Casamentos Blindados. Como fazer?

Hoje, enquanto retornava do trabalho, acabei por travar uma conversa com uma desconhecida que sequer deu tempo de trocarmos nome ou telefone.

Estávamos sentadas juntas, e, como éramos largas de quadris, eu sorri e disse: Porisso que meu marido não me autoriza sentar ao lado de homens em coletivos! Sou muito larga nos quadris.

Minha companheira de banco, deu um sorriso meio leve e se mexeu na cadeira para ficar mais cômodo para nós duas.

Até aí nada de mais.

Começamos a falar sobre obesidade, saúde, filhos, calor, e outras coisas, pois o percurso era longo.

Em dado momento, minha parceira, do nada, abriu seu coração para mim. Falou acerca de seu casamento que já perdura 16 anos e que está por um fio. Disse que não havia mais diálogo entre eles há mais de 2 anos. Que estava muito decepcionada com seu esposo, etc e tal.

Eu percebi que ela era bem mais jovem que eu, então, com esse meu jeito de disponibilizar sempre um ombro amigo, fiz apenas algumas perguntas:

- Seu marido sabe o que está se passando com você?

- Você já expôs sua insatisfação para ele?

- Será que ele também não está sentindo-se diminuído, desprezado, escanteado?

- Que tal vocês trocarem uma ideia? Falarem dos seus dilemas, suas diferenças, seus descontentamentos, suas tristezas?

Ela me respostou:

- Olha, você acredita que ele fez uma cirurgia onde eu fui obrigada a dar um banho nele e quando fui fazer, fiquei envergonhada? Continuou: - Como pode uma esposa ficar encabulada em dar um banho no próprio marido?

- Está vendo em que ponto nós chegamos?

Naquele momento, confesso que fiquei imaginando a cena. Meu coração partiu e deu-me desejo de chorar... Que lástima! Mais uma família destruída!

Cadê o afeto que norteia e embasa nossos relacionamentos?

Cadê o amor que a tudo suporta?

Cadê a tolerância para poder suportar os declínios dos nossos relacionamentos?

Onde se perderam os 16 anos daquela união? Em que momento começou a definhar aquela relação?

Inicialmente fiquei inerte. Não pude responder nada! Engoli em seco e doeu minha garganta. Foi difícil 'engolir' aquilo que tomei conhecimento.

Mais uns metros, fixei meu olhar no dela e disse: Você ama seu marido?

Sei lá! Sei mais de nada! Ela me respostou.

- Lute pelo seu casamento. Nada que uma boa conversa não resolva. Ponha tudo em pratos limpos. Converse com ele. Dê uma chance para vocês mesmo. É tão triste um lar destruído. Vai dar tudo certo! Finalizei.

Ela me contou mais detalhes daquele fragmentado casamento e percebi que só mesmo um milagre e muita boa vontade fará eles se acertarem novamente.

Infelizmente, nos dias modernos, as famílias estão se dissolvendo com uma facilidade tremenda. É tudo muito fácil. Divorciar é rapidinho. Quem sofre são os filhos, a parte abandonada (sim, porque quando há uma separação é porque alguém deixa outro alguém), os parentes e amigos mais próximos.

É uma dor coletiva!

Sim, separação gera uma dor coletiva, mas, infelizmente, muitos fazem caras e bocas de que está tudo bem, entoam a canção de Chico Buarque (... ao sentir que sem você eu passo bem demais/ e que venho até remoçando/ me pego cantando/ sem mais nem porquê...), mas, no íntimo, os corações estão dilacerados, fragmentados, partidos. Os sonhos foram frustrados. Todos sofrem.

- Roubaram um pedaço de mim. Afirmam.

O lado bom dessa experiência é que um dia a dor passa! Mas até passar, lá estão as marcas encravadas para sempre.

Não dissolva sua família!

Blinde seu casamento!

Trave um diálogo com seu cônjuge. Busque alternativas antes de tomar decisões dolorosas e inesquecíveis.

Seja muito feliz!

Contos e Encantos
Enviado por Contos e Encantos em 08/01/2013
Código do texto: T4073888
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