Prazeres da alma
 
Nesta era de evolução da informação e da tecnologia, com tanto progresso e mudanças não podemos nos transformar em máquinas frias e nem  esquecer que é preciso amar.  É necessário que tratemos as “dores da alma”, que podem ser caracterizadas como crueldade, orgulho, irresponsabilidade, crítica, ilusão, medo, preocupação, vício, solidão, culpa, mágoa, egoísmo, baixa estima, rigidez, ansiedade, perda, insegurança, repressão, depressão, dependência e  inveja, para, desta forma,  iluminarmos a nós mesmos e irradiarmos  ao outro a luz do amor. Este foi o tema que abordei na edição anterior, nesta falarei a respeito dos Prazeres da Alma, livro  de Francisco do Espírito Santo Neto, ditado por Hammed.

Dia desses encontrei, e acredito que não foi por acaso, um pensamento de Clarice Lispector: "Sabe o que eu quero de verdade?! Jamais perder a sensibilidade, mesmo que às vezes ela arranhe um pouco a alma. Porque sem ela não poderia sentir a mim mesma...".  Como não perdermos nossa sensibilidade nesta época tão conturbada, materialista e hedonista, com valores fundamentais substituídos por prazeres efêmeros? Ouvimos falar que nossas crianças e adolescentes são uma “geração sem valores e limites”. Pergunto: quem educa nossas crianças e adolescentes? Na maioria das vezes eles reproduzem aquilo que vivenciam. Alguns são acostumados a ter tudo que querem, nunca ouvem um “não” e, desta forma, crescem com sentimento de onipotência e despreparados a enfrentarem frustrações; outros ofendem colegas da forma como são tratados em casa ou como estão acostumados a ver os pais tratando os outros;   há casos de crianças que fazem o que querem  e como querem, acostumados que estão a não serem cobrados. Em certa ocasião cobrei de uma criança, em idade de pré-escola, uma atitude negativa que havia tido com um coleguinha. Para minha surpresa, ela virou as costas para mim, ignorando o que eu falava. Conversei com a mãe e  tive outro “choque” com a resposta que ouvi: “Prof., ele faz isso comigo também.”

A primeira escola do ser humano é a família, então, como anda esta escola? Pense um pouco em como está na vida familiar da criança e do adolescente o ensino e a prática da sensibilidade, da cobrança de limites e de valores, não  efêmeros, mas aqueles que trazem o bem-estar espiritual, denominados por Hammed como “prazeres da alma”: alegria, desapego, sabedoria, paciência, afetividade, autoconhecimento, respeito, lucidez, humildade, compaixão, compreensão, criatividade, perdão, amor, generosidade, aceitação, e tantos outros.

Será este o caminho para termos um planeta melhor para se viver? O caminho do desenvolvimento em nossas crianças e adolescentes da prática dos prazeres da alma, da sensibilidade, da prática do bem e do amor ao próximo? Penso que sim. E mais, penso que este é o compromisso que nós, adultos, temos que praticar, seja em casa, em nosso papel de pais, no trabalho, grupo de amigos, enfim, em qualquer lugar que estejamos  temos que  ter a convicção  de que  somos  tão responsáveis pelo mundo em que vivemos, quanto o outro. “Avançamos pelo Universo em conjunto harmônico com os outros seres humanos. A orquestra cósmica da qual compartilhamos é muito mais ampla do que podemos imaginar, e cada um precisa dar sua cota de participação na sinfonia do mundo. Somos parte do Universo e ele é parte de nós” (HAMMED).
Maria Inez Flores Pedroso
Enviado por Maria Inez Flores Pedroso em 10/01/2013
Reeditado em 08/06/2013
Código do texto: T4076688
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