Torneiras abertas
Torneiras abertas
A cada janeiro uma região do RJ torna-se manchete principal nas tragédias evitáveis.
Angra, região serrana, Niterói, bairros periféricos e agora (2013) Xerém em Duque de Caxias. A exibição das imagens de destruição certamente não tira o apetite dos governantes que residem em suas suntuosas mansões adquiridas com as verbas que deveriam prevenir tais desastres naturais regulares.
Motivos básicos:
1) orçamentos destinados para estas obras preventivas estão "enchendo" as contas dos administradores públicos há mais de 50 anos. Seguidos por secretários que para “tirar o seu”, não organizam a limpeza urbana.
2) Povo mal educado não mantém limpo o terreno onde habita. Culpa dos governos que não orientam, não criam estrutura funcional e não multam.
3) Não punem as grandes firmas poluidoras (que patrocinam suas campanhas). Logo, os menos afortunados se sentem no mesmo direito e copiam o péssimo exemplo ao invés de se postarem diante dos portões dos malfeitores de terno elegante (e sorriso).
4) Não incluem noções de higiene pessoal e saneamento básico nas séries infantis e juvenis das escolas públicas. Perdem tempo com história grega de 100 AC e geografia do Afeganistão (que só pode interessar aos EUA).
5) Políticos aproveitadores que compram votos por 500 tijolos para os infelizes construírem um “puxadinho” no barraco mal apoiado na beira do barranco.
6) Falta de uma “minha casa minha vida” conduzida de forma séria e não como fachada para estampar na imprensa.
7) Artimanha de manter problemas sempre ativos para servirem de trampolim eleitoral.
8) Falta de penalização contra quem gerencia o dinheiro público de forma irresponsável e criminosa e larga o rombo para a gestão seguinte.
Apesar das mortes regulares de entes queridos e dos elevados prejuízos materiais, as famílias prejudicadas não se movem no sentido de protestar de forma frequente para acabar com este descaso. Mas não deixam de se aglomerar na praia de Copacabana para verem seus impostos queimando ao invés de sanearem as áreas sociais críticas. Nem perdem um capítulo de novelas para se reunirem para estudarem propostas contra quem lhes cobra altos impostos sem devolverem serviços adequados.
E nas próximas eleições votarão “nos mesmos” que há 30 anos as iludem sem cerimônia.
Ainda bem que o Big Besta Brasil 9 vai começar logo para que o processo de “anestesia” para que a imbecilização coletiva continue.
A Caixa pode criar uma “mega” para o verão do próximo ano: adivinhar qual localidade será prejudicada pelas chuvas previstas e quantas vidas serão ceifadas.
Inclusive as classes mais abastadas comprarão seus bilhetes. Mas não estarão a salvo de futuras cenas de horror que ocorrem longe de seus portais. Se apenas 10% das favelas do RJ se tornarem inviáveis, a enorme quantidade de desabrigados vai se distribuir ao longo das ruas com belos condomínios onde hoje residem os que não se incomodam com esta tragédia social que a cada ano piora em PG.
Depois não vale culpar a indefesa Natureza pelos sinistros programados.
Haroldo P. Barboza – Andaraí – RJ – Matemático e Poeta