas para sobreviver, isso transparece perante todos como pobreza de espírito.
Geralmente o ser humano ocioso é, também, uma pessoa passiva, que tem de aceitar ordenamentos de terceiros. Isso ocorre porque ninguém consegue ficar a vida toda dando as coisas sem ver esforço por parte de quem recebe o auxílio. Até com relação aos filhos essa dependência tem de ser rompida em certa etapa da vida. A própria legislação civil se encarrega de determinar essa separação econômica a partir do momento em que o filho ou a filha completa 18 anos e se desvincula da responsabilidade estudantil. Apenas os filhos que estudam e se esforçam para ter uma graduação escolar é que ainda tem algum direito sob o crivo financeiro dos pais.
Assim, só existe um caminho para o ocioso que é viver as custas de alguém, ou se não tiver quem suporte essa dependência, faltamente, esse cidadão ou essa cidadã terá de ingressar no crime para poder sobreviver. Aliás, a ociosidade é o caminho mais curto de se tornar membro do sistema carcerário no Brasil. A justificativa que alguns presos encontram para justificar sua presença no mundo do crime em face da presença das necessidades financeiras é algo difícil de ‘engolir’.
Se fosse por isso, a maioria dos brasileiros estariam encarcerados, já que as estatísticas mostram que a maior parte da população brasileira vive com míseros ganhos, mas, nem por isso são criminosos.