FACEBOOK - Qual é a sua Tribo?

Será que estou ficando velho?


É muito estranho isso, a gente se sente mentalmente com 25, olha no espelho e aparenta 50, tem disposição de 35.

Resolvi usar o Facebook, mas sinto-me como aquele sujeito separado, que se vê solteiro sem saber para onde ir. Sai a noite e se sente um tiozão no meio da molecada.

Dá até medo de acrescentar alguém como amigo no Facebook e a pessoa aceitar pra não ficar chato, ou deixar de lado, para quem sabe um dia aceitar.

Quando a gente nota alguma mensagem muito estranha no Facebook é muito provável que alguém saiu e ficou logado no Facebook , dando oportunidade para algum amigo divulgar algo falso, apenas de sacanagem. 
 Vontade de fazer isso até dá, mas como medir as conseqüências sem compreender de fato a tribo jovem e suas interpretações.


Conversar com alguém que não se tem muito contato é terrível. Não sei se há duas formas de interpretar uma mensagem, uma frase, mas a verdade é que as interpretações dúbias são comuns. Ouço pessoas conversando ou comentando que esse ou aquele disse isso mas não deveria, que aquela falou aquilo, mas será que ela quis dizer outra coisa?

Algumas vezes me arrisco a publicar algo, mas me sinto como se ninguém me visse ali. Creio que desaprendi a linguagem moderna: a linguagem do Sertanejo Universitário, a linguagem dos Iphone e Ipad, esse negócio de to suave na nave ou to de boa na lagoa, to pegando ela, já peguei.

Sei lá, mas não sou velho (acho), estou na casa dos 50.

Creio que há diversos tipos de tribo e ainda não encontrei a minha. Tribo que dão o nome de comunidade.

Infelizmente é assim mesmo, não adianta ter papo cabeça, mente jovem e estar atualizado. A distinção está na cara, na aparência. Se você tem a idade da mãe ou do pai do interlocutor você tá de fora, é desinteressante. Exceto se tenha algo a oferecer, e esse algo tem que ir de encontro aos interesses daquela comunidade . Fazer uma festa, um evento jovem, e chamar todo mundo, mas você será apenas o patrocinador ou organizador, não espere mais que isso, como por exemplo entrar de cabeça na tribo.

Bem na verdade todo esse pessoal que vai dos 12 aos 30 também vai passar por isso. Num determinado momento, que pode ser passageiro ou não, vai se sentir meio que um peixe fora d’água, não achar de cara sua tribo certa.

A gente pode até usar a linguagem semelhante, falar das mesmas coisas e ir aos mesmo lugares, mas nunca será visto como alguém da mesma tribo.

Tanto se fala em preconceito e o pior deles é camuflado, e quem o pratica nem percebe que o faz, é o preconceito involuntário nas redes sociais. É o pior de todos pois não é proposital, é natural, é o preconceito da distinção de idade, da distinção das rugas, da menopausa e andropausa (aparentes mais aos outros do que a nós mesmos), dos modismos verbacionais.

Assim como o Facebook, deveria existir o GrayhairBook ou MiddleageBook, mas como não existe vou ficando por aqui, tentando encontrar a minha tribo.

Depois que escrevi esse texto ainda tentei postar algo, mas continuei inexistindo. Achei melhor excluir.  

Não existo mais.  (risos).
Claudio Cortez Francisco
Enviado por Claudio Cortez Francisco em 09/02/2013
Reeditado em 09/02/2013
Código do texto: T4131916
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