Atitudes e mudanças nos relacionamentos interpessoais
Prólogo
Quando escrevi e publiquei o texto: “É hora de puxar o freio de mão!” inseri um parágrafo advindo do mais verdadeiro sentimento paternal. Asseverei: “(...) No ano de 2012 vocês obtiveram excelsas vitórias materiais e afetivas, mas, certamente, mesclados a esses prêmios houve decepções e pequenas contrariedades quando comparados ao gigantismo de suas experiências adquiridas (...)”.
Não escrevo, neste momento, para fazer apologia às separações de casais e, tampouco para dizer que é fácil terminar um relacionamento, mas o quanto antes você reconhecer o que está acontecendo ao seu derredor e tomar o controle, tendo atitude firme, menos você irá sofrer e se decepcionar. Este conselho é para ambos os sexos!
Nos relacionamentos interpessoais, quando se acredita que as coisas podem mudar, não terminem e procurem junto salvar essa relação. Um ou outro pode pedir um tempo, e ver como as coisas ficam e se vale a pena dar mais uma chance ou se o melhor é terminar de vez. Mas, de qualquer forma, deve haver muito diálogo, muita sinceridade e muito carinho. O que não pode é deixar as divergências se acentuarem, criarem raízes e se estabelecerem criando culpas e ressentimentos imorredouros.
ATITUDE RESPONSÁVEL É O MELHOR REMÉDIO
Por que e pra que continuar uma relação fragilizada, sem cumplicidade, lealdade, respeito ou afeição digna de louvor? Por conveniência econômica? Social? Religiosa? Ora, quem não conhece o que diz o Versículo da Bíblia? "E, se teu olho te fizer tropeçar, arranca-o, e lança-o de ti; melhor te é entrar na vida com um só olho, do que tendo dois olhos, ser lançado no inferno de fogo." - (Mateus 18:9).
Há inferno menos sofrido do que uma vida eivada de mentiras, mágoas, desejos de vingança, subida infelicidade alimentada por falta de uma atitude racional? Sim. Há o inferno da solidão, do baque financeiro, da indagação (pressão) dos filhos (se houver). Mas, não é melhor ficar sozinho (a) do que mal acompanhado (a)? Ademais, essa solidão, a depender de sua competência, será temporária e semelhante a um recuo extratégico para reorganizar as forças e avaliar prós e contras antes de se envolver numa nova relação.
TRÊS CONSELHOS PARA OS HOMENS TERMINAREM DE FORMA DECENTE
1º CONSELHO: Não comece a evitar a parceira: não existe coisa mais patética que inventar desculpas como: "hoje não almoçaremos juntos porque Eu vou ter que levar o Hulk, o Rajado ou a Jade ao veterinário". "Não iremos ao teatro juntos porque tenho quatro sentenças para concluir." ou, se o consorte for um promotor de justiça, dizer: "Tenha paciência, preciso fazer três denúncias e o prazo já está no fim".
Não responder mais e-mails, torpedos ou a telefonemas pode até fazer a amante se tocar, mas provavelmente ocasionará uma fúria terrível por parte dela. Tenha dignidade e saia da relação pela porta da frente e de cabeça erguida.
2º CONSELHO: Termine cara a cara: obviamente que em tempos tecnológicos o e-mail e o serviço de mensagem de texto por celular parecem ser simples e pragmático para quem quer terminar, mas no fundo é uma saída simplista, covarde e digna dos insensíveis.
Uma pessoa experiente e madura assume uma decisão e arca com a responsabilidade dela. Portanto, seja homem de verdade e termine pessoalmente. Marque um encontro específico para isso: é fácil, ligue para a consorte e diga que quer conversar seriamente ou que quer falar sobre o relacionamento. Nessa ocasião não dê presente. Não crie expectativa. Não prometa o que não deseja ou não poderá cumprir.
3º CONSELHO: Nunca termine um relacionamento quando estiver alterado: sabe a máxima "se beber, não dirija"? Vale o mesmo para este momento de decisão. Tomar algo para dar coragem significa que você ainda não está certo ou seguro do que quer e ainda pode fazer com que você, macho descontrolado, não tenha limites sobre suas palavras e atos e aí, a ressaca e a culpa no dia seguinte, seguramente serão maiores.
TRÊS CONSELHOS PARA AS MULHERES TERMINAREM SEM TRAUMAS
1º CONSELHO: Dedução lógica: Não se apaixone e assim poderá terminar sem traumas. Iguais a nós homens as mulheres são espíritos em evolução. Algumas mais evoluídas, outras, ainda, em busca de sublime ascensão. A experiência mostra que dificilmente um homem que mantém um caso fora do casamento irá se separar para ficar com a amante. Ele pode até deixar a esposa devido ao adultério e à fragilidade da relação matrimonial, mas nem sempre fica com aquela que desencadeou o fim do casamento.
Lamentavelmente, por fraqueza, sensibilidade ou ingenuidade, a mulher que se apaixona por um homem casado não percebe que está entrando por um caminho perigoso, uma trilha estreita e minada.
2º CONSELHO: Como sair de uma relação amorosa ou extraconjugal sem traumas ou culpas? A motivação da traição vai desde oportunidade até características da personalidade da pessoa. Sabemos que apesar de não haver diferença numérica entre mulheres que têm amantes e homens que também têm casos extraconjugais, as mulheres acabam se envolvendo afetivamente. O homem é capaz de ter muitas noites de sexo sem envolvimento emocional. Até existem mulheres que fazem isso, mas em número menor.
Independentemente das motivações que levam mulheres a se envolver com um homem comprometido às escondidas, há quem acredite, NÃO É O MEU CASO, que as relações extraconjugais são frutos do pecado e também da pressão midiática que coloca no adultério a roupagem de algo que traz prazer e alegria. Todavia, apesar do enaltecer pelo desejo proibido, o relacionamento fora do casamento não passa de uma fantasia e trará, mais cedo ou mais tarde, consequências dolorosas para todos os envolvidos.
Como uma mulher poderá sair de um relacionamento amoroso sem traumas? Ah! Sendo verdadeira e comungando de uma relação numa ambiência onde não há vergonha e insegurança comuns em envolvimentos sexuais fortuitos ou namoricos inconsequentes.
3º CONSELHO: Quantos anos você vai ficar esperando o homem maravilhoso por quem você se apaixonou reaparecer com um buquê de flores lindas? Um sorriso cativante igual ao deste convencido e incipiente escritor de meia-tigela? Às vezes, esse sorriso é tão falso e perigoso como o de uma hiena (não é o caso do meu riso discreto) e esse homem certamente é fruto apenas de sua imaginação, de seus anseios, por ser ou estar extremamente abstida.
Ninguém gosta de estar errado e é por isso que tanta gente se mantém presa a um relacionamento para não ter de admitir que fez uma escolha equivocada num momento infeliz. Mas permanecer insatisfeita numa relação por anos é um erro – e continuar nela por tempo indeterminado é uma catástrofe, estupidez inominável.
É muito melhor assumir o erro (relação espúria e insegura) e passar a considerar uma nova decisão baseada no que está vivendo hoje, no que deseja para o seu futuro. Viver já é difícil o suficiente... Você quer permanecer ao lado de alguém que torne essa vidinha medíocre e sacrificada, sem segurança nenhuma, ainda pior? Creia: Um modelo de relacionamento engessado dá maior exposição a ressentimentos!
Repito para não deixar dúvidas: Não escrevo, neste momento, para fazer apologia às separações de casais e, tampouco para dizer que é fácil terminar um relacionamento, mas o quanto antes você reconhecer o que está acontecendo ao seu derredor e tomar o controle, tendo atitude firme, menos você irá sofrer e se decepcionar. Este conselho é para ambos os sexos!
CONCLUSÃO
CONSELHOS PARA AMBOS OS SEXOS
A melhor maneira de descobrir se existe alguém melhor para você é acreditar que isso é verdade. Não existe nunca uma razão boa o suficiente para fazer alguém abrir mão da esperança, então saia da estagnação e mude de assunto quando as amigas ou amigos ficarem reclamando que não existe homem ou mulher que preste no mundo.
Não se exclua de ir atrás dessas opções mantendo-se presa (o) a um relacionamento infeliz. E não desista se errar na escolha nas primeiras vezes – todos nós somos culpados por mostrarmos apenas nosso melhor lado no início de um relacionamento.
Quando saímos com um novo pretenso amor usamos a melhor roupa e o mais caro perfume, calçamos o melhor sapato, mas, não esqueça jamais: O segredo de uma relação interpessoal duradoura é aprender a conviver com os erros e defeitos um do outro. Ter má sorte no amor significa apenas que você demorou demais para sair de uma relação ruim e sem futuro. Significa que você escondeu suas neuroses, seus hábitos menos aprimorados e mais escabrosos costumes. Não quis enxergar os defeitos (desvios de conduta) mais gritantes do consorte.
A razão que leva muita gente a voltar a trás e reatar um relacionamento ruim é porque as pessoas esperam sentirem-se felizes logo no dia seguinte ao término. – ou a curtíssimo prazo. Há até quem acredite que a reconciliação naturalmente torna a relação mais tórrida e mais prazerosa. Mas isso só até a próxima crise!
Ora, crer, alimentar essa expectativa ou fazer isso é abrir mão de buscar a felicidade em outra relação, em conhecer outros horizontes, novos costumes, outro modo de amar e ser amado (a). Não precisa acontecer em um dia, mas você vai fazendo pouco a pouco e quando menos perceber não estará mais sentindo aquele desespero da solidão, do caos econômico, das cobranças familiares e dos amigos (as) de uma relação que poderá ser prazerosa e sublimada por sua competência.
Conhecer outros homens (mulheres) e flertar pode ser muito prazeroso se você não ficar constantemente se preocupando no que aquilo vai dar. O segredo é não alimentar expectativas! Quando não se está com pressa, se aproveita melhor as pessoas pelo que elas são e podem oferecer de forma incondicional.
Creiam meus notáveis leitores: Apesar de todos os problemas e questões, um relacionamento (conjugal ou extraconjugal) cúmplice, franco e respeitoso; sem cobranças, sem a ciumeira de um “grude” irresponsável é uma das melhores coisas da vida porque complementa anseios e torna (transforma) envolvidos em pessoas mais felizes e humanas.