Meu amigo computador
Estamos cansados de ler textos e artigos sobre o mundo virtual e coisas do gênero. O que mais escutamos falar é que precisamos tomar cuidado com hackers, pedófilos, psicopatas, sociopatas e por aí vai (lista grande). Não podemos passar informações sobre onde moramos ou qualquer coisa que faça com que a pessoa do outro lado da telinha nos encontre. Mesmo assim resolvi dedicar esse artigo a esse assunto já considerado chato, porque se pensarmos estamos sendo condicionados a deixar de lado a vida social e impulsionados a ingressar com mais afinco em atividades virtuais. Hoje, se formos analisar, é raro quem não possui uma única conta em qualquer tipo de rede social ou site de relacionamento. É significante o número de pessoas que passaram a utilizar desse recurso para lazer, comunicação e até mesmo como meio profissional. Porém com esse acúmulo de pessoas entrando no meio digital é perceptível, também, o declínio de comportamento dos usuários, como é caso de salas de bate papo, pra quem já acessou sabe que são divididas por categorias, portanto você acessa a sala que possui o assunto em que procura, todavia essa organização não está sendo levada a sério e muito menos regras cumpridas, sendo assim o que era pra ser algo interessante acaba se tornando depravado, pejorativo... Mas isso não vem ao caso, o que realmente quero tratar nesse artigo é sobre como o mundo virtual “da voltas”.
Digamos que você conheceu alguém pela internet e passa a conversar com essa pessoa diariamente, o tempo passa e você começa a contar a ela/ele coisas sobre sua vida e vice versa. Surge uma confiança e o mais interessante de tudo, em alguém que você, nem mesmo, conhece. Já ouvi e vi muitas histórias de pessoas que jamais teriam amizades com indivíduos tais pessoas se não tivessem as conhecido pela internet antes. Nós, seres humanos, temos um defeito muito grande e horrível, julgar quem não conhecemos, olhar pela aparência, achar demais e fazer de menos, e isso, infelizmente, faz com que percamos oportunidades de conhecer pessoas esplêndidas e que nos fariam muito bem. – Deus quando nos fez deve ter esquecido algum código na hora da configuração do “sistema”, porque ‘o errinho pra dar trabalho’ – e, como citei aí em cima, infelizmente todos cometemos ele, não é uma, nem duas vezes, são várias. Você pode estar lendo o artigo e pensando: - Mas eu não faço isso, não julgo ninguém, ela está generalizando! Se pensou ou está pensando comece a relembrar todas as pessoas que conheceu até hoje, as por vontade própria e as que foram por acaso. Confesso que comigo já aconteceu muito disso, pensar algo sobre alguém e o mesmo provar que não era nada do que eu pensava. O que é fascinante pra quem sabe olhar com bons olhos. Quantas vezes você não acessou uma rede social e alguém, do nada, começa a puxar assunto, você conversa hoje e gosta do papo, conversa amanhã, depois, depois, depois... E assim vai, até o dia em que marca de sair, fazer alguma coisa. Encontra a pessoa olha pra ela e percebe que se não fosse a “internet” você jamais teria contato com alguém como ele/ela (como descrevi em algumas linhas anteriormente).
Então às vezes penso em por que omitimos tanto, porque nos escondemos tanto? Internet é perigoso? Sim, claro, é óbvio! Não podemos ir confiando em qualquer um, mas por que não dar uma chance? Porque não ser simpático e tentar fazer uma nova amizade. Está certo que não sabemos se a outra pessoa também está sendo sincera, mas se nós não agirmos de tal forma, como e quando vamos conseguir chegar a esse nível de “maturidade”, quando que iremos acreditar mais ou pelo menos tentar? É tão bom quando você conversa com indivíduos em que as “ideias batem”, quando conhece alguém que lhe faz pensar da seguinte forma: - Poxa como valeu a pena conhecer essa pessoa, que tarde ótima e que companhia magnífica! São raros casos como esses, mas agradabilíssimos quando acontecem. Por isso vamos repensar um pouco mais sobre o “pré-conceito” que criamos sobre redes sociais, internet...? Que tal começar a abrir um pouquinho mais a mente e tentar aproveitar o seu tempo em frente ao computador pra tentar fazer novas amizades? Vamos repensar um pouco mais e ver se realmente vale apena ficar como “gato escaldado” em frente à telinha ou parar com essa tolice e pular do virtual pro real de uma forma saudável e gostosa?
Artigo originalmente publicado no jornal impresso e online Folha Extra/ Wenceslau Braz-PR