CAPITAL INTELECTUAL: O MAIS IMPORTANTE ATIVO DO MUNDO MODERNO

Antigamente de forma mecânica e superficial e com uma maneira elementar, preconizou-se a idéia temporal para classificar as Contas Patrimoniais. Aqui nesse espaço não me interessa esmiuçar a nomenclatura contábil que com perfil de aplicação matemático constituiu Ativos e Passivos, regidos pelo método das Partidas Dobradas, que segundo a literatura tem seu primeiro registro em Veneza em 1494, na obra do estudioso autor franciscano Luca Paciolo, apesar de não ter sido o inventor desse procedimento de registro foi o precursor na arte de expor e divulgar a matéria.

A proposta está em tentar discorrer como foi a evolução das mentes no processo dos Ativos Intangíveis (que compreende: conhecimento, patentes, marcas e etc...). Enfim, perceber a transição histórica do modelo empresarial antigo para o empreendedor atual, que criou sistemas e valores de pensar, e executar o que se pensou.

Nas páginas iniciais do Livro “A História da Riqueza do Homem”, de criação do Prof. Leo Huberman, temos contato com a explicação doutrinária sobre o que é e como funciona os fatores de produção, que são especificados como terra, trabalho e capital. E podemos verificar como o somatório dos fatores evoluiu para atividades de produção, e continuou há evoluir cada dia mais e mais, até chegarem ao estágio em que estamos.

As empresas quantificavam exclusivamente seus lucros ou prejuízos em função do desempenho dos Ativos, uma visão hermética da época, independentemente de ser uma Indústria, Comércio ou Serviço, operavam seus registros igualitariamente guardados suas proporções. Posso até exemplificar: Lembra-se do Bar do Sr. Manuel, lá na esquina? Onde comprávamos balas, pirulitos e picolés. Pois bem! Era um nicho comercial. Recorde-se agora da fábrica do pai do Zezinho, amigo do colégio, era uma unidade industrial, que você junto com seus coleguinhas de sala foram visitar em uma tarde chuvosa e tomaram um saboroso chocolate quente com bolachas crocantes. E por último, o escritório de despachante do pai da Aninha, amiga da igreja, era um negócio de prestação de serviço, que naquela manhã ensolarada e quente foi oferecido para conter nossa sede e fome, aquele fantástico suco geladíssimo de melancia acompanhado de bolo gelado. Com certeza nós trazemos na memória até nossos dias esses ícones, muito mais em função do relacionamento pessoal e das guloseimas consumidas do que na verdade pelas atividades visitadas. O cenário analisado aqui nesse parágrafo configurava o estilo antigo, onde as compras eram feitas de modo confuso, as vendas de forma empírica e os serviços de maneira limitada. Assim se comportava o Mercado na ocasião.

Todavia quero registrar que não foi meu propósito ter contado essas histórias para desqualificar os atores da época, aliás, ao inverso, tiveram seu valor e esbanjaram méritos com capacidade apesar da discordância pontual e pessoal que tenho com o padrão de valorização do lucro selvagem em detrimento da sensibilidade do ser humano. Pois, entre outros, foi o ganho distorcido e rude lá de trás que provocou a germinação da selvageria dos três poderes da República que hoje vemos (aqui e por ai afora) com atuações escusas de nossos personagens ilustres, que se apropriam e alimentam-se dos recursos públicos para financiar suas vantagens pessoais e não sociais. Rechaçando assim, com intensa frustração a expectativa de moral, ética e competência com o trato da coisa pública, incorporando a roubalheira e o jogo sujo e tendo como aliados no escândalo nacional o bicheiro amigo do vereador, padrinho do senador, influente com o governador, parceiro do construtor, e sendo ainda o contraventor conhecido íntimo do ministro, delegado e do desembargador, que miscelânea espúria do privado com o público e do público com o privado. Desculpe o meu desabafo! Mas vamos voltar ao alvo do tema que propõe o Artigo. Então retomando a análise, uma nova concepção foi apresentada após décadas a fio, que foi um fluxo de interação do capital humano, capital físico, capital de relacionamento, capital monetário e capital organizacional que, assim mesmo com esse avanço, ainda mantinha a inteligência subjugada desrespeitosamente ao conjunto de bens produzidos pelo homem, assim os Ativos Intangíveis (aquilo que não podiam ser vistos ou tocados) estavam massacrados pelos Ativos Tangíveis (aquilo que podiam ser visto ou tocados).

Mas a partir da década de 1980, vinculado ao trabalhar do Capital Humano, aflora o conhecimento de Capital Intelectual, que se consolida como forma de evidenciar e potencializar a força dos recursos não materiais (intangíveis).

E daí em diante coube à linha do tempo caprichosamente provar, inclusive com a ferramenta da informática misturado ao advento da globalização, que a construção do Capital Intelectual não era um modismo, mas sim uma constatação de uma realidade permanente, e que veio para ficar, com novos e surpreendentes modelos de Negócios, tanto reais como virtuais, e que nesse caso o ser humano é mais importante que a atividade desenvolvida, pois ele antecede a atividade (diferentemente da pergunta: quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha?), além de desenvolvê-la e consolidá-la, pois essa atuação ditou as mais significativas transformações laborais, econômicas e financeiras dos últimos tempos. Então a Inteligência Corporativa, seja na Pequena, Média ou Grande Empresa, é sem sombras de dúvidas o mais importante ATIVO do Mundo Moderno, e que vai fazer toda diferença no resultado do Balanço Patrimonial das Organizações.

Quem sabe agora que o PENSAR COM INTELIGÊNCIA tornou-se reconhecido e referenciado no ambiente dos negócios, pela capacidade de fazer dinheiro em grande escala e consequentemente dar o lucro perseguido e necessário com respostas interessantes, primeiro nos Balancetes e depois no Balanço, então possamos de uma vez por todas colocar os trens nos trilhos, e desta forma flexibilizar o simples em complexo e o complexo em simples, e assim tornar coerente o incompreensível, e todos aceitarem que o SER HUMANO é mais importante que o TER HUMANO.

Mesmo precisando muito do ter (até porque não fiz voto de pobreza), não posso aviltar meu semelhante olhando-o sempre com a lente que o reflita como Adversário, Inimigo, Concorrente ou Subserviente!

Eduardo Fernandes da Paz

Diretor da EPZ Negócios Empresariais

Especialista em Direito Ambiental

Consultor em Planejamento Estratégico e Econômico Financeiro

E-mail: fernandesdapaz@hotmail.com

Blog: negociosdeimpacto.blogspot.com

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