BENTO XVI.

     Sobre a renúncia do atual Papa tenho observado que: está sendo considerado pelos católicos, principalmente os mais fervorosos, uma dádiva aos princípios da Igreja e um legado a ser seguido pelo próximo a ocupar a cátedra de S. Pedro. Mas pelo que se lê na imprensa mundial, principalmente a italiana, verifica-se uma direção em sentido inverso.

     O Vaticano está à polvorosa e essa agitação vem há muito fazendo estragos, basta dizer que no Brasil o catolicismo caiu de 82% da população para os atuais 46%, uma debandada em direção às evangélicas. Essa tendência tem se mostrado em toda a América Latina, exceção nos EUA, que continua como a 2ª maior religião, mas continua caindo na parte Católica da Europa. Tendência que se pode explicar em função da teimosia da direção da Igreja em seguir esse conservadorismo idiota, em pleno século XXI. As pessoas de hoje prezam pela sua independência cultural, social e pessoal e a proposta da Igreja Católica se mantém impassível à demanda dessa gente.

     Desde a oposição sistemática à Teologia da Libertação, em meados da década de 80, a Igreja Católica vem se afastando de seu povo, não quis ouvir os apelos à desigualdade social. Anteriormente, podemos também somar a incapacidade da Igreja em harmonizar-se com os Judeus, na época de Pio XII, que se associou à Mussolini, a sua constante submissão em relação à escravatura e a constante ligação com a realeza nas épocas históricas. Essa sequência a levou a um caminho quase sem retorno, não tenho receio em dizer que Bento XVI, seguidor dessa doutrina secular, estava levando o catolicismo ao “fundamentalismo religioso”, pois, diz que prefere uma Igreja menor e menos influente, mas com seguidores convictos, perseverantes e irredutíveis.

     Pelo visto perdeu a parada para os gestores, que como em qualquer empresa em qualquer parte do mundo, na perspectiva de prejuízo, saem à cata dos culpados.

 
JLeal
Enviado por JLeal em 15/02/2013
Reeditado em 15/02/2013
Código do texto: T4142011
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