O HOMEM EM DESESPERO, PERDE A NOÇÃO DO PERIGO

Pouca coisa é tão desalentador à um homem, quanto acordar pela manhã e perceber-se impossibilitado de manter minimamente um padrão de vida - bem como de quem dele e só dele depende - no conceito da sociedade contemporânea, dominada pelo dinheiro e pela correria desenfreada, cada um intentando puxar a brasa para sua sardinha.

E é este o modelo de sociedade em que vivemos, na qual as relações humanas caminham rumo ao aniquilamento, no qual o estágio de evolução do sistema capitalista caracteriza-se por uma substituição dos valores antes inerentes, pelo 'vale quanto pesa' - no qual grande parte vive de aparências.

O que deveria servir como mediadores das relações humanas - justamente os governos constituídos - ou fazem vista grossa aos apelos estampados nas fisionomias das pessoas, ou vão além, criando obstáculos, impulsionando com isto à polvorosa, quem insiste em manter-se eticamente equilibrado. Quem encontrou - mais ou menos - seu 'lugar ao Sol' vê de soslaio, e não raro, denomina como sendo "espetáculos sensacionalistas", os constantes apelos silenciosos de quem, a única forma que encontra para expressar seu descontentamento, é as vezes, expondo-se ao ridículo, aos olhos de quem vive seu 'mundinho' particular, não dando a mínima pelo que aconteça à sua volta, pois o outrem, pouco ou nada lhe interessa. Na cadeia social margeiam 'matas maiores', os indivíduos amorfas, rostos apáticos e sem sentimentos, vivendo - ou sobrevivendo - quase que como se dizia antigamente, "Deus criou batas". Alguém pode até pensar/ dizer que neste pequeno artigo eu esteja querendo ser sensacionalista - sempre fui contra a esta linha de raciocínio. Um modelo de sociedade que promove a baixa estima do indivíduo, está construindo ao meu vê, o 'homem/ pária involuntário', e entendo nada seja tão constrangedor, quanto alguém sentir-se incapacitado(a) de alto suprir suas necessidades mais elementares, e por tal, chega-se a perder a noção de perigo.

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