Cazuza e a Sociedade moralista
Duas horas da tarde, calor escaldante, ventilador só faz barulho e não refresca. Acabei de imprimir trezentos e vinte e cinco folhas de um projeto de final de curso.
No computador, Cazuza canta “Balada do Esplanada”. Sim, gosto e sou fã das músicas de Cazuza. Porque sou fã das músicas de Cazuza?
Cazuza foi um louco por liberdade e pela vida, não julgo seus atos, mas posso falar do cantor, poeta e letrista.
Foi irreverente, fazia mil besteiras, marcou uma geração perdida.
Conheci as músicas de Cazuza, quando ainda somava 10 anos de vida, quando no auge de sua carreira, ele cantava Exagerado, um marco do rock brasileiro. Considerado o melhor letrista de sua geração, suas músicas são belos poemas, que também continham cunho político-social.
O garoto mimado, como ele mesmo dizia na música “Domingo II”, escancarou as mazelas de um Brasil corroído pela corrupção, com suas músicas “Burguesia” e “Brasil”.
Sabia como poucos, passear pelo rock, blues e bossa nova, sem deixar sua característica de rebelde. Seu lado romântico foi evidenciado pelas músicas “Minha Flor, Meu Bebê” e “Preciso dizer que te amo” mostram a essência do poeta.
Estes falsos moralistas torcem o nariz quando alguém se declara fã de Cazuza e logo soltam aquela emblemática frase: “Aquele homossexual e maconheiro?” Sim, este mesmo. Não estou aqui para julgar opção sexual e muito menos escolhas. Ouço Cazuza pelas belas e incríveis letras de suas músicas. Sentam no rabo e adoram tratar com desprezo quando encontram alguém que fala o que pensa. “São meros engravatados nos calabouços de suas prepotências.”
Goianésia, 7 de dezembro de 2012.